Antes de tomarmos qualquer decisão, antes de nos perguntarmos: “Escolho x ou y?”, nos fazemos outra indagação ainda mais fundamental: “Como serei amado pelo mundo? Escolhendo x ou escolhendo y?”.
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A descoberta freudiana do Inconsciente evidencia que as marcas que a vida deixa em nós se articulam de modo autônomo, desafiando nossa liberdade e condicionando nossas escolhas. Sim, a gente decide, seleciona, faz opções, somos responsáveis por elas, mas não necessariamente somos livres ao fazer isso.
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Como você se sente depois de perceber que tomou uma decisão equivocada?
A imensa maioria das pessoas experimenta um sentimento desagradável que nós costumamos chamar de ARREPENDIMENTO.
Ele geralmente vem acompanhado da ideia de que como as coisas teriam sido se a escolha tivesse sido diferente:
“Se eu não tivesse enviado aquele e-mail, esse mal-entendido não teria acontecido”.
“Se eu tivesse passado a noite estudando ao invés de sair, minha nota nessa prova seria bem melhor”.
Esse movimento de pesar e lamentação é praticamente inevitável. Afinal, estamos sempre avaliando nossa conduta em função dos objetivos e ideais que desejamos alcançar.
Até um “psicopata”, ao ser pego pela Polícia, pode se arrepender de não ter sido mais cuidadoso.
Diante da constatação de um erro, o arrependimento não é opcional.
No entanto, penso que, após esse instante de contrição, surgem duas possibilidades de interpretação da decisão equivocada.
Podemos encarar o erro como um CRIME ou como uma FONTE DE APRENDIZAGEM.
Existem pessoas que olham para suas falhas como se tivessem necessariamente descumprido uma lei.
Que norma o sujeito violou por ter terminado com namorada — decisão da qual se arrependeu alguns meses depois?
Nenhuma, óbvio. Mas o caboclo se CASTIGA psicologicamente, por meio do sentimento de culpa e de autoacusações, como se tivesse cometido um crime.
Tais pessoas encaram seus acertos como atos de obediência a uma suposta Lei transcendental — que, na verdade, só existe na cabeça delas.
Quem não vive desse jeito, numa relação de amor com essa consciência tirânica, tem o privilégio de considerar os próprios erros como OPORTUNIDADES DE CRESCIMENTO.
Tais pessoas conseguem olhar para a vida como um grande campo de experimentações e não como uma eterna prova na qual precisam sempre tirar nota 10.
Por isso, não se castigam por terem errado. Ao invés disso, se perguntam: “O que essa falha me ensinou?” — e isso sem a expectativa ilusória de não mais errar.
Um dos objetivos que buscamos na terapia psicanalítica é justamente ajudar o paciente a desenvolver esse olhar afirmativo, compreensivo e não punitivo sobre a própria conduta.
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Após vivenciar a terceira crise de ansiedade em menos de uma semana, a jovem finalmente reconhece que está precisando de ajuda e decide procurar terapia.
Uma coisa que salta aos olhos do terapeuta logo no primeiro encontro com Marisa é a tendência que a paciente tem de ficar compulsivamente revisando suas escolhas.
Por exemplo:
Após finalizar uma conversa com um cliente, a mente da jovem jurista é imediatamente invadida por questionamentos do tipo:
“Será que eu dei a orientação correta para ele?”, “Será que não deveria ter falado de outra forma?”, “E se a explicação que eu dei não for pertinente para o caso dessa pessoa?”.
A mesma “chuva de indagações” acontece depois que ela acaba de protocolar uma peça processual no Fórum de sua cidade.
Esse processo contínuo de revisão dos próprios atos faz com que Marisa se sinta o tempo todo tensa, ansiosa, com medo de ter feito alguma coisa errada.
No processo terapêutico foi possível constatar que, na infância, a advogada sempre se sentiu ameaçada pela mãe, que parecia ter uma verdadeira intolerância a erros cometidos por outras pessoas.
Assim, se Marisa eventualmente deixasse cair uma pequena gota de sorvete em sua blusa, isso já era motivo suficiente para que a genitora declamasse um sermão de 10 minutos sobre o suposto desleixo da filha e a necessidade ser mais cuidadosa.
Em função do anseio natural de se sentir amada, aprovada e validada, a paciente foi paulatinamente internalizando a severidade da genitora.
Dessa forma, com o passar do tempo, Marisa passou a SE COBRAR da mesma forma inflexível com que era cobrada pela mãe.
Nesse sentido, a tendência compulsiva de ficar revisando decisões era a expressão da sua ânsia infantil de se tornar a filha 100% correta e irrepreensível que ela imaginava que sua mãe queria.
Em outras palavras, por estar inconscientemente presa ao desejo de encarnar a suposta filha ideal, a jovem advogada não poderia correr o risco de deixar passar um errinho sequer.
Você também sofre dessa tendência a ficar revisando o tempo todo suas decisões pelo medo excessivo de errar?
Identificou-se com a história de Marisa?
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Muitas pessoas enrolam para tomar decisões que elas já sabem que são necessárias porque ficam esperando um estado emocionalmente favorável ou um pouco mais de um suposto autoconhecimento.
No fundo, estão buscando uma garantia externa para não precisarem sustentar suas escolhas apenas com o próprio desejo.
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É muito mais fácil e confortável dizermos para nós mesmos que nossas ações não foram de fato escolhidas, mas são apenas reações a demandas e imperativos externos. Mas a questão é: você quer continuar se autoenganando pensando dessa forma?
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Muitas pessoas sofrem com a indecisão porque se deixam levar pela ilusão de que a vida tem gabarito. Assim, ao invés de se lançarem ao risco e à responsabilidade de fazer escolhas, ficam eternamente em dúvida, tentando inutilmente descobrir quais são as alternativas absolutamente corretas.
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Eu já falei aqui sobre a ILUSÃO DO GABARITO DA VIDA.
Trata-se da suposição que algumas pessoas fazem de que existem sempre escolhas CERTAS e escolhas ERRADAS, como se a existência fosse semelhante a uma prova de concurso ou de vestibular.
Essa ilusão tende a se manifestar principalmente em pessoas inseguras e sem autoconfiança.
Elas se protegem do próprio desejo e do risco inerente a qualquer decisão supondo que, em algum lugar transcendental, existe um gabarito de todas as escolhas da vida.
Ah, Lucas, mas e se a pessoa for cristã? Não existem algumas escolhas que são absolutamente certas e outras absolutamente erradas do ponto de vista religioso?
Sim, mas esse “gabarito religioso” já foi revelado num livro que tem mais de 2000 anos.
Se for o caso, é só ler e descobrir. Tá tudo lá.
Nesse sentido, se uma pessoa religiosa ainda fica cheia de dúvidas sobre tudo o que deve fazer da vida, é porque ela supõe que, para-além do “gabarito divino”, existe um outro gabarito, mais… “específico”, digamos.
O problema é que essa coisa NÃO EXISTE.
Mas o fato de acreditar nela faz com que o sujeito esteja sempre em dúvida em relação a suas decisões, como um candidato no Enem que não sabe se marca a alternativa a ou a alternativa c numa questão difícil da prova.
A ilusão do gabarito da vida faz com que a pessoa esteja sempre se arrependendo automaticamente das escolhas que faz por imaginar que elas podem não ser as alternativas certas.
É por isso que, se um paciente me pergunta: “Lucas, o que eu DEVO fazer?”, a minha resposta tende a ser: “Não faço a menor ideia!”.
Sim, porque essa pergunta está mal colocada.
Ela supõe o gabarito.
Afinal, se você quer saber o que DEVE fazer, é porque acredita que existe uma escolha certa.
Em vez de dizer o que o paciente DEVE escolher, eu o exorto a refletir sobre COMO será feita essa escolha.
Independentemente de qual seja a decisão, o mais importante é que ela seja feita sem a ilusão do gabarito da vida.
O que significa isso?
Significa escolher aceitando “de corpo e alma” os riscos implicados na decisão e as possíveis consequências dela.
Significa entrar por uma das veredas disponíveis e não ficar olhando para trás, pensando nos caminhos não escolhidos.
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Uma pessoa lhe pede um favor. Você a ajuda, mas, ao mesmo tempo, diz para si mesmo que não deveria estar fazendo isso, seja porque a pessoa não merece, porque você está sacrificando seu tempo livre ou por qualquer outro motivo.
Já passou por isso?
Essa é uma circunstância que revela o fato de sermos seres divididos: podemos escolher fazer uma coisa e simultaneamente não desejar fazê-la.
Por outro lado, há um efeito colateral bastante pernicioso no ato de realizarmos uma ação que nós mesmos achamos que não deveria ser levada a cabo.
Quando isso acontece, a gente experimenta a FALSA sensação de não estarmos escolhendo, de não sermos livres para decidir.
Por que se trata de uma sensação falsa?
Porque estamos sempre escolhendo, ainda que nós mesmos não concordemos com determinadas decisões.
Quando uma jovem se queixa de que “precisa” ajudar sua mãe, apesar de toda a mágoa que sente por ela, está escondendo de si mesma a consciência de que socorrer a genitora é uma escolha e que, se quisesse, poderia decidir não ajudar.
Mas por que essa jovem simplesmente não reconhece que amparar a genitora é uma decisão sua e não algo que supostamente ela “precisa” fazer?
Porque TODOS NÓS temos uma dificuldade enorme de assumir a responsabilidade por nossas escolhas.
É muito mais fácil, por exemplo, para um homem imaginar que ele TEVE que fazer um curso superior não porque de fato ESCOLHEU se graduar, mas porque isso seria uma exigência social.
Pode ser que ele realmente tenha decidido entrar na universidade por achar que a sociedade lhe demanda tal atitude, mas, de todo modo, estava fazendo uma escolha: a escolha de querer se adequar aos supostos imperativos sociais.
Todavia, admitir isso seria difícil para esse homem. Afinal, implicaria em reconhecer que, para ele, a aprovação social é um valor prioritário.
E isso não “pegaria bem” aos seus próprios olhos…
Assim, vale mais a pena, do ponto de vista narcísico, se autoenganar e pensar que só está fazendo faculdade porque a sociedade exige.
Assumir a autoria de nossas decisões nem sempre é confortável, mas pode ser muito LIBERTADOR.
Outro dia falo mais sobre isso…
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Um cachorro que porventura tenha sido vítima de severas agressões físicas quando filhote provavelmente permanecerá arredio, medroso e arisco pelo resto da vida.
É possível fazer essa previsão com um grau razoável de certeza porque sabemos que os animais não possuem a capacidade de se comportar na direção oposta àquela determinada pelas suas experiências de vida.
Em outras palavras, o animal é aquilo que a vida o leva a ser.
Com os seres humanos, as coisas se passam de modo diferente.
Afinal, contamos com a capacidade singular de REFLETIR sobre o nosso próprio comportamento.
Um cachorro não é capaz de olhar para si mesmo e para sua própria história e chegar à conclusão de que sua atitude arredia é o resultado das experiências de violência pelas quais passou.
Ele simplesmente padece os efeitos de sua história, mas não é capaz de refletir sobre esses efeitos e tampouco sobre a própria história.
Os seres humanos, por sua vez, possuem essa capacidade e é justamente ela que nos habilita a alterarmos o curso de nossa existência.
Uma pessoa que, tal como o cachorro do exemplo acima, tenha sido vítima de severas agressões físicas quando criança e, por conta disso, tenha se tornado acanhada, ansiosa e desconfiada pode DECIDIR, à luz de uma reflexão sobre sua história, que procurará ser mais aberta e sociável.
Provavelmente ela experimentará fortes resistências emocionais ao tentar fazer isso, mas o fato é que possui essa CHANCE de modificar radicalmente o rumo de sua vida decidindo não seguir o script supostamente determinado por sua infância.
Frequentemente a gente se esquece de que essa capacidade de reflexão e decisão representa uma distinção abismal entre nós e os outros seres vivos.
Por isso, menosprezamos o potencial extraordinário das decisões conscientes que promovem o advento de novas possibilidades existenciais totalmente imprevistas.
Os efeitos do ambiente e da nossa história são poderosíssimos e é justamente por isso que a gente faz terapia.
Mas qualquer processo terapêutico seria inviável se não contássemos com a capacidade de alterar o desfecho de uma história que parecia ser fatalmente trágica.
Tenho certeza de que os cães adorariam ter esse potencial.
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Da série “Postagens antigas que merecem ser respostadas”.
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Você tem dificuldades para fazer escolhas? Sofre muito sempre que precisa tomar uma decisão importante? Então este vídeo foi feito para você. Nele explico quais são os dois fatores que costumam levar as pessoas a se tornarem reféns da hesitação.