Melanie Klein explica a catastrofização

Naquela sessão, Sandro parecia mais apreensivo do que de costume.

— Calma… — disse Lavínia, a psicóloga que o atendia, num tom de voz apaziguador — Vamos conversar a respeito disso. Primeiro me fale o que está te deixando tão preocupado.

— OK. Eu estava no plantão e acabei tendo uma discussão com o Rubens, que é um colega mais velho, que está há uns 20 anos lá no hospital.

— E a discussão foi sobre o quê?

— Foi sobre uma paciente que está sob os meus cuidados. Ele quis se intrometer dizendo que a minha conduta estava errada, que a mulher não precisava de cirurgia…

— Hum…

— Aí a gente ficou batendo boca. Até que chegou um momento em que eu perdi a paciência e disse que a paciente era minha e que ele não tinha que se meter.

— E o que aconteceu depois disso?

— Ele saiu resmungando pra lá. O problema é que o cara é simplesmente o médico com mais anos de casa lá do hospital. Com certeza vai fazer minha caveira para a direção.

— Então você está com medo de ser demitido?

— Medo? Eu tenho é CERTEZA de que isso vai acontecer. É só questão de tempo. Por isso é que eu tô desesperado. Já até imagino o diretor ligando para me dispensar.

Lavínia percebeu que o paciente estava “catastrofizando” aquela situação.

De fato, a demissão poderia acontecer, mas era pouco provável que uma simples discussão com o colega decano fosse suficiente para causar tal desfecho.

A hipótese da terapeuta era a de que o rapaz estava projetando em Rubens um objeto interno altamente cruel e ameaçador que ela já havia percebido fazer parte da vida psíquica de Sandro.

Nesse sentido, por trás do medo da pouco provável demissão, Lavínia conseguia vislumbrar uma ansiedade muito mais profunda nesse paciente:

O medo de ser ANIQUILADO por esse objeto mau que habita seu mundo interno provavelmente desde que ele era bebê.

A psicóloga só conseguiu fazer essa interpretação porque conhece as descobertas feitas pela psicanalista Melanie Klein sobre o funcionamento da mente infantil.

Hoje (sexta), quem está na CONFRARIA ANALÍTICA, receberá a aula especial “LENDO KLEIN 03 – MEDO DE MORRER, ANSIEDADE E PULSÃO DE MORTE” em que falo sobre algumas dessas descobertas.


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Memento mori e carpe diem

Reza a lenda que por volta do século XVII alguns monges católicos saudavam seus interlocutores com a expressão latina “Memento mori” que pode ser traduzida por “Lembre-se de que você vai morrer.”. Evidentemente, a intenção dos religiosos não era a de entristecer as pessoas com quem conversavam, mas tão-somente estimulá-las a refletir sobre o fato de que suas vidas um dia chegariam ao fim.

Trata-se de uma obviedade, mas da qual nos esquecemos durante a maior parte do tempo. Normalmente ninguém acorda de manhã e se lembra de que haverá um dia em que estará na sepultura. Na verdade, a gente vive como se isso nunca fosse acontecer. A imersão na chamada “correria do dia a dia” evita que a consciência da morte se presentifique em nosso espírito. Preocupados com as demandas do trabalho, a prova do dia seguinte ou o encontro com o contatinho no fim de semana, não conferimos espaço nem tempo na nossa agenda mental para nos lembrarmos de que a qualquer momento podemos não mais existir.

Leia o texto completo em http://bit.ly/drdmorte


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