
Naquele dia, Isadora estava aflita.
Era a oitava vez que atenderia Marcelo e ela sentia que a terapia não havia progredido absolutamente nada.
O paciente simplesmente não fazia aquilo que ela aprendera nas aulas de Psicanálise que todo analisando faz: a tal da associação livre.
Ele apenas narrava tudo o que lhe acontecera ao longo da semana e, logo depois, se limitava a responder as poucas perguntas de Isadora.
Mantendo uma postura silenciosa e reservada, a jovem estagiária de Psicologia de vez em quando fazia algumas pontuações, mas Marcelo nunca saía da superfície.
O professor que supervisionava Isadora sugeriu que ela pedisse ao paciente para relatar sonhos.
Não funcionou.
Marcelo disse que raramente sonhava e contou apenas o fragmento de um sonho recente, em relação ao qual não produziu uma associação sequer.
A estagiária tinha a impressão de que o analisando era vazio por dentro. A apatia do rapaz e a monotonia de seu discurso a deixavam entediada e com sono.
O supervisor disse que provavelmente se tratava de um paciente obsessivo e, por isso, recomendou que ela começasse a cortar as sessões abruptamente.
— Isso vai surpreendê-lo e provocar uma mudança no discurso. — explicou o professor.
Nada mudou. O paciente permaneceu do mesmo jeito: apático, robótico, narrando os acontecimentos de sua semana como uma espécie de repórter de si mesmo.
Isadora se sentia incompetente e começou a achar que o problema era sua suposta falta de jeito para a Psicanálise: “Essa abordagem não é para mim”, pensava.
Não, Isadora, o problema não era esse.
O problema é que tanto você quanto seu supervisor cometeram um erro de diagnóstico: Marcelo não era um paciente neurótico típico.
Era um NÃO NEURÓTICO.
Por isso, a Psicanálise clássica, em que se supõe que o sujeito tenha a capacidade de fazer associação livre, não funcionou com ele.
— Então, como Isadora poderia ter agido, Lucas? Que outro modo de fazer Psicanálise seria adequado para o tratamento desse paciente?
A resposta está na AULA ESPECIAL “Manejo clínico de pacientes não neuróticos”, publicada hoje (sexta) na CONFRARIA ANALÍTICA.
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