Os narcisistas patológicos costumam ser descritos como pouco empáticos, egoístas e manipuladores porque estão sempre priorizando seus interesses em detrimento das necessidades do outro. No entanto, existe uma forma muito sutil de narcisismo patológico que se manifesta justamente como o oposto dessa descrição típica.
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Em Psicanálise, narcisismo não é necessariamente patologia, mas um aspecto da condição humana.
Em maior ou menor grau, todos nós somos apaixonados pelo próprio ego.
Nesse sentido, o tipo psicológico que se convencionou chamar popularmente de “narcisista” corresponde àqueles, dentre nós, que amam EXCESSIVAMENTE o próprio ego.
O melhor, talvez, seria denominar tais pessoas de NARCISISTAS PATOLÓGICOS visto que existe um narcisismo suficientemente bom, saudável e equilibrado.
Os narcisistas patológicos costumam ser descritos como pouco empáticos, egoístas e manipuladores porque estão sempre priorizando seus interesses em detrimento das necessidades do outro.
No entanto, existe uma forma muito sutil de narcisismo patológico que se manifesta justamente como o oposto dessa descrição típica.
Como eu disse acima, narcisismo é amor pelo próprio ego.
Nesse sentido, o critério fundamental para identificar um narcisista patológico não é a baixa capacidade empática do cidadão, mas O EXCESSO de amor que ele tem por sua autoimagem.
Existe um tipo de narcisista patológico que se mostra EXTREMAMENTE empático e está sempre buscando satisfazer as necessidades dos outros.
Diferentemente do narcisista “típico”, esse narcisista “generoso” é abnegado. Ele prefere sofrer do que ver o outro sofrer.
Se lhe passam a perna ou lhe traem, ele não se indigna. Pelo contrário: compreende e justifica o comportamento do outro com racionalizações do tipo: “É só imaturidade”.
Quem vê de longe pensa: “Que pessoa boa! Que coração nobre!”.
O problema é que o narcisista generoso não age assim porque DE FATO se importa com o outro.
Tudo não passa de uma baita ego trip.
No fim das contas, o sujeito é super empático e generoso porque se delicia ao olhar no espelho da alma e se perceber dessa forma… boazinha.
O excesso de narcisismo transparece de forma incontestável quando lhe fazem perguntas do tipo: “Mas por que você aceita ser tão maltratado?” e o sujeito responde:
“Não é por ele; É POR MIM. Eu sou fiel aos MEUS princípios.”
E aí, você conhece (ou é) um narcisista generoso?
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Para ser vivenciada de forma saudável, ou seja, não-violenta, a agressividade precisa estar integrada ao conjunto da personalidade. Quando isso não acontece, ela é experimentada como uma força estranha, incontrolável.
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O psicanalista inglês Donald Winnicott nos ensina que, na origem, a agressividade nada mais é do que uma das expressões do nosso impulso natural de viver e buscar manter-se vivo. No entanto, muitas pessoas encaram negativamente esse movimento emocional espontâneo e acabam reprimindo sua agressividade como se ela fosse necessariamente violenta. Neste vídeo, explico os graves prejuízos que tal atitude ocasiona para a saúde mental e as relações interpessoais.
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Freud descobriu que todos nós temos impulsos sádicos, isto é, aquele tesãozinho natural pelo controle e pelo domínio.
Tem gente que tem mais, tem gente que tem menos.
Ele pode estar reprimido, sublimado ou visivelmente manifesto, mas o fato é que está presente em todo o mundo.
Sadismo, no entanto, não é o mesmo que agressividade.
E o autor que nos ajuda a entender melhor essa diferença é o psicanalista inglês Donald Winnicott.
Do ponto de vista winnicottiano, a agressividade diz respeito simplesmente à força espontânea, intensa e impetuosa da nossa pulsão… de vida!
Nesse sentido, um bebê que suga com avidez e voracidade o seio materno está expressando sua agressividade.
Mas isso não tem nada a ver com domínio, controle e muito menos com o desejo de machucar.
Da mesma forma, existe agressividade no choro estridente de uma criança que acorda os pais no meio da noite, ansiando por ser amamentada.
Agressividade é vida!
A gente tende a associá-la a violência porque nossa cultura tradicionalmente lida muito mal com esse aspecto agressivo do nosso ser.
Desde muito precocemente somos estimulados a obedecer, a ficarmos quietos, a nos adaptarmos, a engolirmos o choro.
Em outras palavras, nossa cultura sádica instiga seus membros a sufocarem sua agressividade a fim de se encaixarem passivamente em padrões externos, para viverem um estado de paz sem voz, como dizia O Rappa.
O resultado é óbvio: a agressividade reprimida retorna na forma de violência.
Quem não conhece aquela pessoa exageradamente pacífica, que aparentemente seria incapaz de fazer mal a uma mosca, que está sempre fugindo de conflitos, mas que, num estado de crise, explode e se torna extremamente violenta?
É isso o que acontece com um indivíduo que se viu obrigado a esconder de si mesmo a própria agressividade para poder existir bovinamente nos pastos do grande Outro.
A agressividade que não é vivida de forma integrada na existência, pode ressurgir abruptamente de forma dissociada.
Nas palavras do próprio Winnicott:
“Sem a possibilidade de brincar sem compaixão, a criança terá que esconder o seu eu impiedoso e dar-lhe vida apenas em estados dissociados.”
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Muitas pessoas se queixam de que têm dificuldade para dizer não.
A intuição nos leva a supor que tais indivíduos são inseguros e, por isso, se sentem inibidos para recusar demandas, pedidos e convites.
Nesse sentido, o senso comum acredita que a saída seria a pessoa passar a “acreditar mais em si mesma”.
Supostamente, a autoconfiança daria a ela a coragem necessária para dizer não.
Por outro lado, a escuta atenta no contexto psicanalítico a indivíduos que apresentam esse problema nos faz perceber que ele costuma brotar de outra fonte.
Trata-se do desejo de ser bem visto por TODOS.
A dificuldade de dizer não é só o efeito colateral do ESFORÇO constante que o sujeito faz… para sempre dizer SIM.
Deixa eu explicar isso melhor. Veja:
Do ponto de vista consciente da pessoa que sofre com essa questão, ela gostaria muito de dizer não. O problema estaria no fato de que infelizmente não consegue.
Mas será que gostaria mesmo?
A escuta psicanalítica revela que não.
A Psicanálise nos ajuda a perceber que, no fundo, inconscientemente, essas pessoas DESEJAM ATIVAMENTE dizer sim para todos.
Por quê?
Porque nutrem a fantasia de que, fazendo isso, serão amadas por todo o mundo.
Assim, no tratamento, não se trata de planejar um “treino de assertividade” para que o paciente “aprenda” a dizer não.
Ele já sabe muito bem fazer isso.
O problema é que, em razão da fantasia de que felicidade significa ser bem visto e querido por todos, ele NÃO QUER RECUSAR NADA QUE LHE PEÇAM.
A terapia, portanto, deve ter como objetivo levar o paciente a questionar essa fantasia a fim de que possa RENUNCIAR a esse modo infantil e autodestrutivo de satisfação.
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Eu já falei em diversos textos e vídeos sobre o caráter narcísico do padrão de comportamento que comumente chamamos de “bonzinho”.
De fato, muitas pessoas que se encaixam nessa categoria estão inconscientemente buscando seduzir o outro para serem amadas.
A suposta bondade do bonzinho, portanto, não seria genuína. Tratar-se-ia apenas de uma estratégia para “ficar bem na fita” ou, se você quiser, “ganhar likes”.
No entanto, a experiência clínica mostra que há um grupo de pessoas que também desenvolve o modo “bonzinho” de ser, mas por outra razão.
Refiro-me a indivíduos que se colocam neuroticamente a serviço do outro não com o objetivo de seduzi-lo, mas de “pagar” uma dívida infantil.
Explico:
Tais pessoas foram levadas a acreditar, na infância, que todo o cuidado que recebiam da parte de seus pais não era gratuito.
Observando certas atitudes e falas parentais, esses indivíduos foram chegando à conclusão de que precisariam “ressarcir” os pais de alguma forma.
A clínica mostra que, sob o domínio dessa ideia absurda, tais pessoas já na infância se comportavam de modo excessivamente submisso, obediente e solícito.
Com efeito, desde crianças já renunciavam aos próprios desejos para submeterem-se às vontades do outro. Dessa forma, estariam “pagando” sua suposta dívida.
Como a gente inevitavelmente transfere nossos padrões de relação com os pais para outras pessoas, esse padrão de submissão acaba se mantendo na vida adulta.
Assim, o sujeito continua preso à fantasia de que precisa pagar aos pais pelo cuidado recebido, só que agora quem recebe o “pagamento” são namorados, esposas, amigos…
Temos, então, um indivíduo adulto que está sempre “pedindo licença” para existir, que não consegue dizer não e se submete passivamente ao desejo do outro.
Ele quer seduzir as pessoas para ser amado? Não. O que inconscientemente ele busca é “ressarcir” simbolicamente seus pais através da submissão ao outro.
Que tal mandar esse texto para todos os bonzinhos que você conhece? Você é um deles?
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Pessoas que ficam remoendo situações pensando no que gostariam de ter dito e não disseram sofrem da resistência neurótica a abrir mão de um desejo em prol de outro.
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Este vídeo foi feito para você que sofre por colocar sempre os interesses dos outros acima dos seus e está cansado de viver sob a compulsão de buscar o tempo todo fazer os outros se sentirem bem.
Muitas pessoas sofrem porque sentem uma compulsão por agradar a todos. Esse é o seu caso? Você tem dificuldades para expressar sua agressividade, confrontar pessoas e enfrentar situações de conflito? Então, este vídeo foi feito para você!
Aprofunde-se:
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Você certamente deve conhecer pessoas que se encaixam no perfil que irei descrever abaixo. Talvez você até seja uma delas. Trata-se daqueles indivíduos aos quais o senso comum se refere como “bonzinhos”. O fato de essa alcunha ser formulada no diminutivo já denota suficientemente uma característica básica dessas pessoas: o modo afetado com que expressam os atributos que tendemos a associar à bondade. O bonzinho é uma caricatura do ideal de bondade construído pela civilização ocidental. Ele é cordial em excesso, solícito em excesso, prestativo em excesso, humilde em excesso… Enfim, o bonzinho manifesta em suas atitudes e comportamentos todas as características superficiais que são reputadas a um indivíduo supostamente bom. Contudo, não possui o tempero do equilíbrio que torna a bondade um valor precioso.
Neste texto pretendo fazer algumas despretensiosas ilações e formular algumas hipóteses que podem nos ajudar a compreender a dinâmica psicológica subjacente ao modo “bonzinho” de ser. Como o leitor poderá perceber, farei um uso bastante livre de certos conceitos da teoria psicanalítica, sem a preocupação de demonstrar filiação a alguma orientação teórica específica.
Insegurança
Os pais, cônjuges, familiares e amigos mais próximos dos indivíduos “bonzinhos” percebem com muita clareza que se trata de pessoas geralmente muito inseguras. A despeito da devoção que demonstram pelo outro em muitas ocasiões – o que poderia a princípio indicar amadurecimento emocional – os “bonzinhos” frequentemente sofrem com o medo de não serem aceitos, amados ou reconhecidos pelo outro. Nesse sentido, quando se mostra excessivamente prestativo ou incapaz de negar um favor a alguém, o “bonzinho” não está dando mostras de que não é uma pessoa egoísta ou avarenta. Na maior parte das vezes, o “bonzinho” não ajuda o outro por uma decisão espontânea e consciente de fazê-lo, mas sim pelo medo de não ser amado pelo outro. Em decorrência, as relações interpessoais do “bonzinho” tendem a ser profundamente narcísicas, pois ele está o tempo todo tentando “resolver” a sua própria insegurança.
O temor de perder o amor do outro é tão imperativo que as demandas alheias acabam sendo tomadas pelo “bonzinho” como obrigações. Isso faz com que as pessoas com as quais o ele não possui vínculos muito fortes acabem acreditando que estão lidando apenas com uma pessoa muito prestativa e generosa.
Podemos concluir, portanto, que o “bonzinho” está muito mais preocupado com o seu próprio eu, ou melhor, com as fragilidades de sua estrutura egóica, do que com o outro. Em outras palavras, o que está por trás dos comportamentos do “bonzinho” é exatamente o oposto do que sua conduta parece indicar à primeira vista. Com isso, não estou defendendo a tese de que o “bonzinho” encarne a figura do canalha egoísta que ajuda os outros por um mero exercício de “marketing pessoal”. O funcionamento subjetivo do “bonzinho” não é perverso, mas da ordem do que ficou conhecido em psicanálise como “patologias narcísicas”. Devotar-se ao outro, ter dificuldade para confrontá-lo e para resistir às suas demandas são comportamentos que se impõem ao “bonzinho” com a força de atos compulsivos. Ele só consegue fazer frente ao medo de perder o amor do outro, sujeitando-se, tornando-se um servo resignado.
Máscara
Um conceito que talvez nos possa ser de grande utilidade para a compreensão da etiologia da conduta “boazinha” é a noção de “falso self” proposta por Winnicott. Do ponto de vista desse autor, quando o ambiente não se relaciona de modo sintônico com o bebê nas fases iniciais do desenvolvimento, a criança pode desenvolver um falso self a fim de assegurar sua sobrevivência psíquica. Quando o ambiente não se relaciona de modo sintônico? Quando é invasivo ou negligente, ou seja, quando não atende as necessidades do bebê em seu ritmo. Nessas situações, o bebê é obrigado a abrir mão de sua espontaneidade para se comportar de acordo com o ritmo do ambiente. Essa maneira artificial de se comportar é uma das facetas do que Winnicott chamou de “falso self”.
Ora, em linhas gerais não é isso o que ocorre com o “bonzinho”? Se levarmos em conta o modo subserviente com que lida com as pessoas, podemos inferir que inconscientemente o “bonzinho” experimenta o outro como hostil ou, no mínimo, como incapaz de resistir a uma negativa. Assim, o “bonzinho” dá mostras de não ter incorporado uma referência de cuidado suficientemente bom capaz de produzir nele o sentimento de segurança que dá sustentação ao eu. Por essa razão, é como se o indivíduo precisasse segurar a si mesmo o tempo todo e proteger-se do abandono do outro, objetivos que só podem ser alcançados por meio da construção de uma identidade artificial: o modo “bonzinho” de ser.