“Paz sem voz não é paz; é medo.”

Todo o mundo conhece esse verso de “Minha Alma”, uma das principais faixas do álbum “Lado A Lado B”, de 1999, da banda O Rappa.

O verso expressa a ideia de que em certos contextos podemos encontrar um falso estado de calmaria que, na verdade, é simplesmente medo.

Para os autores da canção, a verdadeira paz é aquela na qual existe liberdade (voz) — que, por sua vez, só pode florescer num solo que não foi adubado pelo medo.

De vez em quando a gente se depara com pessoas que são extremamente pacíficas. Dizemos que elas são incapazes de fazer mal a uma mosca.

O problema é que esses “seres angelicais” só conseguem ser assim porque aprenderam desde muito cedo a REPRIMIR a própria voz.

É por isso que estão sempre fugindo de situações de conflito, sofrendo para dizer “não” aos outros e evitando a todo custo expressar as suas próprias demandas.

Quando olhamos para a história de vida dessas pessoas constatamos que elas foram aquelas clássicas crianças “boazinhas”, que “não dão trabalho”.

Isso é um contrassenso, pois criança é um ser que naturalmente DEVERIA dar trabalho na medida em que está em processo de amadurecimento.

Uma criança excessivamente obediente e dócil pode estar gravemente doente do ponto de vista emocional.

Ela pode ter adotado essa postura “boazinha” por ter perdido um recurso psíquico fundamental — justamente o que a levaria a “dar trabalho”.

O nome desse recurso é AGRESSIVIDADE.

Sim, agressividade não é sinônimo de violência.

É ela que nos dá força para afirmar nossos desejos, enfrentar conflitos, negar demandas externas, enfim… expressar nossa voz.

Essa visão positiva da agressividade foi sustentada pelo psicanalista inglês Donald Winnicott no texto “A agressividade em relação ao desenvolvimento emocional”.

E na AULA ESPECIAL publicada nesta sexta na CONFRARIA ANALÍTICA eu comento alguns trechos desse artigo.

Neles o autor explica como a agressividade se manifesta e se desenvolve na criança e o que os pais devem fazer para não atrapalhar esse processo.

O título da aula é “LENDO WINNICOTT 08 – Uma visão não-moralista da agressividade” e já está disponível no módulo AULAS ESPECIAIS – WINNICOTT.


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[Vídeo] Resistir para poder existir

Se nós só conseguimos perceber que há uma realidade externa a partir do momento em que nossos desejos são frustrados, assim também você só será capaz de se perceber EXISTINDO como sujeito quando começar a frustrar e apresentar RESISTÊNCIA às demandas do mundo.


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[Vídeo] A raiz da dificuldade de dizer não

Na maioria das vezes, a dificuldade de dizer “não” é a expressão de uma FRAGILIDADE NARCÍSICA: a pessoa não se sente suficientemente bem consigo mesma para correr o risco de ser malvista por quem lhe demanda.


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Dificuldade de dizer não: possíveis causas e manejo clínico

Você tem dificuldade de recusar convites, pedidos e sugestões?

Para muitas pessoas, o simples ato de dizer “não” para demandas alheias é um verdadeiro desafio.

Tem gente que só consegue fazer isso se tiver boas razões EXTRÍNSECAS para apresentar ao outro.

Ou seja, há pessoas que só se sentem capazes de dizer “não” quando não precisam fazer referência ao próprio desejo: “Puxa, não vai dar; tenho outro compromisso inadiável justamente nesse dia”.

De onde vem essa resistência tão grande a dizer para o outro “não quero”, “não tenho interesse”, “não estou a fim”?

A experiência mostra que o fator determinante mais imediato é o MEDO mais ou menos consciente de como seremos vistos pelo outro se recusarmos sua demanda.

Trata-se, portanto, de uma preocupação NARCÍSICA: “Que imagem essa pessoa terá de mim se eu lhe disser ‘não’?”.

De fato, todas as pessoas estão em alguma medida interessadas em serem bem vistas pelos outros.

No entanto, existem alguns indivíduos para os quais esse DESEJO de passarem uma boa imagem converte-se numa verdadeira NECESSIDADE.

Isso significa que eles não apenas buscam o feedback positivo do outro como fonte de PRAZER narcísico, mas PRECISAM dele para não se ANGUSTIAREM.

Em função de sua história de vida, tais pessoas podem ter sido levadas a interpretar o olhar negativo dos outros como um elemento extremamente PERIGOSO.

Há também aqueles sujeitos que PRECISAM do feedback positivo para não correrem o risco de SE PERCEBEREM como pessoas “ruins” — possibilidade contra a qual lutam desesperadamente.

Percebe?

Não estamos falando de um gozo desmedido por “ficar bem na fita” com o outro.

Na maioria das vezes, a dificuldade de dizer “não” é a expressão de uma FRAGILIDADE NARCÍSICA: a pessoa não se sente suficientemente bem consigo mesma para correr o risco de ser malvista por quem lhe demanda.

Nesse sentido, o tratamento desse problema não deveria ter o objetivo CASTRADOR de levar tal sujeito a renunciar ao seu SUPOSTO gozo narcísico excessivo.

Não.

A terapia deveria ter como finalidade oferecer condições para que o paciente se torne FORTE E SEGURO O BASTANTE para suportar um eventual feedback negativo sem se sentir ameaçado por ele.


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[Vídeo] Liberdade exige sacrifício

Frequentemente a conquista da liberdade exige de nós o enfrentamento de situações de conflito, confrontação e posicionamento diante do desejo do outro. Portanto, para gozarmos da experiência de liberdade, precisamos inevitavelmente sacrificar o conforto.


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[Vídeo] Psicanalista explica o que está por trás da dificuldade de dizer não

Muitas pessoas sofrem muito por desejarem demandas e pedidos, mas não conseguirem. Neste vídeo apresento algumas das principais origens desse tipo de problema.


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Você tem trocado sua liberdade pelo conforto?

Outro dia eu estava atendendo uma pessoa que me dizia, dentre outras coisas, que “não conseguia dizer ‘não’”.

Segundo ela, recusar-se a atender um pedido lhe fazia se sentir mal por imaginar que isso traria duas consequências indesejáveis: o demandante ficaria chateado e ela seria vista negativamente por ele.

Assim, para evitar esses possíveis efeitos incômodos, ela preferia aceitar tudo o que lhe solicitassem.

Em outras palavras, ela troca a LIBERDADE de poder dizer “não” pelo CONFORTO de saber que não está chateando o outro nem sendo vista por ele como egoísta ou algo do tipo.

Liberdade e conforto são duas experiências que frequentemente são incompatíveis: muitas vezes ou você tem uma ou tem a outra.

É maravilhoso quando temos a sorte de podermos ser livres sem precisar passar pelo desconforto de bater de frente com o mundo, mas amiúde isso não é possível.

Não raro, a liberdade precisa ser conquistada mediante confronto, conflito, luta e, portanto, o sacrifício do conforto.

Pense, por exemplo, numa população que vive sob um governo ditatorial.

Se esse povo quiser gozar de liberdade, ele precisará inevitavelmente se indispor com as autoridades, renunciando ao (pseudo)conforto que só existe enquanto as pessoas se mantêm obedientes à tirania.

Da mesma forma, um jovem adulto que deseja gozar da liberdade de poder trazer para sua casa quem desejar terá obviamente que abrir mão do conforto de viver na casa dos pais.

Geralmente, quem tem dificuldade para fazer essa renúncia, seja por medo ou pela inércia do gozo, fica esperando que o mundo mude para que não precise abrir mão do conforto.

Tais pessoas comportam-se exatamente como uma população que bovinamente aceita os desmandos de um governo autoritário esperando que algum “salvador da pátria” a liberte.

Você é assim?

Valoriza tanto o conforto e a paz (sem voz) que topa jogar sua liberdade no lixo para não precisar entrar em conflito com ninguém?


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O problema de quem tem dificuldade para dizer não é o desejo infantil de ser amado por todo o mundo

Muitas pessoas se queixam de que têm dificuldade para dizer não.

A intuição nos leva a supor que tais indivíduos são inseguros e, por isso, se sentem inibidos para recusar demandas, pedidos e convites.

Nesse sentido, o senso comum acredita que a saída seria a pessoa passar a “acreditar mais em si mesma”.

Supostamente, a autoconfiança daria a ela a coragem necessária para dizer não.

Por outro lado, a escuta atenta no contexto psicanalítico a indivíduos que apresentam esse problema nos faz perceber que ele costuma brotar de outra fonte.

Trata-se do desejo de ser bem visto por TODOS.

A dificuldade de dizer não é só o efeito colateral do ESFORÇO constante que o sujeito faz… para sempre dizer SIM.

Deixa eu explicar isso melhor. Veja:

Do ponto de vista consciente da pessoa que sofre com essa questão, ela gostaria muito de dizer não. O problema estaria no fato de que infelizmente não consegue.

Mas será que gostaria mesmo?

A escuta psicanalítica revela que não.

A Psicanálise nos ajuda a perceber que, no fundo, inconscientemente, essas pessoas DESEJAM ATIVAMENTE dizer sim para todos.

Por quê?

Porque nutrem a fantasia de que, fazendo isso, serão amadas por todo o mundo.

Assim, no tratamento, não se trata de planejar um “treino de assertividade” para que o paciente “aprenda” a dizer não.

Ele já sabe muito bem fazer isso.

O problema é que, em razão da fantasia de que felicidade significa ser bem visto e querido por todos, ele NÃO QUER RECUSAR NADA QUE LHE PEÇAM.

A terapia, portanto, deve ter como objetivo levar o paciente a questionar essa fantasia a fim de que possa RENUNCIAR a esse modo infantil e autodestrutivo de satisfação.


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[Vídeo] A Síndrome do Aluno Nota 10

O certinho, aplicado e bem comportado ganha palmas, prêmios e elogios, mas perde a liberdade de arriscar, desafiar e não agradar.


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[Vídeo] Quando o bonzinho é um endividado e não um sedutor

Geralmente tendemos a pensar que todo indivíduo “bonzinho” se comporta dessa forma subserviente e passiva com o objetivo de seduzir os outros.

Contudo, há uma categoria de pessoas que se tornaram boazinhas porque se sentem endividadas…


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Elogio à turma do fundão

Não raro, obedientes trabalham para desobedientes.

Agora há pouco eu estava fazendo minha caminhada diária e ouvindo o episódio 17 do podcast “Os Sócios” em que os hosts @maluperini e @bruno_perini conversam com empreendedores @marcusmarquesoficial e @tallisgomes sobre gestão de negócios.

Em dado momento, eles comentaram o fato de que muitos empreendedores de sucesso não foram bons alunos na época da escola e geralmente faziam parte da famigerada “turma do fundão”.

Confesso que eu também já havia notado essa possível correlação e talvez consiga explicá-la por meio de alguns aprendizados que a clínica tem me proporcionado.

Quem me acompanha assiduamente sabe que há alguns meses identifiquei um padrão comportamental que ousei batizar de “SÍNDROME DO ALUNO NOTA 10”.

Trata-se de um conjunto de problemas emocionais vivenciados comumente por pessoas que sempre foram percebidas pelo seu entorno como alunos e filhos EXEMPLARES.

Excesso de autocobrança, passividade, submissão a demandas dos outros, dificuldade de dizer não e repressão da agressividade são alguns dos principais sintomas da síndrome do aluno nota 10.

Minha hipótese é a de que tais dificuldades são expressões de uma FIXAÇÃO NA POSIÇÃO DE ALUNO.

Com efeito, como um estudante precisa ser para que a educação tradicional o considere um bom aluno?

Ora, justamente: disciplinado, passivo, obediente, exigente consigo mesmo, bem-comportado e quieto.

Vamos combinar que a maioria dessas características não é lá muito favorável para quem quer empreender, né? Afinal, o empreendedor é justamente aquele que SE ARRISCA e DESAFIA o status quo.

O aluno nota 10 tem muitos ganhos narcísicos por ser o “certinho”: ele é amado por todos os professores e alçado à categoria de EXEMPLO para todos os colegas.

Isso é muito sedutor! Especialmente para aqueles que não se sentem suficientemente queridos em casa…

Já aqueles que fazem parte da “turma do fundão” não estão nem aí para o amor dos professores. Pelo contrário: eles gozam justamente com o menosprezo ao olhar dos docentes.

Por isso, acabam tendo mais coragem para viverem livres das amarras da obediência, da submissão e da passividade.

E você: era da turma dos certinhos ou da galera do fundão?


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[Vídeo] Quando você só olha o lado do outro

Muitas pessoas se acostumaram, desde crianças, a validarem apenas o ponto de vista dos outros. Assim, foram desenvolvendo uma forma excessiva de empatia que as impede de considerarem os seus próprios interesses como legítimos.


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Hiperidentificação: a raiz da empatia patológica

Para nos relacionarmos uns com os outros, precisamos fazer uso a capacidade de nos imaginarmos na situação de nosso interlocutor. Em Psicologia, damos o nome a essa capacidade de EMPATIA.

Pessoas cujas experiências ambientais precoces não favoreceram a atualização da capacidade empática podem ter muita dificuldade de se colocar no lugar do outro, o que lhes permitiria praticarem atos de crueldade com uma frieza notável. Popularmente, tais pessoas são conhecidas como psicopatas.

Por outro lado, existem indivíduos que se apresentam no extremo oposto da psicopatia. Neles, a empatia se manifesta com tamanha intensidade que se tornam incapazes de não se imaginarem sempre no lugar do outro. Em outros lugares, chamei esse fenômeno de “empatia patológica”. Tais sujeitos estão presos a uma condição subjetiva que ouso nomear de “HIPERIDENTIFICAÇÃO COM O OUTRO”.

O mais notório dentre os efeitos dessa condição é a quase impossibilidade que essas pessoas sentem de discordar do outro. Ainda que possuam uma opinião ou posicionamento radicalmente opostos aos do interlocutor ou conquanto saibam que o ponto de vista do outro é moral ou eticamente deplorável, tais indivíduos simplesmente não conseguem manifestar sua discordância. Imaginam-se na pele do outro e experimentam imaginariamente todos os afetos desprazerosos que ele poderia sentir diante de alguém que apresente uma opinião contrária. Assim, na tentativa de “preservar” o outro do desprazer, tais indivíduos se calam e “concordam” com o posicionamento alheio.

Desse primeiro sintoma decorrem outros como o medo de dizer “não”. Afinal, se o indivíduo não consegue dizer ao outro o que pensa, não conseguirá, do mesmo medo, resistir às suas demandas, sendo incapaz de recusá-las.

Em alguns momentos, contudo, o antagonismo entre as opiniões do indivíduo e as do outro será tão forte, que o sujeito eventualmente acabará por expressar seu posicionamento, ainda que de modo contido ou indireto. O sujeito, todavia, está tão hiperidentificado ao outro que imediatamente já se imagina no lugar dele escutando uma opinião contrária, o que lhe faz sentir-se imensamente culpado.

Marque abaixo alguém que precisa ler este texto.


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[Vídeo] Narcisismo não é amar a si mesmo. Pode ser o contrário…

Neste vídeo: entenda por que narcisismo é diferente de amor-próprio e como o excesso de narcisismo pode ser autodestrutivo.


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[Vídeo] A Síndrome do Aluno Nota 10

Você é perfeccionista? Tem dificuldade para delegar tarefas? Sofre muito quando fracassa ou é criticado? Tem dificuldade de para dizer não? Vive o tempo todo num estado de constante tensão e ansiedade? Talvez você sofra da Síndrome do Aluno Nota 10. Assista ao vídeo e entenda do que se trata.

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