
Nas últimas aulas ao vivo da CONFRARIA ANALÍTICA tenho conversado com os alunos sobre as formas maduras e imaturas de relacionamento amoroso.
Para você que ainda não faz parte da nossa escola, vou explicar o contexto:
Estamos estudando minuciosamente um artigo de Freud chamado “Luto e Melancolia”.
A certa altura do texto, o autor desenvolve a ideia de que haveria na melancolia (depressão grave) uma regressão inconsciente à fase oral do desenvolvimento.
Freud faz essa inferência ao constatar que o sujeito melancólico simbolicamente “engole” a pessoa que provocou sua depressão, identificando-se com ela.
Essa curiosa forma de amar é característica da fase oral.
Nessa etapa do desenvolvimento (0 a 2 anos aproximadamente), o bebê se relaciona com seus objetos de amor querendo comê-los, devorá-los, engoli-los.
O problema é que esse tipo de vínculo implica necessariamente no APAGAMENTO do outro.
De fato, na cabecinha do recém-nascido, ele interage com a versão IMAGINÁRIA do seio materno que devorou e engoliu e não com o seio REAL que permanece do lado de fora.
O bebê só consegue se relacionar dessa forma porque se encontra numa condição ainda muito vulnerável, em que depende integralmente do outro que dele cuida.
Por isso, com medo de ficar sozinho, ele fantasia com a possibilidade de trazer esse outro para dentro de si a fim de eternizar a ligação com ele.
Muitas pessoas adultas, sem perceberem, continuam se relacionando dessa forma tipicamente infantil com seus parceiros amorosos.
Inconscientemente elas ainda estão presas lá na fase oral, enxergando-se como bebês e colocando o parceiro numa posição materna.
Tal como uma criança recém-nascida, encaram a possibilidade de perderem o outro como uma catástrofe insuportável e, por isso, se esforçam para ENGOLI-LO a qualquer custo.
Muitas relações abusivas, inclusive, só se mantêm porque o “abusado” está preso a essa forma imatura de amar.
Fixado à fase oral, o sujeito acha que não dará conta de viver sem o outro e, assim, acaba engolindo o parceiro e seus abusos ao invés de colocar um ponto final naquele vínculo tóxico.
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