Neste vídeo o psicanalista Lucas Nápoli explica o conceito psicanalítico de formação reativa utilizando o exemplo de Magali, uma jovem de 19 que repentinamente começou a ter um medo enorme de sua mãe morrer.
Participe, por apenas R$39,99 por mês, da CONFRARIA ANALÍTICA, uma comunidade exclusiva, com aulas semanais ao vivo comigo, para quem deseja estudar Psicanálise de forma séria, rigorosa e profunda.
Ela consiste no desenvolvimento exagerado de uma atitude que é diametralmente oposta ao conteúdo psíquico ameaçador do qual a pessoa está se defendendo.
Vou te dar um exemplo:
Magali, uma jovem de 19 anos, recebeu uma educação extremamente rígida e moralista.
Isso a levou a encarar seus impulsos agressivos naturais como elementos perigosos e que, portanto, não poderiam ser expressos.
Na adolescência, a jovem atravessou um período de bastante turbulência na relação com a mãe.
A genitora era bastante controladora e frequentemente impedia a filha de sair com seus amigos alegando que não seriam boas companhias.
Essa postura da mãe deixava Magali bastante tensa.
Em várias ocasiões precisaram levar a jovem no Pronto-socorro devido a intensas crises de ansiedade.
Como fora incentivada desde muito cedo a não permitir a expressão de sua agressividade, Magali não conseguia sentir a raiva natural que a rigidez da mãe lhe provocava.
Em vez disso, se sentia ameaçada quando o ódio teimava em aparecer e, por essa razão, experimentava angústia ao invés de cólera.
Com o passar do tempo, as crises de ansiedade foram se tornando mais raras, mas Magali passou a ter outro problema: um medo absurdo de que a mãe pudesse morrer.
Por conta desse temor aparentemente inexplicável, a jovem começou a se preocupar exageradamente com a saúde da genitora, perguntando a todo o momento se ela estava em dia com seus exames.
Certa vez, quando a mãe precisou pegar a estrada para um compromisso profissional, Magali passou dias tentando convencê-la a não fazer a viagem por conta do risco de um eventual acidente.
Acho que você já entendeu, né?
A preocupação excessiva que a jovem passou a ter com a vida da mãe foi uma formação reativa que ela desenvolveu para se proteger dos impulsos agressivos que sentia em relação à genitora.
Em outras palavras, como não se permitia vivenciar o ódio pela mãe, Magali forjou inconscientemente uma atitude oposta: um cuidado exagerado com a saúde dela.
E você? Consegue perceber se faz ou já fez uso desse mecanismo de defesa?
Participe, por apenas R$39,99 por mês, da CONFRARIA ANALÍTICA, uma comunidade exclusiva, com aulas semanais ao vivo comigo, para quem deseja estudar Psicanálise de forma séria, rigorosa e profunda.
Formação reativa é um mecanismo de defesa, ou seja, uma operação mental que nós empregamos para nos protegermos de certas coisas que estão dentro de nós.
Que coisas são essas? São desejos, impulsos, fantasias, memórias, pensamentos que entram em choque com a imagem que queremos ter de nós mesmos.
Por exemplo:
Uma moça desenvolveu na infância um prazer enorme em ser vista pelas outras pessoas. Naquela época, ela adorava ser o “centro das atenções” e se perceber como fonte de prazer para o olhar do outro.
Contudo, conforme ia crescendo, essa moça ouvia da parte dos pais e de outras pessoas importantes para ela que é errado gostar de se exibir, que isso é coisa de gente “sem vergonha” e que uma mulher deveria ser sempre contida e recatada.
O que aconteceu, então?
Ora, essa moça passou a olhar para sua tendência exibicionista com maus olhos, como um defeito. Afinal, quer fazer jus à imagem ideal de mulher que o Outro espera dela.
Mas como ela vai conseguir isso já que gosta tanto de se mostrar?
É aí que entram os mecanismos de defesa. Por meio deles, a gente consegue se autoenganar, fingindo para nós mesmos que nunca gostamos daquelas coisas que são incompatíveis com nosso eu ideal.
A formação reativa é um mecanismo de defesa que consiste em evitar o contato com as coisas incompatíveis por meio da apresentação exagerada de uma tendência oposta a elas.
Não entendeu? Deixa eu voltar para o nosso exemplo que vai ficar mais claro. Veja:
Se a moça exibicionista fizesse o uso da formação reativa ela poderia se tornar uma pessoa extremamente pudica, tímida e acanhada, ou seja, adotar uma postura completamente oposta ao seu desejo de se exibir. Dessa forma, tanto os outros quanto ela mesma jamais iriam desconfiar que, na verdade, ela tem um tesão enorme em se mostrar.
Você consegue perceber a presença da formação reativa na sua vida ou no comportamento de outras pessoas?
Participe, por apenas R$39,99 por mês, da CONFRARIA ANALÍTICA, uma comunidade exclusiva, com aulas semanais ao vivo comigo, para quem deseja estudar Psicanálise de forma séria, rigorosa e profunda.
Freud deu o nome de formação reativa a um mecanismo de defesa que consiste na expressão de sentimentos, atitudes, pensamentos e comportamentos cujo conteúdo é diametralmente oposto àquele que foi recalcado. O exemplo mais clássico dessa operação subjetiva é do sujeito que faz uso do moralismo excessivo para compensar “do lado de fora” as intensas fantasias eróticas inconscientes que se manifestam “do lado de dentro”. Neste 11º recado rápido, faço um breve comentário sobre esse curioso mecanismo.