Seu relacionamento é parecido com o dos seus pais?

Nossos cuidadores primários são nossos primeiros objetos de amor. Por isso, exercem a função de modelos para nossas futuras escolhas amorosas.

“Nossa! Você é igualzinho à minha mãe!”, disse Bruna para seu namorado, supondo que tal semelhança é uma mera coincidência.

Não é.

De certa forma, é mais “confortável” e mentalmente mais econômico nos envolvermos com pessoas parecidas com aquelas que amamos no início da vida.

Em função da convivência pregressa com os primeiros objetos, intuitivamente já sabemos o que esperar dos novos que se assemelham a eles.

É óbvio que, como trata-se de pessoas diferentes, haverá sempre um grau significativo de discrepância entre nossos parceiros e nossos cuidadores primários.

Todavia, essa inevitável diferença não nos impede de experimentar aquela confortável sensação de previsibilidade que amortece a angústia gerada pelo novo.

Bruna se sente “em casa” ao lado do namorado, embora o rapaz apresente muitas das características que a jovem considera “defeitos” da mãe.

Nem sempre é fácil enxergar essas semelhanças. Às vezes, somente ao longo de uma análise o sujeito consegue tomar consciência delas.

Frequentemente, ao perceber que o parceiro se parece muito com um dos genitores, a pessoa também se dá conta de sua identificação com o outro.

Bruna, por exemplo, conseguiu perceber em análise que se parece muito com o pai e que lida com o namorado justamente como o genitor lidava com a mãe.

Esse exemplo mostra que não internalizamos apenas as representações de nossos primeiros objetos, mas também a estrutura relacional que os vincula.

Assim, podemos acabar reproduzindo o padrão de relacionamento entre eles em nossas próprias relações.

Para muitos casais, esse processo de reprodução da dinâmica parental é benigno na medida em que ambos os parceiros se sentem bem nas posições que ocupam.

O mesmo não acontece quando ambos os parceiros levam para o relacionamento muitos anseios frustrados e necessidades não atendidas por seus primeiros objetos.

Nesses casos, os sujeitos em questão não olham para o passado apenas buscando referências, mas, sim, nutrindo o forte anseio de alterá-lo.


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