Seu adoecimento vem de dentro ou de fora?

Muitas vezes nós desenvolvemos um transtorno emocional basicamente por conta de certos processos psíquicos conscientes e inconscientes.

Nesses casos, fatores externos atuam apenas como “gatilhos”, como se diz hoje em dia.

Fernanda, por exemplo, entrou em depressão após o término de um namoro.

Em terapia, a moça verificou que, apesar de ter sido amigável, o rompimento acabou desencadeando alguns conflitos inconscientes e lhe trouxe à mente determinadas memórias muito dolorosas.

Portanto, foram esses processos INTERNOS (e não o término do namoro) que a levaram ao quadro depressivo.

Em outras palavras, o adoecimento de Fernanda veio “de dentro”, embora tenha sido DESPERTADO por algo que se passou “do lado de fora”.

Há, porém, outras enfermidades psíquicas que são causadas principalmente por fatores EXTERNOS.

Veja o caso de Teresa, por exemplo:

Essa moça nunca teve problemas com ansiedade.

Tal cenário mudou radicalmente depois que ela começou a trabalhar em uma multinacional, logo depois de ter se formado em Administração.

Por mais que se esforçasse, frequentemente deixando de almoçar e fazendo horas extras, Teresa nunca conseguia cumprir todas as tarefas que sua chefe lhe delegava.

Aos poucos, aquela moça que era admirada por sua serenidade acabou se tornando extremamente irritadiça e impaciente, sobretudo com o irmão e os pais, com os quais morava.

Certo dia, quando estava a caminho do metrô, indo para o trabalho, Teresa teve a primeira de várias crises de pânico e começou a chorar compulsivamente no meio da rua.

Fazendo terapia, ela entendeu que não poderia mais continuar vivendo naquele ritmo e decidiu falar com a chefe sobre o que estava vivenciando.

A superior disse-lhe que o mundo corporativo era aquela “loucura” mesmo e que Teresa tinha que se adaptar. A moça, então, achou melhor se demitir, priorizando sua saúde mental.

Na terapia, ela percebeu que certos fatores internos contribuíram para que se mantivesse no emprego mesmo sofrendo tanta pressão.

Contudo, é inegável que as crises de pânico que acometeram essa jovem dificilmente teriam ocorrido se ela não tivesse a exposta a condições tão insalubres de trabalho.


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[Vídeo] O que é a depressão neurótica?


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“Como vou me amar, se ninguém me ensinou a fazer isso?”: a depressão narcísica

Na semana passada eu propus uma classificação dos quadros depressivos em dois tipos: a depressão neurótica e a depressão narcísica.

Expliquei que a depressão neurótica decorre do recalque de impulsos agressivos que, por conta disso, acabam tomando o próprio sujeito como objeto de satisfação.

Agora quero falar da depressão narcísica.

Primeiramente: por que NARCÍSICA?

Porque trata-se de um quadro depressivo causado por uma FALHA na instalação do narcisismo normal e saudável que toda pessoa precisa ter.

Narcisismo significa amor pelo próprio Eu. A palavra vem de Narciso, personagem da mitologia grega que se apaixonou pela própria imagem.

Todos nós precisamos de uma boa dose de amor pelo próprio Eu.

Mas esse amor não vem de fábrica. Ele precisa ser INSTALADO em nós na infância. E isso depende diretamente do comportamento dos nossos pais.

Eles precisam amar o nosso Eu ANTES de nós mesmos — a fim de nos “convencer”, por assim dizer, que esse Eu MERECE ser amado.

Ora, algumas pessoas infelizmente não têm essa sorte.

Elas não foram tratadas como “sua majestade o bebê”, como diz Freud, e, por isso, não “aprenderam” a amar o próprio Eu.

Resultado: passam a vida inteira com aquela sensação difusa de que não têm muito valor, de que não fazem a menor diferença no mundo, de que são descartáveis…

Assim, a depressão dessas pessoas é marcada não pela culpa, mas pela APATIA, pela falta de disposição para viver, por uma sensação de “tanto faz”…

Perceba: esse tipo de depressão é narcísica não por conta de um excesso de narcisismo, mas pela FALTA dele.

O deprimido narcísico pode se parecer em muitos aspectos com o deprimido neurótico.

Ambos podem ser desanimados, desleixados com a própria imagem, não ter muito autocuidado e nem muitos desejos, ambições e projetos.

Porém, no caso da depressão narcísica, esses sintomas não são a expressão de um movimento autodestrutivo que indica o retorno da agressividade reprimida.

Não!

O deprimido narcísico não fica deprimido porque quer se destruir, mas porque lhe faltam os alicerces necessários para se CONSTRUIR.


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“Se não posso odiar o outro, odiarei a mim mesmo.”: a depressão neurótica

Existem dois tipos básicos de depressão.

Um deles se caracteriza pelo EXCESSO (a depressão neurótica) e o outro pela FALTA (a depressão narcísica).

No primeiro, encontramos um excesso… de ÓDIO.

Sim, há muitas pessoas que se deprimem porque ODEIAM DEMAIS certas figuras de sua história.

Aí você me pergunta:

— Mas, Lucas, como assim? Quando eu olho para uma pessoa deprimida, só vejo tristeza e desânimo. Onde é que está esse ódio?

Justamente na tristeza e no desânimo, uai!

Na depressão neurótica, o sujeito adoece porque não dá conta de suportar a consciência de que tem tanto ódio dentro de si.

E por que não dá conta?

Pode ser que essa pessoa teve uma criação muito repressora, que a levou a avaliar o ódio como algo essencialmente ruim e perigoso, que precisa ser recalcado.

Pode ser também que, paradoxalmente, ela ame muito as figuras que odeia e, querendo proteger esse amor, acabe reprimindo sua hostilidade.

Seja qual for o motivo, ao não encontrar espaço na consciência, o ódio pelo outro pode se transformar em ódio POR SI MESMO.

É como se o sujeito oferecesse o próprio Eu como objeto de satisfação para os impulsos hostis que originalmente estavam direcionados a outras pessoas.

O excesso de tristeza, desânimo e, principalmente, culpa que caracteriza a depressão neurótica é a expressão visível de um processo interno de AUTO-AGRESSÃO.

Se não posso odiar o outro porque o amo e/ou porque não me permito sentir ódio, odiarei a mim mesmo — esse é o raciocínio inconsciente do deprimido neurótico.

Em casos mais graves, o sujeito pode chegar a tentar tirar a própria vida, devido à fraqueza do seu Eu, que não consegue suportar sequer o ódio por si mesmo.

O tratamento da depressão neurótica deve ter dois objetivos complementares:

(1) Analisar e desfazer as resistências que impedem a pessoa de fazer contato com o ódio reprimido a fim de tornar o Eu permeável a essa experiência emocional.

(2) Fortalecer o Eu do paciente a fim de capacitá-lo a suportar a consciência do ódio e encontrar recursos psíquicos mais saudáveis e maduros para lidar com esse afeto.

Sobre a depressão narcísica, o segundo tipo que mencionei no início, falarei num próximo texto.


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[Vídeo] A mãe morta de André Green

Esta é uma pequena fatia da AULA ESPECIAL “André Green e o complexo da mãe morta” que já está disponível no módulo AULAS ESPECIAIS – TEMAS VARIADOS da CONFRARIA ANALÍTICA.

Lembrando que, a partir do dia 24/09, os preços das assinaturas da Confraria PARA NOVOS MEMBROS serão: 59,99 (plano mensal) por mês e 597,00 (plano anual). Então, se você ainda não é nosso aluno e quer garantir o preço atual (49,99 por mês ou 497,00 por ano), não perca tempo e faça sua assinatura HOJE.

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Raíssa: uma paciente que falava muito, mas era assombrada pelo silêncio do luto

Quando Raíssa, uma jovem de 25 anos, começou a fazer terapia com a psicóloga Fernanda, sua queixa era a de que não conseguia “manter” um relacionamento.

A moça dizia que seus namoros duravam muito pouco. Após alguns meses, os rapazes terminavam e ela nunca entendia muito bem o motivo.

Raíssa tinha a esperança de que a terapia a ajudaria a descobrir o que havia de errado consigo.

Fernanda percebeu logo nas primeiras sessões que, diferentemente da maioria de seus pacientes, Raíssa não tinha uma postura interativa.

A jovem tinha sempre muito assunto, contava mil e uma situações, mas fazia isso sem convocar a participação da terapeuta. Parecia estar falando sozinha.

A psicóloga se sentia incomodada por ser colocada na posição de espectadora, mas, ao mesmo tempo, se divertida com as histórias contadas pela paciente.

De todo modo, adotava uma atitude clássica, mais silenciosa, e só intervinha para fazer algumas perguntas e pontuações.

Após cinco anos, Raíssa estava noiva e acreditava ter resolvido sua dificuldade em manter relacionamentos. Porém, não cogitava a hipótese de sair da terapia.

— Eu não vivo mais sem análise. Vou fazer até morrer. — dizia de vez em quando nas sessões.

Fernanda, por sua vez, tinha a sensação de que o problema central de Raíssa ainda não havia sido trabalhado.

A terapeuta sentia que a postura falante da paciente era artificial, defensiva e exercia alguma função específica na transferência.

Tal função só foi descoberta depois que um incidente contado pela paciente fez Fernanda se lembrar de um detalhe que ela havia contado logo na primeira sessão:

— Meu irmãozinho morreu logo depois que eu nasci. Por isso, mamãe só conseguiu me amamentar por um mês. Meu pai disse que ela ficou muito mal, tadinha.

Quais podem ter sido as consequências de um episódio traumático como esse sobre a vida psíquica de Raíssa?

De que forma tal experiência estaria relacionada à postura da paciente em análise?

A psicóloga deveria alterar a forma como vem conduzindo esse caso?

Essas e outras perguntas estão respondidas na aula especial “André Green e o complexo da mãe morta”, já disponível na CONFRARIA ANALÍTICA.


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[Vídeo] Depressão não é preguiça


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Preguiça, procrastinação e abulia: entenda as diferenças

Dia desses alguém me perguntou na caixinha do Instagram se preguiça em excesso era sintoma. Eu respondi que era preciso diferenciar preguiça de abulia.

Quero, aqui, me aprofundar um pouco nessa distinção.

O que é a preguiça?

Preguiça é um tipo de prazer.

Sim! É o prazer que eu ESCOLHO deliberadamente obter ao adiar ou evitar a realização de uma tarefa que posso e sei que devo fazer.

Todo o mundo se entrega à preguiça de vez em quando. Afinal, quem é que aguenta viver o tempo todo de forma diligente e produtiva?

É importante salientar que a preguiça é uma forma de PRAZER para diferenciá-la de um fenômeno aparentemente muito parecido: a procrastinação.

Quem verdadeiramente procrastina a realização de uma tarefa não o faz porque quer usufruir do prazer de não trabalhar.

Na VERDADEIRA procrastinação, o sujeito enrola para botar a mão na massa movido pelo afeto do MEDO.

Medo da tarefa ou de elementos associados a ela e que pode estar fundamentado em pensamentos conscientes e/ou inconscientes.

Na preguiça não há medo. Há simplesmente o desejo — humano, demasiado humano — de desfrutar do ócio ou da diversão e evitar o desprazer do trabalho.

Uma pessoa deprimida pode parecer preguiçosa aos olhos de um ignorante em matéria de saúde mental.

Afinal, ela pode ausentar-se do trabalho, passar o dia todo deitada na cama vendo TV e não querer fazer tarefas básicas como tomar banho e escovar os dentes.

A diferença é que o deprimido não faz isso pelo prazer do ócio, mas por uma falta patológica de disposição que nós chamamos tecnicamente de ABULIA.

A pessoa deprimida não ESCOLHE ficar à toa e não se sente bem fazendo isso como acontece conosco quando nos entregamos à preguiça.

Na verdade, o deprimido está apenas sofrendo os efeitos involuntários de um desarranjo psíquico que pode ser motivado por inúmeros fatores.

Portanto, concluindo, preguiça é escolha voluntária pelo prazer da folga.

Abulia depressiva, por sua vez, é o padecimento não deliberado de uma falta de vontade não só de trabalhar, mas de viver…


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Quando o ódio se transforma em culpa

Todo mês, na CONFRARIA ANALÍTICA, nós temos uma aula especial do módulo ESTUDOS DE CASOS.

Trata-se de um dos módulos preferidos da nossa comunidade, pois em suas aulas eu comento casos clínicos reais que estão sendo conduzidos por alguns alunos.

Para a aula deste mês, publicada nesta sexta, o caso escolhido foi o de Vera (pseudônimo), uma idosa que vem tendo dificuldades para superar o luto pela morte do marido.

A paciente sofre com humor deprimido, crises de ansiedade e insônia.

A infância de Vera foi marcada por severos e dolorosos golpes que a vida lhe deu.

No entanto, ao invés de ficar revoltada e ressentida, a idosa se sente extremamente… CULPADA.

Como isso é possível?

Por que essa paciente possui uma visão tão negativa de si mesma, que a leva a se punir e se culpar por coisas que objetivamente não fez?

Onde está o ódio legítimo que ela poderia sentir pelas pessoas que lhe fizeram mal, principalmente a mãe, com quem não pôde contar quando mais precisava?

E por que ela se sente compelida a “sufocar” a filha e a analista com uma atenção desmedida?

Estas e outras perguntas são respondidas na aula especial “ESTUDOS DE CASOS 12 – Vera: o ódio não elaborado se transforma em culpa”.

A aula já está disponível para todos os nossos alunos no módulo ESTUDOS DE CASOS.


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[Vídeo] Saúde Mental no Brasil não é levada a sério


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Quando você passa a se odiar para não odiar a quem amava

Existem vários tipos de depressão.

Em algumas delas, o sujeito se sente basicamente apático, sem energia e sem interesse pelas coisas de que antes gostava.

Em outras, a questão fundamental que leva o paciente a sofrer é a sensação de que nada em sua vida faz sentido, de que está “vivendo por viver”.

Essas duas formas de depressão têm aparecido com muita frequência em nossos consultórios. Porém, não é sobre elas que desejo falar neste texto.

Quero tratar da depressão melancólica, um tipo clínico marcado essencialmente por fenômenos de caráter superegoico: excesso de culpa, autocobranças e autodesprezo.

Em 1917, Freud propôs a tese de que o mecanismo básico que dá origem a essa modalidade depressiva é a identificação da pessoa com um objeto que ela perdeu.

O processo em questão pode ser descrito de modo relativamente simples:

Antes de adoecer, o paciente tinha uma relação MUITO ambivalente com seu objeto de amor: ao mesmo tempo em que o amava muito, também o odiava bastante.

Ao perder o objeto (por conta de seu falecimento ou devido a uma separação), a pessoa se identifica com ele — a fim de compensar a perda.

Em Psicanálise, identificar-se com uma pessoa significa trazer a representação dela para dentro do próprio Eu, ou seja, introjetá-la.

Ora, se eu trago um objeto muito amado, mas também muito odiado, para dentro do meu Eu, o resultado é que eu passarei a ME ODIAR também, certo?

— Uai, Lucas, mas se o objeto era alvo de muito amor, eu também vou ME AMAR muito, não?

Não. Para proteger a representação boa do objeto dentro de si (lembre-se que ele foi perdido), o sujeito só se identifica com a “parte má” dessa representação.

É como se ele inconscientemente pensasse:

“Vou direcionar o ódio que eu tinha pelo objeto todo para mim. Dessa forma, não corro o risco de destruir a representação que tenho dele aqui dentro de mim.”

É por isso que o deprimido melancólico só se condena, só se critica, só se culpa, enxergando-se como a pior pessoa do mundo.

O ódio que tem por si hoje é o mesmo ódio que tinha pelo objeto ontem.

Na AULA ESPECIAL publicada hoje (sexta) na CONFRARIA ANALÍTICA, você verá um caso clínico real de depressão melancólica comentado por mim.

O título da aula é “ESTUDOS DE CASOS 08 – Solange: um caso típico de depressão melancólica” e já está disponível no módulo “ESTUDOS DE CASOS”.


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Verônica: uma vida dominada pela vontade dos pais

Verônica, uma jovem advogada de 27 anos, decidiu finalmente agendar uma consulta com a psicanalista Andreia depois de meses procrastinando tal decisão.

Naquela tarde chuvosa de agosto, a paciente iniciou seu discurso relatando o motivo que a levara a buscar ajuda terapêutica:

— Eu acho que estou com depressão. Não tenho vontade de fazer nada. Quando chego do trabalho, eu só deito na cama e fico mexendo no Instagram até pegar no sono.

A fim de entender melhor o quadro clínico apresentado por Verônica, Andreia começa a fazer algumas perguntas:

— Você tem se sentido triste?

— Não… — responde a paciente — Isso é que é estranho. Eu não sinto nada. Nem alegria nem tristeza. É como se eu estivesse anestesiada, vivendo no piloto automático.

— Desde quando mais ou menos você acha que tem estado assim, Verônica?

A paciente fica alguns segundos em silêncio, olhando para o chão. Em seguida, com os olhos marejados, responde:

— Acho que desde que eu era criança.

— Então a gente precisa conversar sobre a sua história de vida! — intervém a analista sem hesitação.

Verônica é a primogênita de sua família e tem dois irmãos gêmeos, oito anos mais novos do que ela.

Seus pais, também advogados, estavam no início de carreira quando ela nasceu.

Foi amamentada por um período muito curto, pois a mãe não conseguiu ficar muito tempo longe do escritório em que trabalhava junto com o pai.

Durante praticamente toda a sua infância, a paciente ficava com uma babá um tanto distante e fria e tinha contato com os pais apenas no início da noite, quando voltavam do trabalho.

Apesar de não gostar de dançar, Verônica foi praticamente obrigada pela mãe a fazer balé dos 7 aos 14 anos.

Aos 17, no fim do Ensino Médio, queria ser jornalista por gostar muito de escrever, mas foi convencida pelos pais a fazer Direito: “Jornalismo não dá dinheiro, Verô.”.

Por sempre ter sido muito estudiosa, a moça formou-se com louvor, mas passou os 5 anos de graduação perturbada pelo seguinte pensamento: “O que estou fazendo da minha vida?”.

Após a formatura, já tendo sido aprovada no exame da OAB, Verônica passou a trabalhar no escritório dos pais, onde já estagiava desde o início da faculdade.

Após escutar o relato da paciente sobre sua história de vida, Andreia lembrou-se da concepção de CRIATIVIDADE do psicanalista inglês Donald Winnicott.

Essa ideia ajudou a terapeuta a compreender que o suposto quadro depressivo de Verônica nada mais era que o efeito colateral de uma vida não criativa.

Com efeito, no início da vida, essa moça não teve a chance de criar o próprio mundo. Depois, já adulta, não sabia mais como fazer isso.

Quem está na CONFRARIA ANALÍTICA receberá hoje uma aula especial em que comento detalhadamente e com exemplos a concepção winnicottiana de criatividade.

O título da aula é “LENDO WINNICOTT 06 – Criatividade: uma conquista fundamental para a saúde emocional” e ela já está disponível no módulo AULAS ESPECIAIS – WINNICOTT.


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Autocompaixão sem vitimização

Como você lida consigo mesmo quando comete um grande erro?

Você se condena, considera-se um fracasso e fica remoendo a pisada na bola, querendo voltar no tempo?

Ou reconhece a falha, admite que não é nem nunca será perfeito e se compromete a TENTAR não incorrer mais no mesmo erro?

Se a sua resposta foi a segunda opção, saiba que você conseguiu desenvolver uma das atitudes que mais favorecem a saúde mental: a autocompaixão.

Essa palavra entrou no vocabulário psicológico nas últimas décadas não por acaso.

De fato, no século XX, sobretudo a partir dos anos 1960, a sociedade ocidental passou a relativizar os mandamentos morais de fundo religioso e os substituiu por outros outros imperativos:

“Você tem que ser feliz!”

“Você tem que ser a sua melhor versão!”

“Você precisa bater as metas!”

“Você precisa ter alta performance!”

O resultado? Todo profissional sério de saúde mental conhece muito bem: uma epidemia de autocobrança, depressão, cansaço e sensação de insuficiência.

A noção de autocompaixão vai na contramão desse discurso que trocou o “Não seja um pecador.” pelo “Seja um vencedor!”.

Ser autocompassivo significa entender e aceitar que temos limitações, que podemos, sim, tentar superá-las, mas com a consciência de que sempre estaremos aquém de nossas idealizações.

— Ah, Lucas, mas a autocompaixão não acaba levando à vitimização?

Não. O sujeito autocompassivo não tem pena de si mesmo.

Ele não olha para si como alguém que sofreu uma injustiça e por isso não consegue ser melhor do que é. Essa é a diferença.

O vitimista nutre a fantasia de que, se não fosse pelo que fizeram (ou fazem) consigo, tudo seria perfeito e ele conseguiria, finalmente, ser “a melhor versão” de si mesmo.

O autocompassivo, não.

Quem tem autocompaixão olha para si sem a ilusão de uma perfeição possível.

Ele não fica ruminando os erros cometidos porque já conseguiu aceitar que errar faz parte.

E pensar assim não o torna um cínico irresponsável. Afinal, o autocompassivo não procura o erro deliberadamente nem foge de suas consequências.

Ele só conseguiu perceber que nunca estará imune a falhar e que, se é assim, é melhor aceitar essa dura realidade.

Dói menos.


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[Vídeo] Como o mundo online está destruindo sua saúde mental

Neste vídeo, apresento 3 elementos do mundo online que têm prejudicado consideravelmente a saúde mental de muitas pessoas e proponho algumas estratégias simples para que você possa se proteger desse impacto negativo.


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[Vídeo] Você ainda é um bebê na fase oral?

Fixadas à fase oral, há pessoas que acham que não vão dar conta de viver sem o outro e, assim, acabam engolindo o parceiro e seus abusos ao invés de colocarem um ponto final no vínculo tóxico.


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