Esta é uma pequena fatia da AULA ESPECIAL “Complexo de Jocasta (mal resolvido): sinais e causas” que já está disponível no módulo AULAS ESPECIAIS – TEMAS VARIADOS da CONFRARIA ANALÍTICA.
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Jocasta é o nome da infeliz personagem da mitologia grega que foi condenada pelo destino a se casar com o próprio filho, Édipo.
Ela personifica uma tentação que está presente na vida de toda mãe: a de manter o filho na posição de objeto principal de desejo.
De fato, não é uma tarefa fácil para nenhuma mulher se separar do ser que ela mesma gerou e carregou durante um bom tempo no próprio corpo.
Por isso, não ficamos surpresos ao constatar que algumas mães não conseguem superar o que poderíamos chamar de “complexo de Jocasta”.
Diferentemente da maioria, elas não dão conta de renunciar ao desejo de se manterem estreitamente vinculadas ao filho.
Por que isso acontece?
O que leva essas mães a não suportarem o afastamento e a independência de seus rebentos?
Eu falo sobre isso na AULA ESPECIAL publicada hoje (sexta) na CONFRARIA ANALÍTICA, a minha escola de formação teórica em Psicanálise.
O título da aula é: “Complexo de Jocasta (mal resolvido): sinais e causas” e ela já está disponível no módulo AULAS ESPECIAIS – TEMAS VARIADOS.
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Reza a lenda que foi Raymond de Saussure, um psiquiatra e psicanalista suíço, quem forjou a expressão “complexo de Jocasta” em 1920.
Geralmente esse conceito é empregado num sentido patológico para se referir a mães que desenvolvem um apego excessivo a seus filhos.
Porém, que tal pensarmos o complexo de Jocasta, assim como o complexo de Édipo, como uma dinâmica normal presente em toda mãe?
Para quem não sabe, Jocasta é o nome da mãe (e esposa) de Édipo, personagem da mitologia grega, cuja história todo o mundo conhece, né?
Freud descobriu que toda criança experimenta na primeira infância o desejo de cometer aqueles dois delitos que Édipo realizou sem saber (a princípio):
(1) continuar na posição de objeto de desejo da própria mãe e (2) eliminar o terceiro elemento que impede a permanência nesse lugar (geralmente o pai).
Mas se toda criança é um pequeno projeto de Édipo, por que não dizer que toda mãe é correlativamente uma Jocasta em potencial?
Ora, se para os filhos é um desafio renunciar ao lugar de objeto de desejo da mãe, para a mãe também é difícil abdicar dos filhos como objetos de desejo.
O desfecho trágico da história de Édipo só acontece porque o personagem foi abandonado pelos pais a fim de que a profecia do oráculo de Delfos não se cumprisse.
Isso significa que, ao se reencontrarem anos depois, tanto Édipo quanto Jocasta traziam no peito a dor da separação forçada.
Podemos deduzir que, inconscientemente, ambos ansiavam pela retomada daquele vínculo original que fora prematuramente rompido.
Esse anseio, efetivamente satisfeito na vida de Édipo e Jocasta, está presente na alma não só de todo filho (como normalmente supomos), mas também de toda mãe.
Portanto, a travessia do complexo de Édipo é um desafio não só para a criança, mas também para aquela que, tal como Jocasta, precisa ver seu fruto partir para longe de si.
Trata-se de uma separação necessária, mas que evoca na mãe a memória dolorosa da época em que ela própria precisou renunciar ao colo de sua genitora.
Por isso, não é surpreendente constatar que algumas mulheres não suportem esse processo e acabem, como Jocasta, “se casando” com os próprios filhos…
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