Uma das descobertas mais revolucionárias advindas da experiência psicanalítica foi a de que a nossa personalidade ou identidade é constituída por uma miscelânea de traços de outras pessoas. Neste nono recado rápido, faço alguns comentários sobre as implicações clínicas dessa descoberta. De fato, muitos dos nossos sintomas e padrões doentios de comportamento estão diretamente ligados às diversas identificações que compõem o nosso eu.
Dr. Lucas Nápoli 
Olá Lucas.
Uma dúvida: Formamos nosso eu baseado no que absorvemos das pessoas, mas podemos afirmar que existe uma criação de identidade a partir do vácuo? Exemplo: a filha se espelha na mãe em muitas coisas mas será a partir do rompimento entre ambas -algo natural da vida como casamento, escola, etc. – que nascerá uma nova personalidade?
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Olá Rafaela! Não sei se entendi muito bem sua pergunta… Penso que não é possível imaginar uma identidade vazia, como um buraco à espera de preenchimento. As identificações constituem a personalidade não como algo que vem de fora e penetra um ser passivo, mas como um processo imanente e que se estabelece numa relação de conjunção com o outro.
Grande abraço!
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