Esse corte foi extraído da nossa última aula AO VIVO de segunda-feira na CONFRARIA ANALÍTICA.
Hoje, a partir das 20h, teremos mais um encontro.
Estamos estudando linha a linha o texto de Freud “Sobre o narcisismo: uma introdução”.
Te vejo lá!
Participe, por apenas R$39,99 por mês, da CONFRARIA ANALÍTICA, uma comunidade exclusiva, com aulas semanais ao vivo comigo, para quem deseja estudar Psicanálise de forma séria, rigorosa e profunda.
Atualmente, lá na CONFRARIA ANALÍTICA, nós estamos estudando o artigo de Freud “Sobre o narcisismo: uma introdução”, de 1914.
Neste momento, estamos na parte do texto em que o autor desenvolve o conceito de “eu ideal” para explicar o que acontece conosco depois que abandonamos o narcisismo primário.
— “Narcisismo primário”? Que trem é esse, Lucas?
Deixe eu explicar isso para você em Humanês:
Do ponto de vista do Freud, no início da vida nós só temos olhos para nós mesmos.
Ainda incapazes de reconhecer que há um mundo externo que funciona independentemente de nós, vivemos temporariamente a ilusão de que somos a única coisa que existe.
Por exemplo: se temos fome e a mãe vem nos alimentar, vivenciamos essa experiência como se o seio dela tivesse sido criado pela força do nosso desejo.
Nessa fase inicial da vida, fazemos tudo o que queremos, na hora em que queremos e nossas necessidades são satisfeitas sem que precisemos nos esforçar para isso.
É essa condição original paradisíaca em que nada além de nós parece existir que Freud chama de NARCISISMO PRIMÁRIO.
Obviamente — como qualquer pessoa de bom senso é capaz de perceber — o bebê só pode vivenciar essa ilusão temporária se estiver sendo cuidado por pais suficientemente bons.
Mas isso é assunto para outro dia.
O que eu quero comentar aqui é o que acontece quando a gente sai do narcisismo primário.
Sim, porque chega uma hora em que a realidade bate na porta, né?
Depois de algum tempo, uma mãe normal começa a demorar um pouco mais para ir amamentar o bebê. Afinal, ela volta a ter outros interesses para-além do filho.
Outrossim, espera-se que a criança aprenda a se expressar não mais do jeito que quer (com choros, gestos e sons desarticulados), mas conforme as REGRAS da língua MATERNA.
Enfim, somos inevitavelmente expulsos do paraíso narcísico.
O problema é que a gente fica com muita saudade dessa época.
Época em que a gente sentia que era exatamente… como deveríamos ser.
Por conta dessa nostalgia do narcisismo primário, cada um de nós cria uma imagem idealizada de si mesmo — é o que Freud chama de “eu ideal”.
Reconhecendo que não podemos viver sem nos submetermos às regras do jogo impostas pelo Outro (papai, mamãe, a sociedade de forma geral), imaginamos uma versão de nós mesmos que se sai PERFEITAMENTE BEM nesse jogo.
É por amor a esse eu ideal que a gente acaba sufocando certos desejos reais e espontâneos simplesmente porque se mostram incompatíveis com ele.
O anseio narcísico de voltar a nos sentirmos perfeitos e adequados faz com que passemos a vida inteira correndo atrás do eu ideal e sofrendo por não conseguir alcançá-lo.
Até que a gente encontra um psicanalista.
E descobre que dá para viver sem correr…
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Esse corte foi extraído da nossa última aula AO VIVO de segunda-feira na CONFRARIA ANALÍTICA.
Hoje, a partir das 20h, teremos mais um encontro.
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Não é por acaso que esta sexta-feira é chamada “Sexta-feira da Paixão”.
Com efeito, uma das traduções de PATHOS, a palavrinha grega da qual se origina o termo paixão, é SOFRIMENTO e a cristandade rememora hoje justamente a dor implicada no sacrifício redentor do Messias.
Paixão, portanto, pode ser sinônimo de padecimento, martírio, aflição…
Qualquer pessoa que já se apaixonou na vida — e não teve seu amor correspondido — sabe muito bem disso.
Por outro lado, quem teve a sorte de contar com o desejo recíproco do objeto amado pode atestar a alegria indizível que emerge, feito torrente, de um coração apaixonado — incontrolável, avassaladora, deliciosamente angustiante.
Será que podemos traduzir essa avalanche emocional que está em jogo na paixão em termos metapsicológicos?
Em outras palavras, será que a Psicanálise pode explicar a paixão?
Essa pergunta é pertinente porque, quando estamos apaixonados, nosso psiquismo sofre alterações profundas que beiram os limites da loucura.
Por exemplo: a gente passa a enxergar a pessoa que amamos como perfeita, sem mácula, indefectível (com ou sem o vestidinho preto de Chico Amaral e Samuel Rosa).
A coisa é tão maluca que, em certos casos, a gente é capaz até de cometer crimes se isso for do agrado do objeto que agora manda e desmanda em nosso coração.
Só quem nunca se apaixonou pode colocar isso em dúvida.
De fato, no início dos anos 2000, um rapaz foi capaz de, juntamente com seu irmão, esp4nc4r os pais de sua namorada até a m0rt3 atendendo a um pedido dela…
Quem soube muito bem capturar esse estado de semiloucura gerado pela paixão foi a escritora portuguesa Florbela Espanca, no poema “Fanatismo”, brilhantemente musicado por Fagner.
Nos últimos versos ela diz, dirigindo-se ao objeto amado:
“Ah! podem voar mundos, morrer astros,
Que tu és como Deus: princípio e fim!…”
Mas, e então, será que a Psicanálise explica esse desvario do apaixonamento?
A resposta é… Sim! E quem está na Confraria Analítica receberá ainda hoje uma aula especial justamente sobre esse tema.
Te vejo lá!
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Eu ideal e ideal do eu são conceitos que costumam causar certa desorientação em quem está começando a estudar a teoria psicanalítica.
São nomes diferentes para a mesma coisa ou se trata de fenômenos distintos?
Ao que parece, para Freud, Idealich (eu ideal) e Ichideal (ideal do eu) eram mais ou menos intercambiáveis.
Foram autores pós-freudianos, como Lacan, por exemplo, que perceberam corretamente que são processos psíquicos diferentes.
De modo geral, passou-se a considerar como o eu ideal a IMAGEM idealizada de nós mesmos que forjamos como compensação pela saída do narcisismo primário.
Deixa eu explicar isso direitinho:
Normalmente, na fase inicial do desenvolvimento que Freud denomina de “narcisismo primário” não existe nenhuma diferença entre aquilo que somos e aquilo que o Outro (os pais) deseja que sejamos.
Até porque, no início da vida, o Outro não tem muitas expectativas sobre nós. Ele nos ama de graça; acha bonitinho e engraçadinho tudo o que fazemos.
Essa situação faz com que o bebê se sinta o ser mais poderoso, lindo e desejado do universo!
Na verdade, não é bem assim: em “condições normais de temperatura e pressão”, quando o Outro faz o seu papel de cuidador direitinho, a gente nem percebe, enquanto bebês, que os pais existem.
Temos a ilusão de que somos nós mesmos quem criamos o seio que nos alimenta simplesmente com a força do nosso desejo de mamar!
Pois bem, essa ilusão de onipotência vivida nesse estado maravilhoso de plenitude em que nos sentimos a única bolacha do pacote… acaba.
Acaba porque, depois de alguns meses, o Outro volta a ter outros interesses para-além de nós e acaba também porque esse Outro, que até então achava tudo o que a gente fazia a coisa mais linda do mundo, começa a…exigir coisas.
Ele passa a pedir, por exemplo, que a gente se conforme a certas regras sociais.
Resultado: a gente começa a ter saudade daquela época em que éramos superpoderosos e plenamente amados sem precisar fazer nada para conseguir isso.
É aí que nasce o eu ideal…
Vamos continuar essa conversa na Confraria Analítica? Quem está na comunidade, receberá ainda hoje uma aula especial sobre a distinção entre eu ideal e ideal do eu.
Te vejo lá!
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No capítulo VII do livro “Psicologia das massas e a análise do eu”, de 1921, Freud afirma que “A identificação é conhecida pela psicanálise como a mais remota expressão de um laço emocional com outra pessoa”.
Identificar-se com alguém significa tomar para si características e traços que são de outra pessoa. Em outras palavras, trata-se de um processo psíquico em que eu inconscientemente passo a “imitar” o outro.
É o que acontece, por exemplo, quando uma criança começa a falar de forma muito semelhante a um colega da escola ou quando uma moça que outrora odiava música sertaneja se torna fã desse estilo musical que, “coincidentemente” é o preferido da amiga por quem está apaixonada.
Portanto, o que Freud está dizendo lá em “Psicologia das massas…” é que o modo mais básico que utilizamos para nos relacionarmos com as pessoas é trazendo para dentro do nosso eu traços que são do outro.
Nesse sentido, aquilo que eu chamo de “minha personalidade”, ou seja, o conjunto de atributos que caracterizam quem sou, no fim das contas é uma mistura de traços de outras pessoas.
Ainda naquele texto, Freud distingue três modalidades de identificação:
A primeira é aquela em que eu tomo o outro como ideal, ou seja, em que eu me identifico com a pessoa porque quero ser como ela. O garotinho que passou a falar de modo muito parecido com seu colega pode ter começado a agir assim porque queria ser tão popular quanto ele.
A segunda acontece como uma reação à perda de uma pessoa amada ou em função da impossibilidade de acesso a ela. Nesse caso, eu me identifico com o outro porque não posso tê-lo. A jovem que passou a gostar de música sertaneja pode ter feito essa identificação com a moça por quem está apaixonada justamente porque não pode reconhecer seu desejo por ela devido a razões morais.
A terceira modalidade de identificação é que acontece quando nos vemos na mesma situação que outra pessoa ou percebemos ter algum elemento em comum com ela. Um rapaz, por exemplo, pode começar a ter sintomas depressivos quase idênticos aos que seu primo apresenta após saber que o familiar, assim como ele, sofreu uma grande decepção amorosa recente.
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