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Não é uma tarefa fácil distinguir os aspectos que caracterizam uma pessoa como emocionalmente doente.
Sempre corremos o risco de contaminar nossa visão a esse respeito com determinadas convicções culturais, ideológicas e políticas.
Por outro lado, me parece que há certos traços que são indiscutivelmente psicopatológicos sob qualquer ponto de vista.
Um deles é a RIGIDEZ.
Pessoas que estão emocionalmente doentes possuem uma limitação significativa na capacidade de modificarem sua conduta em determinadas circunstâncias.
Márcio, por exemplo, um neurótico obsessivo, não consegue deixar de se sentir intimidado quando está diante de pessoas às quais atribui autoridade.
Ele não queria se comportar de forma tão submissa e amedrontada nesse contexto, mas o cara simplesmente não consegue agir de outra forma. É mais forte do que ele.
Vanessa, por sua vez, não aguenta mais perder bons relacionamentos devido ao seu excesso de ciúme e à sua atitude extremamente controladora.
A jovem sabe racionalmente que exagera nas cobranças que faz aos namorados, mas simplesmente não consegue agir de outra forma. Ela não dá conta de se conter.
Em ambos os casos, temos pessoas que se sentem PRESAS a certo modo de agir e desejam ardentemente a LIBERDADE de poderem se comportar de outra forma.
Do ponto de vista da Psicanálise, essa falta de flexibilidade funciona para tais sujeitos muito mais como um REFÚGIO do que como uma prisão. Explico:
Ao contrário do que parece à primeira vista, Márcio e Vanessa não estão se comportando de forma autodestrutiva, mas, sim, de modo “AUTOPROTETIVO”.
Sentir-se intimidado com figuras de autoridade protege Márcio de fazer contato com seus impulsos agressivos, os quais são evocados quando está diante dessas figuras.
Já Vanessa se protege do medo imaginário de ser abandonada subitamente por seu objeto de amor, vigiando e controlando neuroticamente cada passo que ele dá.
Perceba, portanto, que a rigidez é estabelecida como uma defesa que permite à pessoa evitar o confronto com elementos não integrados da sua vida psíquica.
O sujeito abre mão da liberdade em troca da segurança.
De uma falsa segurança, diga-se de passagem.
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— … e agora, não sei por que, passei a me sentir meio intimidado para conversar com ele, sabe?
Quem está falando é Geovane, um administrador de 26 anos que está há 4 meses em análise com a psicóloga Lavínia.
Recentemente, um de seus colegas de serviço aceitou o convite para se tornar gerente do setor em que Geovane trabalha.
É sobre a relação com esse colega que o rapaz está falando com Lavínia.
— Antes de ele virar gerente, você tinha que ver: a gente se zoava, brincava, eu conversava com ele de boa. Agora mudou tudo!
— Foi só você quem mudou ou ele também? — pergunta a psicóloga.
— Bem… Eu acho que fui mais eu mesmo. Ele até continua tentando brincar comigo, me chama para ir nos churrascos na casa dele, mas eu acabo ficando meio acanhado, sei lá…
— “Acanhado”?
Geovane continua, num tom bem-humorado:
— É…Agora, quando a gente vai conversar, parece que eu tô falando com o meu pai…
— Hum… Continue… — diz a terapeuta — essa história tá ficando interessante…
— Eu sempre me senti intimidado para conversar com meu pai. Ele é daqueles caras muito sérios, sabe? Bravo, de poucas palavras…
— E como era a relação entre ele e a sua mãe?
— Eles não eram muito de brigar, mas era cada um no seu canto. Meu pai com os jornais que ele adorava ler e minha mãe se divertindo comigo.
— “Se divertindo com VOCÊ?” — indagou a terapeuta enfatizando a última palavra.
— Isso. Até hoje tenho a impressão de que eu era a alegria da vida da minha mãe. Se eu não tivesse nascido, acho que ela não teria suportado ficar casada com um cara tão chato como o meu pai.
— Mas hoje você não mora mais com ela e eles continuam juntos…
— Pois é… Não consigo entender isso. Minha mãe merecia um cara muito melhor do lado dela.
— Tipo você, assim? — brincou Lavínia, encerrando a sessão.
Como você pôde perceber, Geovane transferiu a rivalidade inconsciente com o pai para a relação com seu colega de trabalho, pois esse passou a exercer um papel de autoridade junto ao rapaz.
Dificuldade de se relacionar com autoridades é um dos sinais que podem indicar a existência de um complexo de Édipo mal resolvido — tema da AULA ESPECIAL de hoje na CONFRARIA ANALÍTICA.
A aula estará disponível ainda hoje no módulo “AULAS ESPECIAIS – TEMAS VARIADOS”. Para assinar a Confraria, é só clicar aqui.
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