[Vídeo] Como funciona o recalque?


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Como funciona a estrutura perversa?

A sexualidade dita “normal” não é natural — eis uma das maiores descobertas feitas por Freud.

Numa longa nota de rodapé sobre a homossexualidade nos “Três Ensaios sobre a Teoria da Sexualidade”, o pai da Psicanálise diz o seguinte:

“Na concepção da psicanálise, portanto, também o interesse sexual exclusivo do homem pela mulher é um problema que requer explicação, não é algo evidente em si, baseado numa atração fundamentalmente química.” (p. 35 da edição da Cia. das Letras)

Eu sempre gosto de evocar esse trecho quando me perguntam sobre uma suposta explicação psicanalítica para a homossexualidade.

Com efeito, geralmente quem faz esse questionamento parece pressupor que a heterossexualidade não precisaria ser explicada, pois seria, como diz Freud, “algo evidente em si”.

Nada disso.

Freud se opôs à opinião moralista de sua época segundo a qual as perversões sexuais seriam desvios de uma suposta norma biológica.

Ele demonstrou que, na verdade, não temos uma via natural na dimensão sexual, de modo que a noção de “desvio” só faz sentido se tomarmos como parâmetro uma norma SOCIAL.

Freud nos fez ver que boa parte dos comportamentos perversos que aparecem de forma isolada na vida adulta já se manifesta espontaneamente na infância.

Nesse sentido, o estado original da nossa sexualidade está muito mais próximo daquilo que se passa nas perversões do que da “normalidade” heterossexual-genital.

Isso significa que a sexualidade dita “normal” é resultado de um processo de EDIÇÃO, de FORMATAÇÃO, de MODELAGEM — realizado pela sociedade.

— Entendi, Lucas. Mas, então, o que acontece nas perversões? Nelas, esse trabalho de recorte realizado pela cultura seria “mal feito”?

Mais ou menos.

De fato, para Freud, o comportamento perverso, assim como a neurose, resulta de um fracasso do processo de edição necessário para a constituição da sexualidade “normal”.

No entanto, esse aspecto é apenas a pontinha do iceberg da LÓGICA DE FUNCIONAMENTO das perversões.

Quem está na CONFRARIA ANALÍTICA receberá ainda hoje uma AULA ESPECIAL em que falo sobre essa lógica e outros aspectos da estrutura perversa.


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[Vídeo] Como Freud revolucionou a visão sobre a sexualidade humana

Neste vídeo: entenda como Freud transformou completamente a visão tradicional sobre a sexualidade humana ao demonstrar que somos, por natureza, sexualmente perversos e que, portanto, a sexualidade dita normal é construída e não natural.


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Reprimir é conservar

Primeiramente, deixa eu definir o que é repressão para você que está chegando agora por aqui.

Repressão (ou recalque) é um mecanismo psicológico descoberto por Sigmund Freud, fundador da Psicanálise. Trata-se de um procedimento mental que utilizamos inconscientemente quando surgem na nossa alma certas ideias que são incompatíveis com a imagem que queremos ter de nós mesmos.

Exemplo: tomemos o caso de uma jovem de 22 anos que percebe a si mesma (e quer continuar se percebendo) como sexualmente pura do ponto de vista religioso. Eventualmente, essa moça desenvolve uma intensa amizade com uma colega de trabalho e essa situação acaba servindo como gatilho para que desejos de natureza homossexual aflorem na alma dela. Ora, essa jovem não pode admitir para si esses desejos, pois eles não são compatíveis com a autoimagem de pessoa sexualmente pura que ela possui. É aí que entra a repressão. Para se defender das ideias homossexuais, essa moça inconscientemente impedirá que elas ganhem acesso à sua consciência.

E é exatamente isso que significa reprimir (recalcar): impedir que determinadas ideias se tornem conscientes.

Qual é o problema na utilização desse mecanismo? O problema é que, ao bloquear o acesso de certas ideias na consciência, a gente perde a possibilidade de analisá-las, tratá-las e, eventualmente, descartá-las.

É muito simples. Veja: eu só consigo jogar fora um objeto que não desejo mais utilizar se eu SOUBER que essa coisa está na minha casa e, portanto, puder avaliar se vale a pena ficar com ela ou não. Se esse objeto estiver escondido, não tem como eu descartá-lo. Óbvio.

Da mesma forma, a jovem do exemplo acima não terá a oportunidade de renunciar aos desejos homossexuais (como provavelmente gostaria tendo em vista seus ideais), pois não se permite reconhecê-los.

Vejam que curioso: ela, que percebe a homossexualidade como incompatível com a imagem de si, está paradoxalmente CONSERVANDO em sua alma os pensamentos homossexuais na medida em que decidiu não olhar para eles à luz da consciência.


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