Vitimistas encobertos

Como você bem sabe, existem pessoas que estão sempre se colocando EXPLICITAMENTE na posição de vítimas.

Quando estão envolvidas num conflito de interesses, por exemplo, elas sempre se consideram prejudicadas e reivindicam privilégios e regalias.

Há, porém, outro grupo de pessoas que não se apresentam dessa forma, mas também se percebem o tempo todo como vítimas.

Eu me refiro a indivíduos que externamente se comportam de uma forma que é diametralmente oposta à postura do vitimista típico.

Enquanto este se declara prejudicado e exige tratamento especial, as pessoas de que estou falando se dispõem a fazer sacrifícios e não querem ser privilegiadas.

São sujeitos que, inclusive, mesmo quando são realmente vítimas de injustiça, encaram a situação de forma resignada: “Tá tudo bem, não tem problema.”.

No entanto, interiormente, eles não estão tão conformados assim. Pelo contrário…

Se, para fora, dizem que não se importam em ficar com a menor parte ou serem prejudicados num conflito, o que dizem para si mesmos é bem diferente.

“Puxa, ninguém percebeu que fui prejudicado nessa situação. Isso é injusto!”

“Que absurdo eu ter ficado só com esse pouquinho. Teve gente que ganhou muito mais!”

Esses são alguns dos pensamentos que podem passar pela cabeça dessas pessoas, a quem chamaríamos de “vitimistas encobertos”.

Elas não expressam de maneira explícita que estão se percebendo como vítimas, mas interiormente essa é a imagem que possuem de si mesmas.

Enquanto o vitimista típico enuncia em alto e bom som suas queixas e lamúrias, o vitimista encoberto as declara apenas para si mesmo.

O vitimista típico se satisfaz sadicamente com as acusações e reivindicações dirigidas ao outro. No fundo, ele quer angustiar aquele que percebe como seu algoz.

Já o vitimista encoberto obtém sua satisfação da expectativa infantil de que alguém perceba sua condição de vítima e lhe conceda um olhar de compaixão.

Ele se comporta como um herói abnegado na esperança de que alguém finalmente perceba o que ele verdadeiramente acha que é: um pobre coitado.


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[Vídeo] Vingança é coisa de gente imatura


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[Vídeo] Vitimizar-se é burrice

Além de não ajudar, a autovitimização só atrapalha sua vida.


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O que você perde quando se vitimiza

Primeiramente, é importante esclarecer uma coisa: ser vítima é diferente de SE VITIMIZAR.

Quando uma criança é espancada por sua mãe, ela é uma vítima de abuso. Quando uma mulher é ameaçada de morte por seu marido agressivo, ela está sendo uma vítima de violência. Quando uma pessoa preta é tratada com menosprezo em função da cor da sua pele, ela está sendo vítima de discriminação.

Isso é inegável. Muitas vezes na vida podemos sofrer injustamente por conta da ação de outras pessoas sobre nós.

Isso é ser vítima, ou seja, trata-se de uma CONDIÇÃO permanente ou temporária sob a qual somos colocados involuntariamente.

Vitimização é outra coisa. Vitimizar-se é uma decisão, um ato, um comportamento. Quando me vitimizo, estou ESCOLHENDO olhar para a vida da POSIÇÃO de vítima.

E qual é a posição da vítima? Ora, a que eu descrevi acima: quando somos REALMENTE vítimas, estamos numa situação de sofrimento que foge ao nosso controle.

Nesse sentido, quando me vitimizo, estou escolhendo olhar para a vida como se o rumo dos acontecimentos pelos quais eu passo não pudessem ser alterados pelas minhas decisões, como se eu fosse apenas um objeto docilmente manipulável pelos outros.

No fundo, quem se vitimiza tem medo da responsabilidade implicada em estar na posição de sujeito, ou seja, de um ente ativo. Ele não quer ter que lidar com as consequências de suas ações. Por isso, prefere acreditar que a responsabilidade por seu sofrimento é exclusivamente do mundo, do governo, do capitalismo, dos pais, de Deus…

O problema é que, para manter esse gozo com a passividade, o vitimista perde a possibilidade de efetivamente sair da condição de sofrimento. Como ele só se vê como oprimido, imagina que a única chance que tem de sair dessa condição é se o outro ficar bonzinho e deixar de oprimi-lo ou se pudesse voltar no tempo e a sua história se tornasse diferente.

Percebe? Paradoxalmente, o gozo vitimista retira da pessoa o ímpeto para alterar suas circunstâncias e minorar seu sofrimento. Enquanto se mantém apenas na posição de objeto das ações alheias, o vitimista não consegue se perceber como agente e, assim, não sai do lugar.


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[Vídeo] Relacionamentos abusivos: SAIA DA POSIÇÃO DE VÍTIMA! – Lucas Nápoli

“Enquanto tiver cavalo, São Jorge não anda a pé”. Enquanto você consentir em ser abusado, o outro continuará mantendo o padrão de opressão e coerção no relacionamento. Para sair de uma relação abusiva, você precisará ser capaz de assumir a responsabilidade por SE DEIXAR ABUSAR e compreender os motivos pelos quais se submete à opressão. Assista ao vídeo e entenda isso em detalhes.

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