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Certa vez, um jovem muito rico se aproximou de um sábio judeu e lhe perguntou:
— Mestre, o que preciso fazer para ser uma pessoa boa?
O sábio intuiu que o rapaz só queria uma oportunidade para se exibir diante do grupo que ali estava. Mas, mesmo assim, resolveu dar corda:
— Ah, você já sabe, meu caro: seja leal, não minta, respeite seus pais, não faça mal às pessoas, essas coisas…
Essa era a deixa que o rapaz precisava.
Ele olhou para todos à sua volta, estufou o peito, e com a empáfia típica daqueles que sofrem de autoengano, disse ao sábio:
— Que bom saber disso, mestre! Eu sempre agi assim, desde que era criança. Então, não me falta nada para ser uma pessoa boa!
Olhando fixo para o horizonte, o sábio respondeu:
— Bem… Acho que falta só uma coisa, meu amigo, só uma coisa. Você é um homem muito próspero, né? Mas, para ser uma pessoa boa de verdade, não pode ter apego a todo o dinheiro que ganhou. Por isso, vou lhe propor um desafio.
— De… desafio? Como assim? — disse o rapaz desconcertado.
— Sim, um desafio: venda todos os seus bens e doe o dinheiro. Se fizer isso, não lhe faltará mais nada para ser uma pessoa realmente boa.
O sábio já sabia que o vaidoso mancebo não seria capaz de cumprir o desafio. Por isso, não se surpreendeu ao vê-lo afastar-se dali cabisbaixo e entristecido.
— Estão vendo? — disse o mestre para o grupo que o acompanhava — É impossível ser uma pessoa boa. Sempre falta alguma coisa que a gente não dá conta de fazer…
A postura do jovem rico ilustra muito bem a dinâmica psíquica da neurose: seduzido pelas cobranças e exortações do superego e querendo narcisicamente ser amado por ele, o neurótico acredita que é possível atingir seus ideais.
Por isso, acaba se obrigando a recalcar certos desejos que não se encaixam nesses ideais. E, ao fazer isso, ele está se enganando, pois recalcar nada mais é que fingir que certas coisas, em nós mesmos, não existem.
Para sustentar sua imagem ilusória de boa pessoa, aquele rapaz precisou recalcar o imenso amor que tinha por suas posses. Esses obsessivos…
O sábio, porém, adotando uma postura muito semelhante à de um psicanalista, ajudou o mancebo a se confrontar com essa dimensão de si mesmo que ele não queria enxergar.
O resultado foi uma espécie de luto, você percebeu?
O jovem saiu da conversa abatido, desolado, pesaroso. Com efeito, a imagem idealizada de si mesmo como boa pessoa havia sido delicadamente destruída.
Por outro lado, após aquele diálogo, ele provavelmente se tornou um sujeito mais livre, pois a confrontação com seus limites internos tirou-lhe dos ombros o anseio de se conformar ao ideal superegoico.
Ao perceber que não conseguiria ser uma pessoa boa, o rapaz talvez tenha ganhado a chance de ser suficientemente bom.
É esse duplo efeito — luto e libertação — que a Psicanálise produz no tratamento da neurose.
Enquanto assiste consternado ao falecimento do eu ideal com o qual se identificava, o paciente passa a se enxergar com mais honestidade e, assim, se torna livre para ser, simplesmente, o que dá conta de ser.
⚖️ Entre o ideal de perfeição e a possibilidade de ser “suficientemente bom”, está o trabalho analítico.
👉 Na Confraria Analítica, você encontra aulas semanais que aprofundam esse tipo de reflexão, unindo teoria e clínica.
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Ao contrário do que muita gente pensa, Freud não defendia que as pessoas saíssem por aí realizando todos os seus desejos.
— Mas, Lucas, ele não dizia que o adoecimento psíquico era causado justamente pela repressão de certos desejos?
Mais ou menos, mais ou menos…
Em primeiro lugar, Freud descobriu que a repressão é um mecanismo central de um tipo específico de adoecimento (a neurose), não de todos.
Em segundo lugar, reprimir um desejo não significa simplesmente deixar de realizá-lo.
Significa, acima de tudo, fingir para si mesmo que ele não existe, mas continuar alimentando-o inconscientemente.
Quando isso acontece, a pessoa perde o controle consciente sobre o desejo e acaba sendo… controlada por ele sem perceber.
— Por que “sem perceber”, Lucas?
Ora, porque depois de reprimir, o sujeito tranca a porta da sua consciência, forçando o desejo a retornar para sua vida de forma clandestina, disfarçada.
Os sintomas neuróticos (pensamentos intrusivos, medos exagerados, dores inexplicáveis etc.) são alguns dos disfarces utilizados pelo desejo reprimido.
— Mas por que o desejo retorna?
Porque, como eu disse antes, ele continua sendo alimentado no inconsciente, pois uma parte da pessoa quer muito realizá-lo.
A repressão é só uma forma que ela encontra de continuar fantasiando com o desejo longe do olhar vigilante da sua consciência moral.
— Uai, Lucas, mas então a saída não seria a pessoa parar de hipocrisia e realizar logo esse desejo?
De novo: mais ou menos…
Sim, o sujeito precisa “parar de hipocrisia”, ou seja, ter a coragem de desfazer a repressão e encarar o desejo de frente, conscientemente.
Esta é uma tarefa difícil, que exige tempo e amadurecimento. A psicanálise é justamente um método para ajudar a pessoa a fazer isso.
Contudo, parar de reprimir não significa obrigatoriamente colocar o desejo em prática. Isso pode até acontecer, mas não é necessário.
A luz da consciência pode, inclusive, enfraquecer o desejo, tornando-o menos atraente, de modo que o sujeito simplesmente renuncia a ele com tranquilidade.
Uma terceira saída é o que Freud chamava de sublimação:
A pessoa pode canalizar o desejo para atividades produtivas, criativas, religiosas, esportivas etc. e, dessa forma, neutralizar o conflito entre ele e sua consciência moral.
Portanto, o que adoece não é a falta de realização de certos desejos, mas a vã tentativa de jogá-los para debaixo do tapete e alimentá-los secretamente…
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Esta é uma pequena fatia da AULA ESPECIAL “Cinco mecanismos de defesa saudáveis” que já está disponível no módulo AULAS ESPECIAIS – TEMAS VARIADOS da CONFRARIA ANALÍTICA.
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É com esta frase que Freud sintetiza o resultado produzido pela Psicanálise no psiquismo de uma pessoa que a ela se submete.
No modelo teórico proposto pelo autor em 1923, o id designa a dimensão da nossa mente onde se encontram nossos impulsos e disposições naturais.
A experiência clínica de atendimento a pessoas neuróticas revelou a Freud que nós podemos adoecer emocionalmente quando, por medo, viramos as costas para o id.
É claro que não podemos nos entregar passivamente a nossos impulsos e disposições naturais. A vida em sociedade e o nosso próprio senso de autopreservação nos impedem de agir assim.
Desde a infância, a gente vai aprendendo a se conter, se controlar e a se adaptar aos limites impostos tanto por nossos valores quanto pela própria realidade.
Porém, nesse processo, podemos ser levados a olhar para nossas inclinações naturais como tendências perigosas que precisam ser reprimidas.
O resultado disso é catastrófico: ao reprimir um impulso, perdemos o controle sobre ele, pois reprimir significa justamente fingir que ele não existe.
Fora de controle, o impulso reprimido do id fica livre para “nadar de braçada” em sua vida.
E pior: como você não quer enxergá-lo, ele acaba se manifestando à força, justamente por meio do adoecimento emocional.
Quando um paciente neurótico procura terapia, é nesse estado que ele se encontra: dominado pelos impulsos do id para os quais tem medo de olhar.
Na Psicanálise, a gente ajuda o sujeito a perder esse medo.
Dessa forma, ele passa a dar conta de encarar o id e consequentemente se APROPRIAR dos impulsos que outrora reprimiu.
É por isso que Freud diz que “onde estava o id, ali estará o ego”:
Com efeito, ao perder o medo, o ego (o eu) consegue TOMAR POSSE daquelas “regiões” do id que, por terem sido reprimidas, estavam fora do seu controle.
O id só para de nos escravizar com sintomas quando tomamos a coragem de reconhecê-lo, afirmá-lo, valorizá-lo e, acima de tudo, conversar com ele.
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Muitas pessoas se habituaram a pensar que possuem uma “verdadeira essência” escondida por trás daquilo que efetivamente fazem.
A própria Psicanálise contribuiu para a formação dessa ideia com a descoberta de que nossos comportamentos são influenciados por pensamentos inconscientes.
Assim, muita gente procura um psicanalista na esperança de finalmente descobrir quem REALMENTE é, como se essa verdade estivesse oculta e precisasse ser desvelada.
Quem pensa dessa forma se esquece de outra descoberta crucial da Psicanálise: a de que o Inconsciente está SEMPRE falando — em alto e bom som.
— Como assim, Lucas?
Veja: os pensamentos que nós reprimimos e/ou mantemos reprimidos estão sempre retornando à nossa consciência de modo disfarçado.
Eles não ficam, como muita gente imagina, presos e guardados lá no Inconsciente.
A mocinha que tem inclinações homossequissuais reprimidas, por exemplo, está o tempo todo expressando-as de modo indireto, simbólico, metafórico.
Só é preciso ter olhos para ver.
A repugnância afetada diante de uma cena de beijo entre duas mulheres num filme pode muito bem ser a expressão pelo avesso do desejo não reconhecido.
Assim como a violência com que aquele rapaz se condena e se cobra pode revelar, nas entrelinhas, a ardente agressividade que ele insiste em tentar reprimir.
A repressão, senhoras e senhores, SEMPRE FRACASSA.
É como tentar se livrar do corpo de um pássaro morto guardando-o numa gaveta.
O cheiro do cadáver em decomposição inevitavelmente denunciará sua presença ali.
Por isso, se você quer descobrir a sua “verdadeira essência”, basta olhar para o que efetivamente diz, faz e pensa.
Ela não está enterrada num baú recôndito ao qual só se tem acesso depois de um longo processo de escavação.
A nossa verdade está aí, na nossa cara, gritando a plenos pulmões.
O problema é que a gente se nega a escutá-la.
E é por isso que a Psicanálise demora.
De fato, a gente precisa de um bom tempo para tomar coragem de olhar para a verdade e mais tempo ainda para se acostumar com o seu modo peculiar de falar.
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Uma das primeiras e mais importantes descobertas que Freud fez sobre o ser humano foi a de que todos nós somos apaixonados por nosso eu ideal.
Isso pode ser visto como muita clareza, por exemplo, nos casos que o médico vienense examina lá nos “Estudos sobre Histeria”.
Um deles é o de uma jovem que desenvolveu dores nas pernas porque escondeu de si mesma o desejo de ficar com o marido da irmã mais velha que acabara de falecer.
Por que essa paciente reprimiu esse impulso “talarico”?
Ora, por conta da paixão pela imagem idealizada que queria ter de si, ou seja, pelo amor que tinha por seu eu ideal.
De fato, pensar em pleno leito de morte da irmã “Agora meu cunhado está livre. Posso me casar com ele” não combinava muito com o modelo de moça 100% decente e virtuosa que ela queria encarnar.
Assim, na tentativa de caber no apertadíssimo vestido de seu eu ideal, a jovem fingiu para si mesma que o desejo de pegar o cunhado nunca havia lhe passado pela cabeça.
Resultado: adoeceu.
Adoeceu porque não quis se enxergar.
E não quis se enxergar porque estava mais apaixonada pela imagem idealizada de si do que pelo marido da irmã.
Isso também acontece com você e comigo, tá?
Todos nós construímos um modelo perfeitinho e imaginário de nós mesmos com base naquilo que vivenciamos e ouvimos na infância.
E aí passamos a vida inteira correndo atrás desse modelo e fazendo todo e qualquer sacrifício para nos tornarmos conformes a ele.
Tem gente que sacrifica o reconhecimento de sua vulnerabilidade porque quer porque quer se enxergar no espelho da alma como 100% forte e imbatível.
Tem gente, como a paciente de Freud, que sacrifica a afirmação de seu desejo em nome de um ideal hipócrita e inalcançável de suposta pureza.
E tem também aqueles que, fascinados pela imagem ideal de bonzinhos, vivem jogando para debaixo do tapete da consciência seus inevitáveis impulsos agressivos.
Um dos propósitos da Psicanálise é nos ajudar a perder essa paixão farisaica e escravizante pelo eu ideal — substituir o apego à imagem pelo amor à verdade.
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