Quem nunca teve uma refeição completa se contenta com migalhas

No clássico artigo sobre o narcisismo, de 1914, Freud diz que os pais costumam tratar seus filhos, na infância, como “Sua Majestade o Bebê”.

Embora escrevesse em alemão, o autor grafou essa expressão em inglês (“His Majesty the Baby”) porque estava fazendo referência ao título de uma pintura.

Trata-se de um quadro de 1898, do artista canadense Arthur Drummond, que mostra a interrupção do tráfego de carruagens para a passagem de uma criança e sua mãe, que ocupam o centro da cena.

Freud evocou essa imagem ao falar da tendência que os pais têm de transferirem seu narcisismo para os filhos e, assim, tratá-los como as pessoas mais importantes do mundo.

De fato, grande parte das crianças tem a sorte de ocupar esse lugar de “majestades” no início da vida, usufruindo de uma série de privilégios e sendo amadas simplesmente por existirem.

É uma questão de sorte porque depende dos pais e, infelizmente, não são todos que conseguem colocar os filhos no centro de suas vidas durante algum tempo.

Freud não chegou a explorar essa possibilidade no texto, mas nós sabemos que muitas crianças não foram suficientemente bem instaladas na posição de “sua majestade, o bebê”.

E as consequências disso são desastrosas.

Quem nunca viveu — ou viveu de forma insuficiente — a experiência de se sentir a pessoa mais importante do mundo para os pais pode passar a vida inteira tentando saciar essa carência.

O problema é que essa experiência SÓ PODE ser vivida nos primeiros anos de vida e as únicas pessoas que podem oferecê-la são os pais.

Ou seja, se você teve o azar de não passar por ela, sinto muito, você nunca mais terá outra chance.

Sabe por quê?

Porque agora, já adulto, você não pode mais gozar dos privilégios de uma criança e ninguém (nem seus amigos, nem seus parceiros amorosos, nem seu analista, ninguém…) estará disposto a te amar como seus pais deveriam ter te amado no início da vida.

Então, trata-se de uma carência que precisa ser acolhida, compreendida, mas… estancada.

Quem a possui, mas ainda não percebeu a existência dela, vive num estado de muita vulnerabilidade:

A pessoa tem tanta fome de se sentir amada, de ocupar o centro da vida de alguém, que acaba aceitando qualquer mísera migalha de afeto e desejo.

É a vítima perfeita para os exploradores. Basta fazê-la se sentir um pouquinho especial que ela já se entrega totalmente ao domínio do outro.

O anseio frustrado (e não abandonado) de ser “majestade” para os pais leva a pessoa, paradoxalmente, a se tornar… uma serva do desejo alheio.

Este é o seu caso?


Lá na Confraria Analítica, minha escola de formação teórica em Psicanálise, nós já fizemos um seminário completo estudando o artigo de Freud sobre o narcisismo.

E todas as aulas estão disponíveis em nossa plataforma, que já conta com mais de 600 horas de conteúdo.

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[Vídeo] Seu sintoma é uma resposta para uma pergunta antiga?


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[Vídeo] Como você lida com seu superego?


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[Vídeo] Você ainda luta contra uma angústia infantil?


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Que angústia você está calando com seus problemas emocionais?

A razão pela qual temos tanta dificuldade para abandonar nossos problemas emocionais é que eles são como aquela marca de palha de aço:

Possuem 1001 utilidades.

Por meio deles, conseguimos equacionar certos conflitos internos, satisfazer desejos de forma simbólica, obter ganhos em nossas relações interpessoais.

Enfim… Por mais dolorosos que sejam, nossos sintomas são tão vantajosos que não podemos abrir mão deles com muita facilidade.

— Ah, Lucas, lá vem vocês da Psicanálise com essas ideias malucas. Até parece que minha depressão e minha baixa autoestima me trazem alguma vantagem! 😠

Hum… Você duvida?

Então, faça análise. Encontre-se toda semana com uma boa psicanalista e, logo logo, começará a perceber os ganhos que obtém com esses problemas emocionais.

Um deles pode ser a evitação de uma angústia, sabia?

Uma angústia infantil, para ser mais preciso.

Como ainda possui poucos recursos psíquicos, a criança pode não conseguir lidar com certas angústias que a vida lhe impõe.

Por exemplo: uma menina pode ter uma mãe que lhe proporciona o básico em termos de nutrição emocional, mas um pai que não lhe dá muita atenção.

Essa falta pode fomentar uma angústia terrível!

“Será que meu pai não gosta de mim?”

“Será que eu não tenho valor?”

“O que preciso fazer para ser amada por ele?”

Estas são algumas das angustiantes perguntas que podem invadir a mente da criança diante da indiferença do pai.

Ora, um problema emocional pode se apresentar justamente como resposta a essas questões e, portanto, como um tamponador da angústia.

A menina pode se convencer de que sim, o pai não gosta dela, ela não tem valor e não há nada que possa fazer para ser amada por ele.

Ela se torna, então, triste, apática, com baixa autoestima, ou seja, entra num quadro depressivo.

Mas, fazendo essa depressão, pelo menos estanca a angústia de se perguntar sobre seu lugar no desejo do pai.

Entendeu?

É como se essa menina tivesse trocado a angústia pela depressão, pois a segunda é mais suportável do que a primeira.

— OK, Lucas, eu entendo que isso possa acontecer com uma criança. Mas eu já sou adulta!

— Ah, é? Quem te falou?

***

Na Confraria Analítica, eu explico como nossos sintomas podem funcionar como defesas contra dores mais antigas.

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[Vídeo] Como você lida com seu superego?


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Como você lida com seu superego?

Primeiramente, deixe-me definir o que é superego, pois talvez você nunca tenha ouvido falar nessa expressão.

Superego foi o nome que Freud deu para a parte da nossa mente responsável por monitorar e controlar nosso comportamento em termos morais.

Ele se forma na infância à medida que vamos internalizando o monitoramento e controle que nossos pais exercem sobre a gente.

Ou seja, inicialmente nós somos disciplinados pelo OUTRO e, pouco a pouco, passamos a NOS disciplinar.

Normalmente, a relação que temos com nosso superego é tão conflituosa quanto a relação que tínhamos com nossos pais na infância.

Você se lembra que volta e meia queria fazer alguma coisa e seus pais não permitiam?

Ou, de repente, você efetivamente fazia alguma coisa que eles não deixavam e ficava de castigo. Lembra disso?

Pois bem, essa mesma dinâmica tende a se repetir em nossa relação com o superego.

A diferença é que agora os conflitos são internos, pois o superego nada mais é que uma parte de nós mesmos.

Então, em vez de ser impedido ou castigado por seus pais, você mesmo SE impede e SE castiga.

Pessoas emocionalmente imaturas sofrem muito com esses inevitáveis conflitos, pois lidam com o superego exatamente como uma criança lida com seus pais.

Há crianças que sentem tanto medo de serem punidas ou decepcionarem os pais que se tornam exageradamente obedientes, quietinhas, sem vida.

Adultos emocionalmente imaturos podem se comportar exatamente da mesma forma, mas porque têm um medo neurótico de desagradar… o superego.

Por outro lado, há crianças que estão sempre “aprontando” não como expressão espontânea de sua vitalidade, mas PARA sofrerem castigo.

Afinal, há certos pais que só dedicam atenção a um filho quando é preciso discipliná-lo.

Assim também, alguns adultos emocionalmente imaturos podem manter essa relação meio sαdmαsoquistα com o superego:

Periodicamente, metem o pé na jaca PARA se sentirem culpados e se depreciarem. A autopunição evoca a escassa atenção que vinha junto com o castigo dos pais.

Fazendo análise, tais sujeitos podem conquistar gradativamente a capacidade de lidarem de uma forma mais adulta com o superego.

E como seria isso?

A pessoa emocionalmente madura é capaz de CONVERSAR com seu superego. Ela não fica obedecendo-o cegamente nem provocando-o.

Essa pessoa reconhece a utilidade do superego (sem ele a vida em sociedade seria impossível), mas sabe que, de vez em quando, ele mais atrapalha do que ajuda.

Seus pais monitoravam e controlavam seu comportamento porque, no fundo, queriam que você fosse a criança ideal que tanto desejavam.

Da mesma forma, seu superego quer que você seja o Paulo ideal, a Alessandra ideal, a Natália ideal, o Fernando ideal, o Lucas ideal…

Por isso, não raramente, é preciso RELATIVIZAR o que o superego diz.

Mas, para fazer isso, é preciso sair da posição de criança e tirá-lo da posição de papai e mamãe.


Quer saber mais sobre como funciona funciona o superego?

Na CONFRARIA ANALÍTICA, minha escola de formação teórica em Psicanálise, temos diversas aulas que abordam esse tema.

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[Vídeo] Você levou sua infância para o relacionamento?


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Você usa seus relacionamentos para consertar ou repetir o que viveu na infância?

O único tipo de vínculo que rivaliza em grau de intimidade com aquele que temos com nossos pais é a relação que estabelecemos com nossos parceiros amorosos.

Existem certas dimensões da nossa personalidade que só nossos pais conhecem e que só nos sentimos à vontade para revelar a quem amamos.

Por isso, não é surpreendente perceber que usamos nossas relações afetivas como palcos para a encenação de questões mal resolvidas com nossos pais.

Nossos companheiros são os atores perfeitos para representar os papéis parentais no drama infantil que reproduzimos de modo inconsciente.

E isso não ocorre só porque temos com eles uma proximidade comparável à que tínhamos com nossos pais.

Acontece também porque  escolhemos nossos parceiros justamente por reunirem traços que os tornam aptos a personificar as imagens de nossas figuras parentais — tanto as de quem elas foram quanto as de quem gostaríamos que tivessem sido.

Felipe frequentemente se sentia perdido e desamparado na infância. Achava que os pais não lhe davam apoio nem cuidado suficientes.

Resultado: casou-se com Fátima, uma mulher que só falta dar comida na sua boca, mas que, em contrapartida, não admite que ele vá sequer à padaria sozinho.

Beatriz, por sua vez, foi abandonada pelo pai aos cinco anos. O genitor mantinha um caso extraconjugal e decidiu ir morar com a amante em outro estado.

Sem se dar conta, a jovem acaba sempre se envolvendo com homens que, assim como o pai, jamais estão totalmente disponíveis: é o sujeito que desde o início avisa que não quer nada sério; é o rapaz comprometido…

Enquanto Felipe fez sua escolha pela via da compensação, Beatriz seguiu pela trilha da repetição. Mas ambos tentam, no campo amoroso, resolver o que ficou pendente nas relações com seus respectivos pais.

— A simples tomada de consciência seria suficiente para que interrompessem esse processo e buscassem vínculos não contaminados por suas questões infantis?

Não.

Primeiro, porque quem toma consciência é a parte adulta do sujeito, e não a dimensão infantil — que é justamente a responsável pelas escolhas amorosas.

Essa dimensão infantil não se transforma pela simples constatação racional da realidade. Ela precisa ser convencida de que o passado é imutável.

E, para que isso aconteça, podem ser necessários anos de elaboração psíquica, ou seja, de conversas entre a parte infantil e a parte adulta.

Em segundo lugar, porque é impossível eliminar de nossas escolhas afetivas as influências de nossas questões infantis mal resolvidas.

Como eu disse, é a dimensão infantil que decide. Logo, as escolhas sempre carregarão o viés das marcas indeléveis de nossa infância.

Depois de alguns bons anos de análise, talvez possamos fazer escolhas que nos causem menos sofrimento ou aprender a surfar nas ondas das que já fizemos.

Beatriz pode, enfim, conseguir se relacionar com um homem disponível e sublimar o anseio pelo pai ausente lendo romances ou assistindo doramas.

Felipe, por outro lado, pode começar a sair da posição de filho na relação conjugal e, assim, conquistar mais liberdade e autonomia.

Para isso, ambos precisarão renunciar ao gozo infantil, ou seja, à satisfação inconsciente que sentimos ao reencontrar, na face de quem amamos, aquele velho olhar do papai ou da mamãe.


Às vezes, o que chamamos de “amor” é só o eco de antigas carências.

Na Confraria Analítica, você encontra diversas aulas que ajudam a entender como nossas vivências infantis continuam influenciando o modo como amamos hoje.


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Você saiu da guerra, mas a guerra não saiu de você?

Imagine um soldado que voltou de uma guerra, mas se recusa a tirar a farda e não consegue dormir sem sua metralhadora ao lado da cama.

Você pode estar pensando:

“Um sujeito desses está doente, Lucas. Ele precisa de ajuda”.

É verdade.

Mas e se eu te disser que esse soldado pode ser você?

Não literalmente, é claro. Mas metaforicamente você pode estar se comportando igualzinho a esse cara.

Só que no seu caso, a guerra não foi um confronto militar, mas o embate com circunstâncias traumáticas presentes na sua infância.

É dessa batalha que você pode ter vindo.

O problema é que, assim como o soldado, talvez você não consiga tirar a farda nem abandonar suas armas.

Para conseguir suportar as pressões do ambiente infantil que tentavam sufocar sua espontaneidade, você precisou se camuflar, se defender e até contra-atacar.

E, assim, pode ter se tornado uma criança excessivamente reativa, excessivamente passiva ou excessivamente controladora, por exemplo.

Esse excesso foi necessário lá atrás. Foi ele que deu a você condições de sobreviver à guerra. Foi com ele que você lutou.

Porém, agora que você não está mais no campo de batalha, ele é completamente inútil.

Essa farda foi feita para que você não fosse reconhecido pelo inimigo no meio da floresta. Agora, não faz mais sentido usá-la.

E essa arma? Para que mantê-la aí do lado, sempre carregada, se já não há nenhum oponente a ser abatido?

Você saiu da guerra, mas a guerra não saiu de você.

Todo santo dia, na clínica, nós, psicanalistas, nos deparamos com pessoas que estão exatamente nessa situação.

Com medo que aconteçam novamente as dolorosas experiências que viveram na infância, elas continuam empregando as mesmas defesas daquela época.

Comportam-se, portanto, como soldados que voltaram de uma guerra, mas permanecem vivendo como se ainda estivessem no front.

Ainda muito assustadas com os ataques que sofreram, elas têm dificuldade para reconhecer que agora estão em segurança.

Será este o seu caso?

Será que esses padrões de comportamento que você tem hoje — e que te fazem sofrer — são a farda e as armas que precisou usar lá atrás, na infância?


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[Vídeo] Você se tornou refém de uma fantasia?


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O que você internalizou?

O discurso dos pacientes em análise revela de modo cristalino que temos uma tendência a internalizar as experiências que vivenciamos, sobretudo na infância.

Internalizar significa trazer para o interior do psiquismo aquilo que acontece, num primeiro momento, do lado de fora, no mundo externo.

Muitos de nossos conflitos psíquicos, por exemplo, são apenas reproduções de relações conflituosas que tivemos com nossos pais na infância ou na adolescência.

Vejamos o caso de Samanta:

Quando criança, essa mulher se sentia travada e humilhada pela postura severa da mãe, alimentando fortes desejos vingativos contra a genitora.

Hoje, aos 40 anos, a paciente se vê presa a essa mesma situação emocional.

O detalhe é que a mãe faleceu há dez anos e Samanta já não morava com ela há muito tempo.

A paciente, entretanto, continua se sentindo travada e humilhada.

Não pela mãe, mas por si mesma, ou melhor, por uma parte de si mesma que se formou por meio da internalização da figura materna.

Em outras palavras, a mãe “de carne e osso” morreu, mas a mãe internalizada continua vivíssima.

Talvez você esteja se perguntando:

— Mas, Lucas, por que Samanta internalizaria uma pessoa que só lhe causava sofrimento. Masoquismo?

Não, caro leitor.

Podemos elencar, no mínimo, duas boas razões que justificam essa internalização:

Em primeiro lugar, a frequência da relação:

Buscando previsibilidade e segurança, nosso psiquismo tende a se adaptar a situações externas de sofrimento que se repetem.

A internalização é um dos mecanismos que facilitam esse esforço de adaptação.

É como se Samanta, quando criança, pensasse: “Se eu trouxer mamãe para dentro de mim, estarei mais preparada para lidar com ela do lado de fora.”

O segundo motivo é o desejo de eliminar a situação de sofrimento:

Samanta pode ter acreditado que, trazendo a mãe para dentro de si, ou seja, para uma esfera de suposto controle, conseguiria transformá-la numa pessoa menos severa.

A internalização mostra que nosso psiquismo é como uma esponja.

Portanto, para entender o que se passa em seu interior, precisamos necessariamente mapear o que aconteceu do lado de fora dele…


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[Vídeo] Você suporta suas emoções?


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A criança que você foi está sempre assumindo o controle?

Um dos traços mais marcantes da maturidade psíquica é a capacidade de suportar emoções negativas sem buscar formas rápidas de eliminá-las.

Um sujeito emocionalmente maduro consegue sentir muita raiva, por exemplo, e não recorrer a atos violentos para “descarregar” esse afeto.

Veja: essa pessoa não está “reprimindo” sua agressividade. Como eu disse, ela se SENTE zangada. A emoção está lá, totalmente consciente.

A questão é que o indivíduo maduro possui força psíquica suficiente para aguentar o tranco de seus estados emocionais.

Pessoas emocionalmente imaturas, por outro lado, encaram suas emoções negativas como perigos internos e, por isso, querem fugir delas por meio de atos impulsivos.

Um sujeito imaturo acometido pela culpa, por exemplo, fará tudo o que estiver imediatamente a seu alcance para deixar de se sentir culpado.

Ele não conseguirá PENSAR sobre as razões que produziram aquele afeto, pois seu psiquismo é muito frágil para suportar o peso do estado emocional.

Essa pessoa, então, poderá tomar uma série de decisões precipitadas com o único objetivo de dissipar o mais rápido possível a aflição gerada pelo sentimento de culpa.

Metaforicamente, podemos dizer que, na hora em que a emoção negativa vem, o indivíduo imaturo tira as mãos do volante e o entrega à criança que ele foi.

— Como assim, Lucas?

É simples:

Todos nós abrigamos em nosso mundo interno a criança que fomos.

Quando tal criança não foi muito machucada pelo ambiente, ela sobrevive no adulto como uma fonte de vitalidade e criatividade que não atrapalha o amadurecimento.

Porém, quando a criança que fomos não teve tanta sorte, ela permanece em nós como uma tendência para a fragilidade e a infantilidade.

Esta é a sina do sujeito emocionalmente imaturo:

A criança assustada que foi está sempre pronta para tomar o controle de suas ações e levá-lo a se comportar de forma impulsiva e precipitada, ou seja, de modo infantil.

Um dos objetivos da terapia psicanalítica é mostrar a essa criança que não há mais motivo para tanto medo e que, portanto, ela não precisa mais assumir o volante.


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[Vídeo] Quais são os seus restos infantis?


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