Meu primeiro livro: “A Doença como Manifestação da Vida”

Capa final

É com grande contentamento que anuncio a todos que já está à venda meu primeiro livro: “A Doença como Manifestação da Vida: Georg Groddeck e um novo modelo de cuidado em saúde”.

O que o livro aborda?

Trata-se do resultado de um estudo profundo que empreendi durante cerca de 2 anos sobre a obra de Georg Groddeck, buscando dela extrair  algumas contribuições para a superação de certos problemas que vivenciamos atualmente no campo da saúde.

Apesar de se manifestarem na prática cotidiana dos profissionais de saúde, tais problemas têm sua origem em determinados princípios teórico-conceituais. Por exemplo, é muito comum constatarmos a queixa de muitas pessoas de que os médicos com os quais se consultam mal olham para seus rostos e quase nunca as escutam, limitando-se a solicitarem exames e prescreverem medicamentos. No livro, demonstro que isso não acontece apenas porque tais profissionais são incompetentes, mas fundamentalmente porque a racionalidade vigente no campo da saúde desde que a medicina se tornou uma disciplina científica dá sustentação a tais práticas.

A racionalidade a que me refiro é conhecida como biomedicina ou modelo biomédico. Nela, a doença é vista como algo puramente orgânico que se apossa do indivíduo e não como um evento que afeta o corpo e o psiquismo e que é produto das suas condições de vida. Aliás, na racionalidade biomédica, mente e corpo são tomados como duas dimensões separadas e o diagnóstico e o tratamento levam em conta apenas os aspectos físicos do adoecimento. Trata-se, portanto, de um modelo reducionista que limita o olhar do profissional de saúde à dimensão orgânica da doença e o impede de abordar seus aspectos subjetivos.

A fim de contribuir para a substituição desse modelo por outro mais integrativo e capaz de contemplar toda a complexidade do adoecer humano, fui buscar na obra de Georg Groddeck, médico e psicanalista alemão que viveu entre 1866 e 1934, algumas ideias e propostas. Groddeck se notabilizou no campo psicanalítico por estender o alcance da psicanálise às doenças orgânicas, concebendo-as como acontecimentos simbólicos passíveis de interpretação e tratamento psicoterápico. Contudo, no campo propriamente médico, Groddeck também formulou uma série de teses bastante originais e que vão ao encontro da demanda atual pela superação da racionalidade biomédica. São essas ideias que analiso e discuto ao longo do livro.

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Divulgação – “As Mulheres de Freud”


O psicanalista Jacques Lacan costumava dizer que as mulheres eram analistas por natureza e que aquelas que optassem por seguir a profissão só precisavam aprender um pouquinho de metapsicologia, porque do resto a própria natureza feminina dava conta…

A história oficial faz parecer que a Psicanálise fora um empreendimento concebido e estruturado fundamentalmente por homens visto que analistas do sexo feminino só entrariam em cena a partir da segunda geração de psicanalistas. Aparentemente, estariam na origem desse revolucionário método de tratamento das neuroses – como o próprio Freud gostava de definir sua práxis – apenas ilustres senhores da sociedade européia: Freud, Breuer, Ferenczi, Stekel, Adler. No entanto, como evidenciam os próprios escritos freudianos, a Psicanálise nasce precisamente da boca de mulheres. Mulheres cujo corpo exprimia uma linguagem absolutamente incompreensível para uma medicina organicista, o que demandava a emergência de uma escuta que pudesse extrair desse corpo em desacordo consigo mesmo uma ordem de discurso, palavras que não puderam ser ditas.

Esse preâmbulo serve apenas para dar um vislumbre da importância das mulheres para o surgimento e o desenvolvimento da teoria e da prática psicanalíticas, o que a Editora Record faz com extensão muito maior através do lançamento do excelente “As Mulheres de Freud”. Resultado de uma parceria exitosa entre um estudioso da Psicanálise (Jonh Forrester) e uma mestra no baile das letras (Lisa Appignanesi), a obra é um daqueles volumes que não podem faltar na biblioteca dos que se interessam por humanidades. Trata-se, portanto, de uma obra não indicada apenas ao público já envolvido com a teoria psicanalítica, pois o livro se constitui de fato numa viagem ao início do século XX.

Ao contrário do que o título possa dar a entender, os autores não tratam apenas das mulheres que tiveram um relacionamento amoroso com Freud, até porque não foram muitas. O pai da Psicanálise permaneceu até o fim da vida ao lado de Martha Bernays. Aliás, as cartas que ambos trocaram durante o namoro e o noivado foram a matéria-prima da qual os autores extraíram uma singela história de amor, permeada por conflitos de ordem financeira e que tocam no problema dos papéis maculino e feminino numa sociedade marcadamente conservadora mas em vias de transformação.

As “outras” mulheres de Freud abordadas pelo livro são suas filhas, com especial destaque para Anna, que seguiria o pai na carreira de analista; a mãe, uma das principais fontes de sua tese sobre a existência universal do complexo de Édipo; além de sua cunhada, com quem tinha um relacionamento particularmente próximo. O livro chega, inclusive, a discutir a veracidade da hipótese de que Freud teria um suposto caso extraconjugal com ela.

Além dessas, o livro também se dedica às mulheres que tiveram uma incidência mais visível no âmbito da Psicanálise. Em primeiro lugar, as chamadas “professoras” de Freud: as primeiras pacientes histéricas, cujas histórias clínicas e o transcurso dos tratamentos permitiram a Freud esboçar as hipóteses principais do edifício teórico da Psicanálise. Em seguida, aquelas que foram psicanalistas. Todavia, o livro não aborda todos os principais nomes da Psicanálise do sexo feminino, entre as quais Melanie Klein, Hanna Segal e Joyce Mcdougall. Os autores se concentram sobre aquelas que se relacionaram com Freud como Sabina Spielrein, Lou Andreas-Salomé, Helene Deutsh e a princesa Marie Bonaparte. São mulheres que, de alguma forma, interromperam a ímpeto perigoso da Psicanálise de se constituir como uma movimento de contornos claramente patriarcais e sexistas.

Finalmente, os autores dedicam um capítulo especial à discussão sobre o tema da feminilidade na obra de Freud. Como se sabe, nos seus últimos textos, o pessimismo de Freud quanto ao futuro e à eficácia da Psicanálise ocorreram concomitantemente a sua declaração de impossibilidade da resposta para a pergunta: “O que quer uma mulher?”. Com efeito, a feminilidade mesmo depois da obra de Freud permaneceu uma questão problemática, haja vista a célebre frase de Lacan: “A mulher não existe” e suas investigações ulteriores sobre o gozo feminino.

Ao que parece, as mulheres sempre foram perturbadoras, no sentido de impedir a inércia, da teoria e da prática psicanalítica. Desde a histérica que pede que Freud pare de falar e lhe escute, inaugurando a técnica da associação livre, passando por Martha Bernays que, ao casar-se com Freud, faz com que esse tenha que deixar a pesquisa científica para se dedicar à clínica, até as analistas femininas ao questionarem a plausibilidade do complexo de castração.

“As Mulheres de Freud” é um exemplo de historiografia, ao aliar a descrição precisa dos fatos e a diacronia da teoria psicanalítica como pano de fundo.

Serviço: Compre já o livro na Livraria Cultura, clicando aqui. É só colocar o título do livro na barra de busca.

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Basta fazer um comentário neste post, respondendo à pergunta: “O que quer uma mulher?”. As duas respostas mais criativas ganham um exemplar do livro. O resultado estará disponível aqui no blog no dia 21/05. Não perca essa chance!