Discordo de Viviane Mosé: doença psíquica não é só uma “diferença”

Recentemente, Viviane Mosé disse, em entrevista ao programa “Sem Censura”, que, do ponto de vista dela, não existem doenças psíquicas, mas apenas “diferenças”.

Segundo ela, a categoria “doença” é utilizada ideologicamente para patologizar certas configurações subjetivas que não se encaixam “na ordem social”.

Este argumento me parece facilmente refutável.

Tomemos, por exemplo, o caso de pessoas que são viciadas em apostas.

Elas comprometem seu patrimônio, usam o jogo para fugirem de emoções negativas, sentem-se irritadas e inquietas quando tentam parar de apostar etc.

Ora, ninguém em sã consciência diria que essas pessoas não estão doentes.

Não obstante, o comportamento delas está perfeitamente encaixado na “ordem social”.

Com efeito, existem milhares de casas de apostas que obtêm lucros exorbitantes justamente graças a tais viciados. Sem eles, muitas delas entrariam em falência.

Ou seja, o vício em aposta é um comportamento que reconhecemos como doentio e que, apesar disso, está inteiramente em harmonia com a “ordem social” vigente.

É verdade que existem certas configurações subjetivas que talvez não deveriam ser chamadas de “doenças”, mas reconhecidas simplesmente como “diferenças”.

É bastante sustentável, por exemplo, a tese de que muitos casos de autismo podem ser considerados tão-somente como formas diferentes de lidar com o mundo.

O grande problema da fala de Viviane é que ela é GENERALIZADORA, colocando situações muito díspares no mesmo balaio:

Uma criança que é só um pouco mais desatenta do que a maioria e recebe o rótulo de TDAH e uma pessoa gravemente deprimida que pensa em tirar a própria vida.

Para Viviane, nos dois casos estamos falando apenas de “diferenças”.

Eu, por outro lado, defendo que só o primeiro caso deve ser classificado como uma mera diferença. Para o segundo, devemos, sim, preservar a categoria de doença.

Uma pessoa que pensa o dia todo em não mais existir deve, sim, ser reconhecida como doente, justamente para que seja incentivada a buscar tratamento.

Reconhecer o sofrimento como doença não é estigmatizar — é abrir caminho para o cuidado.


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[Vídeo] Entenda as diferenças entre as estruturas clínicas


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O fracasso da instauração do circuito pulsional no autismo

Ao pensarmos no conceito freudiano de pulsão, podemos ser levados a imaginar uma seta que sai do sujeito e vai na direção do objeto.

Tomemos, como exemplo, a pulsão oral:

Imaginamos um bebezinho recém-nascido ávido por saciar o comichão que sente nos lábios e que, para isso, busca o seio materno a fim de sugá-lo.

Esquematicamente, poderíamos representar essa cena assim:

Bebê -> seio

O problema é que essa representação tende a nos levar a uma falsa conclusão:

A de que o movimento pulsional se esgotaria no encontro do sujeito com o objeto.

Esse corolário é equivocado, em primeiro lugar, porque Freud diz com todas as letras que a pulsão é uma força constante, portanto, insaciável.

Nesse sentido, a melhor figura para representá-la não seria uma seta que vai do sujeito para o objeto, mas um CIRCUITO:

A pulsão parte do sujeito, passa pelo objeto, mas, por não encontrar satisfação plena, retorna ao próprio sujeito.

Todo o mundo sabe que o bebê frequentemente usa o próprio dedo como objeto — prova cabal de que o seio não é suficiente para acabar com o “comichão” labial.

Além disso, a pulsão não se manifesta só no movimento ativo de busca do sujeito pelo objeto.

Ela também se expressa pelo movimento de FAZER-SE OBJETO dos investimentos pulsionais do outro — o bebê também curte ser beijado pela mãe.

Essa constatação nos obriga a acrescentar ao esquema original (Bebê -> seio) outra seta de direção oposta (<-). Contudo, essa seta não parte do seio, ou seja, do objeto.

Como diz o próprio Freud no texto de 1915 sobre as pulsões, é preciso aparecer um “novo sujeito” nessa história.

Sim, pois eu não posso ser objeto de outro objeto. Só posso ser objeto de um sujeito. E esse sujeito é justamente o OUTRO.

Agora veja: se eu acrescento ao esquema original uma segunda seta que parte do outro e vai na direção do sujeito, eu acabo de criar um… circuito.

Um circuito que começa no sujeito, passa pelo objeto, retorna ao próprio sujeito e, num terceiro momento, encontra um outro sujeito.

Pois bem… É esse terceiro tempo que não está presente no autismo e é por isso que se diz que na estrutura autista há uma falha na instauração do circuito pulsional.

Quer saber mais sobre isso?

Então, confira a aula especial “O AUTISMO COMO QUARTA ESTRUTURA 02 – O fracasso na instauração do circuito pulsional”, publicada hoje na CONFRARIA ANALÍTICA.

A aula está disponível no módulo AULAS ESPECIAIS – LACAN e o linque para fazer parte da nossa escola está no meu perfil.


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[Vídeo] O autista não cede à “sedução” do Outro.

Esta é uma pequena fatia da AULA ESPECIAL “O AUTISMO COMO QUARTA ESTRUTURA 01 – A recusa à alienação”, que já está disponível no módulo AULAS ESPECIAIS – LACAN da CONFRARIA ANALÍTICA.


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O autismo como quarta estrutura

O autismo começou a ser reconhecido como entidade nosológica a partir do fim da década de 1930 com os clássicos estudos do psiquiatra austríaco Leo Kanner.

Inicialmente considerado como um tipo de psicose infantil, pouco a pouco o autismo passou a ser pensado como um distúrbio do desenvolvimento.

Em 1980, a 3ª. edição do Manual Diagnóstico e Estatístico dos Transtornos Mentais (DSM-III) classificava o autismo como um “transtorno global do desenvolvimento”.

No DSM-V, duas mudanças cruciais e altamente deletérias acontecem:

Em primeiro lugar, desaparece a categoria de “transtornos globais do desenvolvimento” e emerge a noção de “transtornos do neurodesenvolvimento”.

A segunda mudança é a substituição do termo “transtorno autista” por “transtorno do espectro autista (TEA)”.

Ambas as alterações produziram impactos muito prejudiciais no modo como o autismo é visto tanto dentro quanto fora do mundo psi.

Por um lado, a classificação “transtorno do neurodesenvolvimento” tem levado muitas pessoas a acreditarem na FALSA ideia de que o autismo se desenvolve puramente por conta de fatores neurobiológicos.

Já a noção de “espectro autista” DESTRUIU a especificidade do diagnóstico, levando inúmeras pessoas que não são, de fato, autistas a serem classificadas como tal.

Como a Psicanálise tem se posicionado diante desse cenário catastrófico?

Uma iniciativa que tem emergido nas últimas décadas, notadamente no campo lacaniano, é a formulação da hipótese de que o autismo seria uma ESTRUTURA SUBJETIVA específica, ao lado da neurose, da psicose e da perversão.

Essa hipótese permite pensar o autismo como um modo particular de existir no mundo e não como deficiência, como sugere a caracterização do DSM.

Na AULA ESPECIAL publicada hoje (sexta) na CONFRARIA ANALÍTICA, eu explico qual é o elemento estrutural fundamental que, para alguns autores lacanianos, nos permite considerar o autismo como quarta estrutura clínica.

O título da aula é “AUTISMO COMO QUARTA ESTRUTURA 01 – A recusa da alienação” e ela já está disponível no módulo AULAS ESPECIAIS – LACAN.


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[Vídeo] A Psicanálise culpa os pais pelo autismo dos filhos?

Esta é uma pequena fatia da aula especial “AUTISMO E PSICANÁLISE: 4 MITOS COMUNS”, que já está disponível no módulo “AULAS ESPECIAIS – TEMAS VARIADOS” da CONFRARIA ANALÍTICA.


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Autismo e Psicanálise: quatro mitos comuns

Em 1943, o psiquiatra austríaco Leo Kanner publicou um longo paper na revista Nervous Child, apresentando os casos de 11 crianças (8 meninas e 3 meninas).

Embora apresentassem muitas diferenças, todas aquelas crianças pareciam sofrer de uma mesma síndrome ainda não identificada pela Psiquiatria.

Kanner observou que elas possuíam uma “inabilidade para se relacionar de uma forma comum (ordinary) com pessoas e situações no início da vida”.

Essas são algumas das expressões utilizadas pelos pais das crianças para descrever o modo como elas se comportavam:

“Autossuficiente”, “como se estivesse em uma concha”, “mais feliz quando deixada sozinha”, “completamente alheio a tudo ao redor dele”, “age como se as pessoas não estivessem ali” etc.

Kanner descreveu tecnicamente essa atitude como uma “extrema solidão autística”.

O adjetivo “autístico” deriva, obviamente, do prefixo “auto” que, por sua vez, tem origem no grego antigo “autós”, que significa “próprio” ou “si mesmo”.

Nesse sentido, com o termo “extrema solidão autística”, o psiquiatra estava enfatizando o fato de que aquelas crianças pareciam estar completamente voltadas para si mesmas.

No finalzinho do artigo, o psiquiatra comenta que, dentre as crianças que ele observou, poucas tinham pais e mães “calorosos” (warmhearted).

A maioria tinha pais mais preocupados com abstrações do que com pessoas.

Apesar disso, Kanner termina o artigo dizendo que sua hipótese é a de que aquelas crianças possuíam uma inabilidade INATA para formar laços afetivos com pessoas.

Nesse trabalho encontramos a primeira descrição científica da condição que atualmente é chamada pela Psiquiatria de “Transtorno do Espectro Autista”.

Muitos profissionais e leigos acreditam equivocadamente que a Psicanálise atribui a origem desse transtorno exclusivamente ao modo como os pais se relacionam com seus filhos.

Eu comento esse e outros três mitos sobre a relação entre Psicanálise e Autismo na AULA ESPECIAL “Autismo e Psicanálise: quatro mitos comuns”, que estará disponível ainda hoje (sexta) para quem está na CONFRARIA ANALÍTICA.


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Livro narra depoimento de um pai sobre os sinais de autismo

Giovani era o bebê que todos os pais gostariam de ter. Falo dos pais contemporâneos que se dividem entre o trabalho, o cuidado dos filhos e seus projetos pessoais. Calmo, silencioso e com pouca propensão a chorar, Giovani era capaz de passar horas brincando sozinho, folheando um livro ou vendo televisão sem solicitar a atenção de seus pais. Em outras palavras, diferentemente da maioria das crianças, o garoto pouco demandava de seus pais, produzindo neles uma sensação de conforto e tranquilidade bastante atípica para quem estava cuidando de um bebê com poucos meses de vida. Essa sensação, todavia, não durou muito tempo.

Seu pai, Francisco Paiva Junior, dono de uma aguçada capacidade de observação própria da profissão de jornalista, logo notou que além de ser excessivamente calmo para um bebê, Giovani apresentava outros comportamentos que o distinguiam da maioria das crianças: não utilizava os brinquedos de acordo com a função para a qual haviam sido feitos (carrinhos, por exemplo, eram jogados ou chutados como bolas); repetia durante um bom tempo uma mesma ação, como levantar até a altura do rosto uma peça de um jogo de montar e depois deixá-la cair; dificilmente atendia ao ser chamado por seu nome; não olhava nos olhos de ninguém etc.

Graças à Internet, Paiva Junior pôde ter acesso a informações que o levaram a suspeitar do que poderia estar acontecendo com seu filho e – o que é o mais importante – buscar ajuda especializada. Pesquisando acerca dos comportamentos atípicos de Giovani, o jornalista descobriu que o filho poderia ser autista.

Diferentemente do que o público leigo imagina, o autismo não é uma categoria diagnóstica que comporta apenas uma única caracterização sintomatológica. Dito de outro modo, indivíduos com autismo não são todos iguais. Fala-se no campo psicopatológico, de um espectro autista, ou seja, de uma faixa que comporta vários níveis e graus de autismo. Nesse sentido, há casos leves, moderados e graves de autismo, com sintomatologias específicas em cada um dos níveis. O elemento comum que permite designar os diferentes quadros nosológicos como autismo é a existência de um atraso no desenvolvimento das funções de comunicação e socialização, o que caracteriza essa psicopatologia como um transtorno global do desenvolvimento (TGD).

Em “AUTISMO: não espere, aja logo! Depoimentos de um pai sobre os sinais de autismo” (M.Books, 2012, 132 páginas, R$39), o jornalista Paiva Junior corajosamente narra todo o percurso que vai desde o complicado parto de seu filho Giovani, passando pelo recebimento do diagnóstico de autismo, até o começo do tratamento do filho. Não se trata, porém, de um relato destinado a satisfazer a curiosidade que grande parte das pessoas sente em relação aos comportamentos de uma pessoa autista.

O interesse de Paiva Junior é utilizar o caso de Giovani como ilustração para a necessidade que os pais têm de estarem atentos aos comportamentos de seus filhos a fim de que, caso haja a suspeita de autismo, o diagnóstico seja feito o mais precocemente possível para que se inicie imediatamente o tratamento.

Paiva Junior, ao longo de todo o livro, insiste no seguinte ponto: tanto pais quanto profissionais, ao perceberem qualquer sinal que possa indicar que a criança seja autista, não devem ficar na expectativa de que o tempo lhes vá trazer a confirmação da suspeita. Muitas vezes, o tempo de espera poderia ter sido utilizado para a concretização do tratamento caso o diagnóstico de autismo fosse efetivamente feito. Quanto mais precoce for a intervenção, maiores serão as chances de que os comprometimentos nas áreas de comunicação e socialização do indivíduo sejam minimizados.

Giovani, como o leitor pode notar ao longo do livro, não apresentava sinais muito evidentes de que fosse uma criança autista. Tanto é que uma pediatra a quem os pais foram consultar no início, disse que os comportamentos atípicos do garoto eram apenas traços de sua personalidade, que “aquele era o jeito dele”.

Se não fosse pelo insistente (e saudável) desejo do pai de compreender o que de fato se passava com seu filho, Giovani só teria sido diagnosticado com autismo muitos anos depois, quando muitos dos problemas já teriam se agravado. Paiva Junior e sua esposa buscaram a ajuda de um neuropediatra (que, inclusive, escreve o prefácio do livro) e dele obtiveram a resposta que tanto esperavam e que ao mesmo tempo temiam: o diagnóstico de autismo.

Aliás, a reação dos pais diante da confirmação do diagnóstico é outro ponto bastante enfatizado no livro. Paiva Junior, através de uma descrição íntima e direta da experiência que vivenciou com a esposa, mostra que a negação é a primeira resposta da maioria dos pais diante do diagnóstico de autismo. Muitos se recusam a acreditar no que ouvem do médico e, por conta disso, acabam procrastinando o início do tratamento. O que está em jogo é a perda da imagem do filho perfeito que todos os pais idealizam para seus descendentes e da qual muitos resistem a se desfazer.

O livro ainda traz os casos de outras crianças autistas e suas famílias, abordando a descoberta dos sinais, a confirmação do diagnóstico e a reação dos familiares. Tais relatos foram fornecidos por pais que faziam parte de listas de discussão sobre autismo na internet das quais Paiva Junior participa. O jornalista, aliás, tem contribuído ativamente para o processo de propagação de conhecimento acerca do autismo. Em 2010, criou a Revista Autismo, gratuita e sem fins lucrativos, que se dedica a disseminar informação sobre o transtorno, colaborando para a desconstrução das imagens preconceituosas ainda existentes sobre o indivíduo autista.

A M.BOOKS, editora responsável pela publicação do livro, disponibilizou um exemplar da obra para presentear um dos leitores. O escolhido será aquele que elaborar o comentário mais criativo e bem fundamentado acerca do tema AUTISMO. Sugestões: história do conceito de autismo; como o autismo tem sido visto pela psicologia e pela psicanálise; teorias sobre a causalidade do autismo; a inclusão do indivíduo autista na sociedade etc. A intenção é transformar o espaço de comentários em um pequeno mural de informações a respeito do tema. O dono do comentário mais criativo e bem fundamentado receberá o livro diretamente em sua casa. Não se esqueça de inserir seu nome completo e email.