Você encara seus erros como CRIMES ou como fontes de APRENDIZAGEM?

Como você se sente depois de perceber que tomou uma decisão equivocada?

A imensa maioria das pessoas experimenta um sentimento desagradável que nós costumamos chamar de ARREPENDIMENTO.

Ele geralmente vem acompanhado da ideia de que como as coisas teriam sido se a escolha tivesse sido diferente:

“Se eu não tivesse enviado aquele e-mail, esse mal-entendido não teria acontecido”.

“Se eu tivesse passado a noite estudando ao invés de sair, minha nota nessa prova seria bem melhor”.

Esse movimento de pesar e lamentação é praticamente inevitável. Afinal, estamos sempre avaliando nossa conduta em função dos objetivos e ideais que desejamos alcançar.

Até um “psicopata”, ao ser pego pela Polícia, pode se arrepender de não ter sido mais cuidadoso.

Diante da constatação de um erro, o arrependimento não é opcional.

No entanto, penso que, após esse instante de contrição, surgem duas possibilidades de interpretação da decisão equivocada.

Podemos encarar o erro como um CRIME ou como uma FONTE DE APRENDIZAGEM.

Existem pessoas que olham para suas falhas como se tivessem necessariamente descumprido uma lei.

Que norma o sujeito violou por ter terminado com namorada — decisão da qual se arrependeu alguns meses depois?

Nenhuma, óbvio. Mas o caboclo se CASTIGA psicologicamente, por meio do sentimento de culpa e de autoacusações, como se tivesse cometido um crime.

Tais pessoas encaram seus acertos como atos de obediência a uma suposta Lei transcendental — que, na verdade, só existe na cabeça delas.

Quem não vive desse jeito, numa relação de amor com essa consciência tirânica, tem o privilégio de considerar os próprios erros como OPORTUNIDADES DE CRESCIMENTO.

Tais pessoas conseguem olhar para a vida como um grande campo de experimentações e não como uma eterna prova na qual precisam sempre tirar nota 10.

Por isso, não se castigam por terem errado. Ao invés disso, se perguntam: “O que essa falha me ensinou?” — e isso sem a expectativa ilusória de não mais errar.

Um dos objetivos que buscamos na terapia psicanalítica é justamente ajudar o paciente a desenvolver esse olhar afirmativo, compreensivo e não punitivo sobre a própria conduta.


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[Vídeo] Pare de achar que a vida tem gabarito

Muitas pessoas sofrem com a indecisão porque se deixam levar pela ilusão de que a vida tem gabarito. Assim, ao invés de se lançarem ao risco e à responsabilidade de fazer escolhas, ficam eternamente em dúvida, tentando inutilmente descobrir quais são as alternativas absolutamente corretas.


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O mais importante não é O QUE você vai escolher, mas COMO será feita a escolha.

Eu já falei aqui sobre a ILUSÃO DO GABARITO DA VIDA.

Trata-se da suposição que algumas pessoas fazem de que existem sempre escolhas CERTAS e escolhas ERRADAS, como se a existência fosse semelhante a uma prova de concurso ou de vestibular.

Essa ilusão tende a se manifestar principalmente em pessoas inseguras e sem autoconfiança.

Elas se protegem do próprio desejo e do risco inerente a qualquer decisão supondo que, em algum lugar transcendental, existe um gabarito de todas as escolhas da vida.

Ah, Lucas, mas e se a pessoa for cristã? Não existem algumas escolhas que são absolutamente certas e outras absolutamente erradas do ponto de vista religioso?

Sim, mas esse “gabarito religioso” já foi revelado num livro que tem mais de 2000 anos.

Se for o caso, é só ler e descobrir. Tá tudo lá.

Nesse sentido, se uma pessoa religiosa ainda fica cheia de dúvidas sobre tudo o que deve fazer da vida, é porque ela supõe que, para-além do “gabarito divino”, existe um outro gabarito, mais… “específico”, digamos.

O problema é que essa coisa NÃO EXISTE.

Mas o fato de acreditar nela faz com que o sujeito esteja sempre em dúvida em relação a suas decisões, como um candidato no Enem que não sabe se marca a alternativa a ou a alternativa c numa questão difícil da prova.

A ilusão do gabarito da vida faz com que a pessoa esteja sempre se arrependendo automaticamente das escolhas que faz por imaginar que elas podem não ser as alternativas certas.

É por isso que, se um paciente me pergunta: “Lucas, o que eu DEVO fazer?”, a minha resposta tende a ser: “Não faço a menor ideia!”.

Sim, porque essa pergunta está mal colocada.

Ela supõe o gabarito.

Afinal, se você quer saber o que DEVE fazer, é porque acredita que existe uma escolha certa.

Em vez de dizer o que o paciente DEVE escolher, eu o exorto a refletir sobre COMO será feita essa escolha.

Independentemente de qual seja a decisão, o mais importante é que ela seja feita sem a ilusão do gabarito da vida.

O que significa isso?

Significa escolher aceitando “de corpo e alma” os riscos implicados na decisão e as possíveis consequências dela.

Significa entrar por uma das veredas disponíveis e não ficar olhando para trás, pensando nos caminhos não escolhidos.


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Os cães têm inveja de nós

Um cachorro que porventura tenha sido vítima de severas agressões físicas quando filhote provavelmente permanecerá arredio, medroso e arisco pelo resto da vida.

É possível fazer essa previsão com um grau razoável de certeza porque sabemos que os animais não possuem a capacidade de se comportar na direção oposta àquela determinada pelas suas experiências de vida.

Em outras palavras, o animal é aquilo que a vida o leva a ser.

Com os seres humanos, as coisas se passam de modo diferente.

Afinal, contamos com a capacidade singular de REFLETIR sobre o nosso próprio comportamento.

Um cachorro não é capaz de olhar para si mesmo e para sua própria história e chegar à conclusão de que sua atitude arredia é o resultado das experiências de violência pelas quais passou.

Ele simplesmente padece os efeitos de sua história, mas não é capaz de refletir sobre esses efeitos e tampouco sobre a própria história.

Os seres humanos, por sua vez, possuem essa capacidade e é justamente ela que nos habilita a alterarmos o curso de nossa existência.

Uma pessoa que, tal como o cachorro do exemplo acima, tenha sido vítima de severas agressões físicas quando criança e, por conta disso, tenha se tornado acanhada, ansiosa e desconfiada pode DECIDIR, à luz de uma reflexão sobre sua história, que procurará ser mais aberta e sociável.

Provavelmente ela experimentará fortes resistências emocionais ao tentar fazer isso, mas o fato é que possui essa CHANCE de modificar radicalmente o rumo de sua vida decidindo não seguir o script supostamente determinado por sua infância.

Frequentemente a gente se esquece de que essa capacidade de reflexão e decisão representa uma distinção abismal entre nós e os outros seres vivos.

Por isso, menosprezamos o potencial extraordinário das decisões conscientes que promovem o advento de novas possibilidades existenciais totalmente  imprevistas.

Os efeitos do ambiente e da nossa história são poderosíssimos e é justamente por isso que a gente faz terapia.

Mas qualquer processo terapêutico seria inviável se não contássemos com a capacidade de alterar o desfecho de uma história que parecia ser fatalmente trágica.

Tenho certeza de que os cães adorariam ter esse potencial.


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O indeciso é um medroso

Da série “Postagens antigas que merecem ser respostadas”.


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Eis as duas fantasias que te fazem ser tão indeciso

Muitas pessoas possuem uma grande dificuldade em fazer escolhas, em tomar decisões, em optar por um caminho em meio a várias possibilidades.

De fato, dúvida e angústia são afetos que invariavelmente se fazem presentes antes de uma escolha. Não existe nenhuma fórmula comportamental capaz de evitá-los.

Em outras palavras, escolher, decidir, optar é sempre difícil.

Por outro lado, existem determinadas FANTASIAS que podem fazer com que qualquer simples decisão, como a escolha do pedido em um restaurante, se torne um ato ainda mais sofrido.

Trata-se, primeiramente, da fantasia de que existe sempre uma opção a priori CORRETA.

Essa crença faz com que a angústia envolvida no ato de decidir não se refira apenas às consequências da escolha, mas à sua ADEQUAÇÃO.

Quando nos perguntamos “Será que estou de fato fazendo a escolha certa?”, estamos pressupondo que, em algum lugar do mundo, deve existir uma espécie de “GABARITO DA VIDA”.

A segunda fantasia é a de que nós podemos encontrar em nós mesmos uma espécie de guru ou oráculo capaz de nos informar acerca de quais escolhas DEVERÍAMOS fazer.

Acredito que uma má interpretação popularesca da psicanálise tenha contribuído para construir essa fantasia na mente de muitas pessoas.

Ainda hoje há gente que acredita que, se fizerem psicanálise não mais experimentarão dúvidas a respeito de nenhuma escolha, pois já estarão conscientes do que de fato querem para suas vidas.

Fantasia! O inconsciente não é uma divindade a ser consultada e é até provável que alguém saia de uma análise com muito mais dúvidas do que quando entrou.

Nós não encontraremos respostas definitivas nem dentro e nem fora de nós.

Não há garantia alguma incrustada em nossas escolhas.

Estamos sempre decidindo a partir do risco e da imprevisibilidade.

E não há como ser diferente, a não ser que voluntariamente nos tornemos autômatos que apenas obedecem a comandos previamente determinados sabe-se lá por quem…

Com efeito, uma das características que nos diferenciam dos demais seres vivos é justamente essa capacidade (sim, capacidade!) de sentir angústia, de não saber de antemão o que escolher.

Envie este texto para todos os indecisos que você conhece. 😉


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[Vídeo] Entenda por que você é tão indeciso

Você tem dificuldades para fazer escolhas? Sofre muito sempre que precisa tomar uma decisão importante? Então este vídeo foi feito para você. Nele explico quais são os dois fatores que costumam levar as pessoas a se tornarem reféns da hesitação.

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