Pare de ter saudade do que você não viveu

Ontem eu estava escutando uma conversa sobre marketing digital numa das inúmeras salas voltadas ao tema lá no Clubhouse e tive um insight que gostaria de compartilhar com vocês.

Na conversa, os “speakers” (como são conhecidas as pessoas que podem falar numa sala do Clubhouse) discutiam algumas estratégias básicas para crescimento de audiência e conversões de vendas. Nessa hora eu me dei conta de que não vinha utilizando algumas daquelas técnicas.

Tal constatação fez surgir em mim o seguinte pensamento: “Puxa, estou perdendo tempo! Se eu já estivesse utilizando esses métodos, meus negócios estariam muito maiores.”. Foi imediatamente após ter esse raciocínio que me veio à mente o insight de que quero lhes falar.

A percepção de que eu poderia ter feito certas coisas que não fiz desencadeou em mim uma atitude emocional de tristeza e lamentação. Mas isso só aconteceu porque o meu olhar estava voltado para o passado, para o que poderia ter acontecido e não aconteceu. Se meu foco tivesse sido dirigido desde o início para o futuro, a reação teria sido outra, como de fato foi quando eu deliberadamente modifiquei minha forma de encarar o que estava ouvindo.

Ao invés de lamentar ainda não ter utilizado as estratégias que estavam sendo mencionadas, comecei a pensar: “Puxa, que bom que o acaso me levou até esta sala e estou tendo a oportunidade de aprender com essas pessoas. Daqui para a frente tentarei aplicar essas técnicas de que estão falando.”.

Percebeu? Quando eu deixei de encarar as informações que estava recebendo com um olhar de lamentação e passei a enxergá-las com uma visão de progresso, minha atitude emocional mudou e eu me senti motivado a agir.

A moral da história aqui é a seguinte: frequentemente, diante de um erro, ficamos presos ao acerto imaginário que não aconteceu e perdemos de vista as possibilidades de sucesso futuro que o fracasso presente inaugura. Isso acontece porque facilmente embarcamos na ilusão de que falhas são sempre acidentes evitáveis, sendo que, na verdade, os tropeços constituem a própria essência do caminhar humano.


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Se você sofre com a procrastinação, leia o texto abaixo

Procrastinar significa adiar a realização de uma tarefa sem que isso configure uma decisão estratégica.

É importante observar essa definição para não confundirmos procrastinação com planejamento. Muitas vezes precisamos adiar uma atividade em função de um imprevisto ou tendo em vista uma ocasião mais favorável para executá-la. Nesses casos, não estamos procrastinando, mas simplesmente planejando o momento adequado para a realização da tarefa.

Procrastinar é enrolar. É sentar na frente do computador, ter tempo e recursos suficientes para fazer o que precisa ser feito e… não conseguir fazer.

Trata-se de um fenômeno que se diferencia também da preguiça. O preguiçoso não adia suas tarefas porque sente um bloqueio na hora de realizá-las, mas, sim, porque decide voluntariamente ficar ocioso ao invés de trabalhar. A preguiça é o apego excessivo ao descanso e ao lazer.

O procrastinador, por sua vez, até deseja produzir, mas uma resistência interna o impede de se engajar numa tarefa específica. Por isso, podemos dizer que o verdadeiro problema na procrastinação não é exatamente o “deixar para depois”. O adiamento é, na verdade, a saída que o procrastinador encontra para se ver temporariamente livre da tarefa, já que ela o deixa ansioso.

Nesse sentido, o que está na raiz do problema da procrastinação é a ANSIEDADE provocada pelo afazer. Essa ansiedade sinaliza a existência de um conflito interno relacionado à atividade que está sendo procrastinada. Pode ser, por exemplo, que o sujeito conscientemente deseje executá-la, mas inconscientemente não o queira, seja por medo do sucesso, raiva de quem a solicitou ou qualquer outra razão afetiva como essas.

Técnicas práticas para driblar a procrastinação funcionam? Sim. Eu mesmo sou um entusiasta de algumas delas. Todavia, para-além de tentarmos vencer a procrastinação a qualquer custo, deveríamos tomá-la como um indício muito instrutivo de como anda a nossa relação com o nosso trabalho. Eventualmente, por exemplo, procrastinar pode ser a forma que o seu Inconsciente encontrou para dizer que esse emprego ou esse curso universitário não é a sua praia.


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