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Primeiramente, é importante esclarecer uma coisa: ser vítima é diferente de SE VITIMIZAR.
Quando uma criança é espancada por sua mãe, ela é uma vítima de abuso. Quando uma mulher é ameaçada de morte por seu marido agressivo, ela está sendo uma vítima de violência. Quando uma pessoa preta é tratada com menosprezo em função da cor da sua pele, ela está sendo vítima de discriminação.
Isso é inegável. Muitas vezes na vida podemos sofrer injustamente por conta da ação de outras pessoas sobre nós.
Isso é ser vítima, ou seja, trata-se de uma CONDIÇÃO permanente ou temporária sob a qual somos colocados involuntariamente.
Vitimização é outra coisa. Vitimizar-se é uma decisão, um ato, um comportamento. Quando me vitimizo, estou ESCOLHENDO olhar para a vida da POSIÇÃO de vítima.
E qual é a posição da vítima? Ora, a que eu descrevi acima: quando somos REALMENTE vítimas, estamos numa situação de sofrimento que foge ao nosso controle.
Nesse sentido, quando me vitimizo, estou escolhendo olhar para a vida como se o rumo dos acontecimentos pelos quais eu passo não pudessem ser alterados pelas minhas decisões, como se eu fosse apenas um objeto docilmente manipulável pelos outros.
No fundo, quem se vitimiza tem medo da responsabilidade implicada em estar na posição de sujeito, ou seja, de um ente ativo. Ele não quer ter que lidar com as consequências de suas ações. Por isso, prefere acreditar que a responsabilidade por seu sofrimento é exclusivamente do mundo, do governo, do capitalismo, dos pais, de Deus…
O problema é que, para manter esse gozo com a passividade, o vitimista perde a possibilidade de efetivamente sair da condição de sofrimento. Como ele só se vê como oprimido, imagina que a única chance que tem de sair dessa condição é se o outro ficar bonzinho e deixar de oprimi-lo ou se pudesse voltar no tempo e a sua história se tornasse diferente.
Percebe? Paradoxalmente, o gozo vitimista retira da pessoa o ímpeto para alterar suas circunstâncias e minorar seu sofrimento. Enquanto se mantém apenas na posição de objeto das ações alheias, o vitimista não consegue se perceber como agente e, assim, não sai do lugar.
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