[Vídeo] Como funciona o masoquismo moral?

Esta é uma pequena fatia da aula “LENDO FREUD 26 – Freud e os três tipos de masoquismo” que já está disponível no módulo AULAS TEMÁTICAS – FREUD da CONFRARIA ANALÍTICA.


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Freud e os três tipos de masoquismo

Há pessoas que parecem gostar de sofrer, né?

Talvez você mesmo seja uma delas.

São pessoas para as quais a gente olha de fora e pensa:

“Caramba, fulano não precisava estar passando por isso. Por que ele continua nessa situação tão ruim se pode muito bem sair dela?”.

Naturalmente, tendemos a pensar que o sujeito deve estar obtendo algum tipo de ganho que escapa à nossa percepção imediata.

E é isto mesmo!

Se uma pessoa não evita uma determinada dor mesmo tendo a capacidade de fazê-lo, é porque tal dor é necessária para a obtenção de um satisfação muito desejada.

Veja o caso, por exemplo, de gente que, como eu, pratica diariamente exercícios de musculação.

Eles são monótonos, extenuantes, por vezes dolorosos e… perfeitamente evitáveis. Ninguém nos obriga a fazê-los.

No entanto, nos submetemos voluntariamente a tal desprazer porque, só por meio dele, conseguimos o prazer narcísico da saúde e da boa forma física.

A mesma lógica vale para pessoas que praticam jogos εróticos nos quais são amordaçadas, humilhadas, chicoteadas etc.,

A dor, nesses casos, nada mais é que um… afrodisíaco.

Mas e uma pessoa que permanece num namoro tóxico mesmo tendo condição de terminar a relação, Lucas?

Neste caso, o sofrimento também é um meio que ela utiliza para obter algum tipo de satisfação?

Perfeitamente!

Em todas essas situações (musculação, brincadeiras εróticαs, permanência em relacionamentos complicados) vemos a presença multifacetada do MASOQUISMO.

Na aula publicada hoje na CONFRARIA ANALÍTICA, intitulada “LENDO FREUD 26 – Freud e os três tipos de masoquismo” e já disponível no módulo AULAS TEMÁTICAS – FREUD, eu explico os três tipos de masoquismo identificados por Freud.

Ao entendê-los, você vai enxergar de outra forma por que certas dores se repetem na sua vida e na dos seus pacientes.

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Você evita mudar pelo medo de como vai se ver depois?

Quem vê de fora acha que Everton gosta de sofrer.

O rapaz é filho único e tem 28 anos.

Embora esteja num emprego público, estável e ganhe o bastante para viver de forma independente, ele ainda mora com os pais.

— Morando sozinho eu gastaria muito mais. Prefiro economizar enquanto ainda estou solteiro.

É isso o que costuma dizer para seus amigos.

À primeira vista, parece uma decisão até razoável, né?

O problema é que a relação de Everton com o genitor é péssima.

O rapaz se esforça para evitar brigas, mas muitas vezes não consegue se conter diante das constantes agressões verbais proferidas pelo pai.

— Esqueceu de trancar o portão de novo, seu animal?

É daí para baixo…

Paulo, melhor amigo de Everton, não se conforma:

— Cara, o que você está esperando para sair de lá? Até quando vai ficar aguentando seu pai falar essas coisas? Mete o pé logo!

De fato, volta e meia o rapaz pensa em alugar um apartamento e se mudar.

Mas é sempre tomado pela ansiedade ao se imaginar vivendo de forma completamente independente.

Embora contribua bastante com o custeio das despesas de casa, é o pai quem gerencia todas as contas. Everton só faz um Pix para ele todos os meses.

Diferentemente da maioria de seus amigos, o rapaz não cresceu nutrindo o anseio de se tornar logo adulto para gozar da liberdade de fazer suas próprias escolhas.

Por odiar o pai controlador e autoritário, Everton identificou-se com o caráter submisso e passivo da mãe, tornando-se um homem tímido e inseguro.

Inconscientemente, o rapaz tem medo de ser independente, livre, autônomo, pois associa tais características à figura paterna, de quem sempre quis se distanciar.

Para não correr o risco de se tornar minimamente parecido com o pai, Everton, paradoxalmente, aceita continuar se submetendo às ofensas e desmandos dele.

Será que algo parecido está acontecendo com você?

Será que você resiste a fazer certas mudanças em sua vida pelo medo da imagem que terá de si mesmo depois que elas forem colocadas em prática?

***

Se esse texto fez você refletir sobre si mesmo, imagine ter 50 lições assim, diretas e profundas, para transformar a forma como você se enxerga.

No meu livro “Entenda-se: 50 lições de um psicanalista sobre saúde mental”, eu reuni anos de estudo e clínica para ajudar você a se entender melhor, de um jeito claro, humano e aplicável à vida real.

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O ódio pode ser apenas uma disfarce para o amor

Lacan costumava dizer que a angústia é o único afeto que não engana.

Essa máxima pode ser interpretada de diversas formas. Por exemplo:

Podemos dizer que a angústia não engana porque, do ponto de vista lacaniano, ela sempre sinaliza a presença simultânea do desejo.

Outra interpretação possível é a de que a angústia não engana porque nunca aparece como um disfarce para outros sentimentos.

Em outras palavras, para Lacan, angústia seria sempre angústia mesmo.

— Uai, Lucas, mas existem emoções que não são, de fato, elas mesmas?

Sim, caro leitor. O corolário da proposição lacaniana é o de que, com exceção da angústia, todos os afetos podem nos enganar.

Pense, por exemplo, no ódio.

Em princípio, se Pedro odeia Paulo, podemos deduzir que Pedro quer manter Paulo longe de si e, no limite, deseja até que Paulo deixe de existir.

No entanto, conhecendo a vida de Pedro mais profundamente, podemos acabar constatando que ele não consegue deixar de pensar em Paulo.

Ao invés de afastá-los, o ódio os manteve intensamente ligados — efeito que esperaríamos que fosse produzido por outro afeto: o amor.

Como explicar esse paradoxo?

Uma possibilidade é interpretar o ódio que Pedro experimenta como uma máscara para o amor que ele tem por Paulo.

Amor que, por N razões, não pode se manifestar explicitamente.

Portanto, o ódio pode ser enganoso: Pedro acha que não quer ver Paulo nem pintado de outro, mas, na verdade, o ama profundamente.

Se você quiser um exemplo concreto de como o amor pode se disfarçar por meio do ódio, assista à AULA ESPECIAL publicada hoje (sexta) na CONFRARIA ANALÍTICA.

Trata-se de mais uma aula do módulo ESTUDOS DE CASOS, em que comento casos clínicos reais enviados por alunos da nossa escola.

Você vai conhecer a história de Anderson, um rapaz que atravancou a própria vida por nutrir, com toda a força da paixão amorosa, o ódio por seu pai.

O título da aula é “ESTUDOS DE CASOS #11 – Anderson: do ódio pelo pai ao gozo masoquista” e ela já está disponível no módulo ESTUDOS DE CASOS.


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A fonte oculta de prazer na depressão

O médico e psicanalista alemão Karl Abraham, um dos primeiros alunos de Freud, escreveu essas palavras num artigo de 1911 chamado “Notas sobre a investigação e o tratamento psicanalíticos da psicose maníaco-depressiva e estados afins”.

Quatro anos depois, no texto “Luto e Melancolia”, Freud também chegaria à conclusão de que há, de fato, um gozo masoquista na melancolia (depressão grave).

No artigo, o pai da Psicanálise explica o que leva uma pessoa a se refugiar nessa forma tão autodestrutiva de satisfação.

Na semana passada, na CONFRARIA ANALÍTICA, começamos a estudar “Luto e Melancolia” linha a linha, parágrafo por parágrafo, e hoje teremos nossa segunda aula ao vivo sobre esse texto, a partir das 20h.

Esta nova série de aulas ao vivo será, para os alunos, uma verdadeira IMERSÃO no estudo das depressões graves e do comportamento suycid4.

Até mais tarde!


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Disciplina: o gozo com o sacrifício


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[Vídeo] Para onde vão seus impulsos sádicos e masoquistas?

Freud propôs que impulsos de natureza sádica, ou seja, impulsos de dominação, e impulsos de caráter masoquista, isto é, impulsos de se fazer dominar, fossem considerados componentes naturais e espontâneos da nossa sexualidade e que, portanto, estariam presentes em todas as pessoas, não só nos sádicos e masoquistas.


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Você se sente o tempo todo desrespeitado no seu relacionamento?

Num relacionamento amoroso, pessoas que apresentam uma personalidade DOMINADORA se sentem muito à vontade para praticarem atos de desrespeito, como invadir o espaço do parceiro ou proferir palavras grosseiras e agressivas.

Como são mais independentes, elas não se preocupam com o possível sofrimento que vão provocar no outro porque não têm medo de serem deixadas.

Pelo contrário: se o parceiro se queixa de estar sendo desrespeitado, o sujeito dominador é o primeiro a dizer “OK, não está satisfeito? Então, vamos terminar.”.

Além disso, o dominador tem uma resistência patológica a reconhecer os próprios erros.

Por isso, jamais se percebe como desrespeitoso. Na cabeça dele, todos os seus atos, por mais agressivos e violentos que sejam, são apenas reações compreensíveis a erros cometidos pelo parceiro.

Ele nunca tem culpa de nada.

Geralmente tais pessoas só conseguem manter relacionamentos de longo prazo com parceiros que são o oposto delas, ou seja, que, ao invés de dominadores, são submissos, dependentes e se culpam com muita facilidade.

Tais parceiros aceitam os desmandos, invasões e abusos do dominador por basicamente duas razões que se complementam:

(1) Não conseguem se perceber como pessoas autônomas e capazes de tocar a própria vida sozinhas. Por isso, se iludem acreditando que não conseguirão viver sem o parceiro.

(2) Nutrem uma admiração, um encantamento, um tesão mesmo pela assertividade, força e independência que o sujeito dominador demonstra.

— Lucas, você acabou de me descrever. O que eu devo fazer?

Já sabe minha resposta, né?

Você precisa fazer terapia, ora bolas!

É preciso tratar essa imaturidade que não lhe permite se perceber como uma pessoa independente e elaborar esse tesão masoquista pelo comportamento dominador.

— Se eu me tratar, Lucas, será que meu parceiro vai mudar? Será que ele vai passar a me respeitar?

Pode ser que sim, pode ser que não, mas o fato é que VOCÊ vai mudar.

Vai mudar tanto que se ele não conseguir suportar a mudança e quiser terminar, você terá a segurança e a tranquilidade de poder dizer:

Já vai tarde.


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[Vídeo] O que está por trás do sentimento de inferioridade?

Neste vídeo: entenda a dinâmica psíquica inconsciente que está na raiz do sentimento de inferioridade.


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Tesão pelo controle: o segredo dos disciplinados

Pessoas desorganizadas, que não conseguem seguir uma rotina e vivem procrastinando tarefas costumam admirar indivíduos disciplinados.

Ao mesmo tempo, têm dificuldade para entendê-los:

— Como você consegue acordar no mesmo horário todos os dias?

— Como consegue não assaltar a geladeira numa noite de insônia?

— Como consegue deixar de comer um docinho depois do almoço?

— Como consegue fazer atividade física todos os dias?

Essas são algumas das perguntas que os disciplinados costumam ouvir dos indisciplinados.

Quem não consegue ter disciplina imagina que a vida dos disciplinados é constituída puramente de sofrimento, sacrifícios e privações.

É essa falsa crença que deixa os indisciplinados atônitos.

Na cabeça deles, disciplina é sinônimo apenas de frustração e falta de prazer. Assim, não conseguem entender como uma pessoa se submete voluntariamente a isso.

O que não percebem é que a obediência a uma rotina e a privação de determinadas delícias como bebidas, comidas e horas a mais de sono podem ser fonte de MUITA SATISFAÇÃO.

Trata-se de um tipo de gozo que não vem exatamente na forma de prazer sensorial, mas que é vivido como alegria por quem é disciplinado.

É a satisfação que brota do CONTROLE sobre o próprio corpo, sobre os próprios impulsos e sobre o cotidiano.

É óbvio que há uma boa dose de masoquismo e defesas obsessivas em jogo, mas qual é o problema? Todo o mundo tem seus tesõezinhos perversos e suas defesas…

O fato é que, ao contrário do que pensam os indisciplinados, quem consegue ter disciplina GOZA com essa quase “tortura” autoinfligida, como os mártires antigos que cantavam louvores a Deus enquanto eram queimados.

Portanto, o segredo dos disciplinados não é nenhuma dessas bobagens de “força de vontade”, “mindset” etc.

O que diferencia uma pessoa que consegue ter disciplina de outra que não consegue é que a primeira tem um tesão danado em se conter, se privar, se controlar.

Ninguém daria conta de manter uma rotina e evitar cotidianamente prazeres se não GOZASSE com isso…


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O gozo masoquista do sentimento de inferioridade

Em minha experiência clínica com estudantes universitários frequentemente me deparo com jovens que sofrem com o sentimento de inferioridade.

Tal sentimento costuma aparecer em função da COMPARAÇÃO feita pelo sujeito entre o seu desempenho acadêmico e a performance mais alta de certos colegas.

Em outras palavras, é como se o aluno ficasse o tempo todo dizendo para si: “Olha como eles são melhores do que eu. Sou um burro mesmo!”

Pode não parecer, mas há uma satisfação mórbida nesse tipo de pensamento…

Com efeito, quando me insulto e me menosprezo, estou fazendo uso do mesmo impulso agressivo que utilizo para insultar e agredir verbalmente outras pessoas.

Assim, a autodepreciação sempre vem carregada de um gozo masoquista que costuma ser o resultado da transformação de um impulso que originalmente era sádico.

Explico:

A tendência primária que temos ao NOS COMPARARMOS com pessoas que são melhores do que nós é a de ODIÁ-LAS.

Sim, odiá-las por terem competências que não temos, mas gostaríamos de ter. Qualquer pessoa honesta consigo mesma é capaz de admitir isso.

No fundo, gostaríamos que o colega melhor não existisse ou, pelo menos, não fosse tão bom.

Se isso acontecesse, não nos sentiríamos inferiores.

Como tal desejo não pode se realizar, os impulsos agressivos que dirigimos à pessoa invejada permanecem insatisfeitos no interior da alma.

E é aí que entra o gozo masoquista: incapazes de tirar do caminho aqueles que são melhores do que nós, passamos a depreciar A NÓS MESMOS para descarregar o ódio que, na origem, era dirigido a eles.

Em outras palavras, é como se a gente pensasse: “Já que não posso destruir esse outro que me provoca inveja, destruirei o meu próprio eu”.

É dessa transformação do sadismo em masoquismo que brotam pensamentos autodestrutivos do tipo:

“Eu não presto para nada”.

“Eu sou um m3rda”.

“Eu serei um péssimo profissional”.

Por outro lado, é preciso salientar que toda essa dinâmica emocional só aparece em função da COMPARAÇÃO.

Quando nos colocamos voluntariamente numa relação de rivalidade imaginária com o outro, o resultado é sempre esse: sadismo ou masoquismo.


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[Vídeo] O enlace doentio do masoquista inconsciente com seu carrasco

Não é por acaso que pessoas que carregam um sentimento crônico de culpa se envolvam amorosamente com indivíduos acusadores e vitimistas.


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Quem vive culpado está sempre procurando um carrasco para chamar de seu

Quando estamos com medo de um cachorro e nos aproximamos dele, há uma grande chance de que ele comece a latir.

Isso acontece porque o cão é “programado” biologicamente para emitir uma reação de defesa (o latido) quando identifica uma possível ameaça no ambiente. De fato, uma pessoa com medo pode reagir agressivamente para se defender e os doguinhos instintivamente sabem disso. Assim, latem para tentar afugentar o possível agressor.

Mas como é que os cachorros sabem quando uma pessoa está com medo? Simples: pelos sinais corporais involuntários que emitimos quando estamos sentindo essa emoção, como, por exemplo, tensão muscular, postura, expressão facial etc. O animal é biologicamente preparado para detectar e interpretar esses sinais como indicativos de medo e, portanto, de uma chance de ser atacado.

Processos semelhantes a esses acontecem nas relações humanas. Com efeito, também somos capazes de “farejar” a configuração psicológica das pessoas e reagir “instintivamente” com base nesse “faro”.

Por razões de espaço, não posso dar inúmeros exemplos (embora eles existam), mas vou me focar em um: a relação entre o indivíduo que carrega consigo um sentimento de culpa crônico e aquele que gosta de botar a culpa nos outros. Quando eles se encontram, é batata: dá match!

É impressionante constatar a facilidade que pessoas culpadas têm para encontrarem parceiros amorosos vitimistas, que estão sempre culpabilizando o mundo por seus infortúnios. Quem não conhece aquela pobre mulher acanhada, passiva, que está sempre pedindo desculpas e licença por onde passa e que está namorando ou casada com um homem duro, controlador, que sempre coloca a culpa nela por todos os problemas que acontecem na vida deles?

Inconscientemente, o sujeito culpado vive preso à fantasia masoquista de que precisa estar sempre sendo punido e humilhado. Ora, para que essa fantasia possa ser encenada, é preciso encontrar um carrasco. E é exatamente isso o que o culpado faz: assim como um cão que “fareja” medo, ele “instintivamente” escolhe para estar ao seu lado EXATAMENTE aquela pessoa que lhe dá todos os sinais de que saberá puni-lo diuturnamente…


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Você se tornou o sádico de si mesmo?

A experiência psicanalítica evidencia que todos nós possuímos impulsos sádicos.

Isso significa que todo o mundo tem um tesão natural em dominar, vencer, subjugar, exercer poder sobre os outros.

Ah, Lucas, eu acho que eu não tenho isso. Na verdade, eu me sinto até mal quando me encontro numa situação de vantagem sobre outra pessoa.

Isso pode indicar que você reprimiu seus impulsos sádicos. Isso mesmo. Como nossa cultura tende a associar agressividade a violência, muitos pais levam seus filhos a encararem seus impulsos sádicos como tendências horríveis que precisam ser extirpadas. Dessa forma, muitas crianças se veem forçadas a reprimir sua agressividade para não sofrerem punição dos pais.

A repressão também pode acontecer em virtude da expressão violenta dos impulsos sádicos por parte de um dos pais ou de ambos. Assustada pelas agressões parentais, a criança olha para sua própria agressividade como uma tendência perigosa e, por conta disso, reprime a expressão dela.

O problema com a repressão dos impulsos sádicos é que ela não faz apenas a pessoa se tornar frágil e inofensiva. A agressividade reprimida se volta contra o próprio sujeito e ele passa a ser sádico contra si mesmo, punindo-se, sacrificando-se, torturando-se do mesmo jeito que um sádico faz com seu parceiro masoquista.

É por isso que geralmente aquelas pessoas que são vistas e se veem como “incapazes de fazer mal a uma mosca” geralmente são excessivamente autocríticas e se veem sempre como piores do que os outros. Como seus impulsos sádicos foram reprimidos, elas não podem contar com eles como estímulos para a busca da vitória, do crescimento, da força, mas são obrigadas a gozar com eles por meio da derrota, do autodesprezo e da fraqueza.

Para tais indivíduos, domínio é sinônimo de maldade. Então, para não se verem como más, elas se privam de buscar o aumento da própria potência. Mas como a agressividade foi só reprimida e não eliminada, o sujeito acaba se tornando o algoz de si mesmo, a vítima de seus próprios impulsos sádicos.

Você acha que isso acontece com você ou conhece alguém que está nessa condição?


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O que você fez com seu sadismo e seu masoquismo?

Masoquismo designa originalmente um modo de obtenção de prazer sexual por meio da submissão a experiências de dor e humilhação.

Há algumas pessoas, inclusive, que só conseguem chegar ao orgasmo dessa forma. Essas precisam necessariamente encontrar alguém que esteja disposto a encenar o papel complementar ao do masoquista, isto é, o papel do sádico, aquele que obtém prazer sexual por meio da dominação e da aplicação de dor sobre o outro.

Embora a maioria das pessoas não precise necessariamente estar em alguma dessas posições para gozar, sabemos que níveis leves ou moderados de sadismo e masoquismo são encontrados com muita frequência nas relações sexuais.

Atento a essa indiscutível constatação, Freud propôs que impulsos de natureza sádica, ou seja, impulsos de dominação, e impulsos de caráter masoquista, isto é, impulsos de se fazer dominar, fossem considerados componentes naturais e espontâneos do nosso instinto sexual e que, portanto, estariam presentes em todas as pessoas, não só nos sádicos e masoquistas.

Essa proposição é revolucionária. Com efeito, se todos nós somos habitados (desde a infância) por impulsos sádicos e masoquistas, é preciso verificar quais são os destinos que damos a esses impulsos. Uma criação saudável ajuda a criança a integrá-los e utilizá-los a seu favor, sobretudo nas relações interpessoais (ela consegue, com naturalidade, por exemplo, dominar quando preciso e obedecer quando necessário). Por outro lado, uma educação coercitiva pode levar o menino ou a menina a reprimirem tais inclinações para o Inconsciente, fazendo com que a força delas aumente de forma significativa.

O resultado, nesse segundo caso, será a expressão do sadismo e do masoquismo de forma neurótica e sintomática. Não raro, por exemplo, vemos pessoas que, forçadas a reprimirem seus impulsos sádicos e masoquistas na infância, se tornam adultos medrosos, que expressam sua fantasia sadomasoquista reprimida nas relações interpessoais. Tais indivíduos estão sempre “procurando” alguém que, para eles, possa encarnar o papel do sádico dominador (que nunca puderam ser) e eles próprios estão frequentemente se colocando, a contragosto, na posição de masoquistas submissos.