Como a Psicanálise auxilia pessoas que sofrem com a timidez?


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Você está sempre tentando evitar conflitos?


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A ansiedade generalizada é uma forma de se proteger da ansiedade específica.


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Você vive de forma defensiva?


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“Eu não consigo”


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[Vídeo] Encare o medo como um amigo chato

Se você ficar esperando o medo ir embora para colocar em prática os projetos que deseja, sinto muito, mas é provável que você desapareça antes dele.


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[Vídeo] Onde está o seu tesouro, aí também está o seu medo

O que mais valorizamos e apreciamos é também, naturalmente, aquilo que mais tememos perder. Assim quem morre de medo de passar vergonha é porque valoriza excessivamente a própria imagem.


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Quem tem medo de ser cancelado é um idólatra da própria imagem

Certo Mestre judeu do primeiro século costumava dizer a seus alunos a seguinte máxima:

“Onde estiver o seu tesouro, ali estará também o seu coração”.

Tal sentença expressa poeticamente o fato evidente de que nossas inclinações espontâneas (aquilo que vem do “coração”) revelam os objetos que mais valorizamos (nosso “tesouro”).

Penso que o medo também é um indicativo igualmente revelador das coisas que mais apreciamos.

Veja-se, por exemplo, o que acontece com pessoas que possuem muito medo de passar vergonha ou serem malvistas.

Não me refiro necessariamente aos tímidos, isto é, a pessoas que tem medo de se exibir.

A propósito, esse receio de aparecer também é muito sintomático, mas não é sobre ele que pretendo falar hoje.

Estou aludindo àqueles indivíduos que até gostam de serem vistos pelo outro, mas buscam desesperadamente evitar a experiência da vergonha, do constrangimento, do feedback negativo.

Embora tais pessoas arrumem mil e uma desculpas para justificar o seu medo, o fato é que ele revela de modo quase cristalino o quanto elas valorizam a própria imagem.

Mas quando digo “a própria imagem” não estou me referindo à imagem que o sujeito tem de si, mas à imagem que ele supõe QUE O OUTRO ENXERGUE.

O medo de passar vergonha evidencia que, para a pessoa que sofre dele, a imagem de si refletida no olhar do outro é um tesouro a ser cuidado, lustrado e protegido.

O Mestre judeu a que me referi no início também comentava com seus alunos que a gente vende tudo para obter algo que consideramos um tesouro.

E assim acontece com o sujeito que valoriza tanto sua imagem nos olhos do outro: ele está disposto a sacrificar tudo, inclusive os próprios desejos, para manter essa imagem intacta.

As redes sociais contemporâneas, com seus mecanismos imediatos de feedback favorecem essa forma de adoecimento naqueles que já são propensos a ela.

Outrora, quem morria de medo de passar vergonha só contava com a própria imaginação para supor como o outro o enxergava.

Hoje, o olhar alheio aparece escancarado em curtidas, reações e comentários…


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O que Freud pensava sobre a ansiedade?

A palavra alemã “Angst” já foi traduzida por “angústia”, “ansiedade” e até por “medo” em traduções brasileiras dos textos de Freud.

Eu, pessoalmente, prefiro o termo “ansiedade” por considerar que ele possui uma conotação menos filosófica que “angústia” e mais indeterminada do que “medo”.

No clássico texto “Hemmung, Symptom und Angst” (Inibição, Sintoma e Ansiedade), de 1926, Freud define a ansiedade como uma reação a uma situação de PERIGO, ou seja, uma circunstância que pode acarretar algum tipo de dano ao indivíduo.

O autor faz uma distinção entre ANSIEDADE REALÍSTICA e ANSIEDADE NEURÓTICA.

A primeira seria um sinal que indicaria a consciência de um risco real, externo e objetivamente constatável.

Trata-se da ansiedade que uma pessoa sentiria, por exemplo, ao perceber que o motorista do carro em que se encontra está dirigindo de forma imprudente em alta velocidade.

A ansiedade neurótica, por sua vez, se manifestaria frente a processos INTERNOS que o indivíduo foi levado a INTERPRETAR desde a infância como perigosos.

Que processos são esses?

Trata-se de determinados IMPULSOS — sexuais ou agressivos.

Na infância, o sujeito chega à conclusão de que permitir a expressão desses impulsos implicaria em algum tipo de prejuízo a ele, como a perda de uma parte do corpo (fantasia de castração) ou a perda do amor dos pais.

É o que acontece, por exemplo, com algumas pessoas que ficam extremamente ansiosas em situações de conflito.

A ansiedade não aparece porque elas se sentem ameaçadas pelo outro com quem estão discutindo.

Na verdade, o que de fato as assusta são seus próprios impulsos agressivos, que elas reprimem desde a infância e que, portanto, são vistos como perigosos.

Para Freud, os SINTOMAS são justamente barreiras que nós construímos para evitar essa situação interna de perigo e, consequentemente, o surgimento da ansiedade.

Mas isso é assunto para o vídeo especial que será recebido ainda hoje (quinta-feira) por aqueles que estão na CONFRARIA ANALÍTICA.


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No Inconsciente estão as páginas da nossa história que, com medo de ler, resolvemos pular.

Quando a gente fala que no Inconsciente encontram-se memórias, desejos e fantasias que nós reprimimos, corremos o risco de imaginar que o processo acontece mais ou menos assim:

A gente experimenta conscientemente o desejo, entende que ele é incompatível com o ego e decide retirá-lo da consciência.

Todavia, não é dessa forma que as coisas se passam.

Na segunda fase da sua produção teórica (que começa no início dos anos 1920), Freud chega à conclusão de que os mecanismos de defesa (como o recalque) são acionados pela experiência da ansiedade.

Como sabemos, ansiedade, angústia e medo são afetos que se caracterizam por sensações muito semelhantes.

Nesse sentido, creio que não seria incorreto dizer que a gente se defende quando está com medo, ou seja, quando nos sentimos AMEAÇADOS.

Com efeito,  certas memórias, desejos e fantasias parecem tão contrários à imagem que temos de nós mesmos e de outros que SEM PENSAR a gente reprime esses conteúdos.

SEM PENSAR: esse é o ponto. A defesa não ocorre após um esforço reflexivo por parte da pessoa.

A gente reprime simplesmente porque tem a IMPRESSÃO de que não vai dar conta de suportar conscientemente determinados conteúdos.

É o medo que produz a defesa e não uma avaliação racional das memórias, desejos e fantasias que parecem ameaçadores.

Nesse sentido, o que a gente encontra no Inconsciente são justamente conteúdos não compreendidos, não avaliados.

Como aquelas comidas que a gente, por medo, evita comer antes mesmo de provar.


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[Vídeo] O medo é condição da coragem

Ao contrário do que muita gente pensa, o medo não é necessariamente um obstáculo intransponível para o alcance de objetivos.


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Não raro, a falta de autoconfiança é resultado da insegurança dos pais

Autoeficácia é o termo que a Psicologia utiliza para descrever a crença que uma pessoa tem na sua própria capacidade de realizar uma tarefa.

Popularmente, a gente costuma chamar isso de autoconfiança, palavra, aliás, que me parece mais apropriada para descrever essa experiência de acreditar no próprio potencial.

Digo isso porque minha experiência clínica evidencia que essa crença está diretamente relacionada à confiança como um ato de fé que ultrapassa o medo.

Frequentemente pessoas que não experimentam autoconfiança relatam terem sido criadas por pais que estavam o tempo todo com medo de perdê-las e que, por conta disso, as impediam de vivenciarem diversas situações comuns na vida infantil.

Essa superproteção parental impede a criança de descobrir o próprio potencial para lidar com problemas e dificuldades. Privado do contato com o risco, o sujeito internaliza o medo dos pais e passa a acreditar que, de fato, está sempre sob a ameaça de uma grande calamidade.

O grande problema é que os padrões psíquicos que desenvolvemos na relação com nossos pais tornam-se o filtro (no sentido “instagrâmico” do termo) por meio do qual enxergamos a realidade. Assim, mesmo que a realidade comprove para a pessoa que ela é capaz e potente, tal indivíduo pode continuar se sentindo inseguro e achando que não dá conta.

Por isso, não raro encontramos pessoas que são até muito bem-sucedidas, mas que não confiam no próprio taco. Elas conquistam muitas coisas, mas, em função da insegurança, não conseguem usufruir do prazer da conquista .

Ao se entregarem a um tratamento psicanalítico, tais indivíduos podem ter a chance, pela primeira vez na vida, de relativizarem a voz medrosa e superprotetora dos pais que continua ecoando em suas cabeças.

Ao narrarem sua história para o analista, essas pessoas adquirem a oportunidade de enxergar o que aconteceu consigo de outras perspectivas. Ganham também a chance de alterarem o desfecho de um enredo no qual figuravam, até então, como meros personagens.


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Faça do medo seu amigo, aprenda a suportá-lo e nunca mais ele te atrapalhará

Antes de começar a escrever o que PRECISO te dizer hoje, quero pedir do fundo do coração que você envie este texto para alguém que sabe que vai se beneficiar com a leitura dele. Combinado?

Então:

Ninguém gosta de sentir medo. Ninguém gosta de se sentir ameaçado ou prestes a sofrer um dano. Talvez o medo seja a experiência emocional que nós mais tentamos evitar.

Angústia e ansiedade são apenas nomes mais “palatáveis” para o medo. A gente geralmente prefere utilizá-los porque além de ser ruim de sentir, o medo também é ruim de ser admitido. Quando confessamos estar com medo, estamos reconhecendo nossa vulnerabilidade e algumas pessoas resistem a admitir isso, pois gostam de se iludirem achando que são imbatíveis.

Puro jogo de cena… Todo o mundo sente medo. Todavia, nem todo o mundo encara o medo como um obstáculo. E é aqui que entra o pulo do gato: é possível experimentar o medo, sofrer com ele e, mesmo assim, fazer o que precisa ser feito.

Quando saí do interior de Minas Gerais e fui para o Rio fazer mestrado, eu tive medo. Não conhecia a cidade e mal sabia onde iria morar. Mas, mesmo com medo, eu fui. E concluí o mestrado. E depois o doutorado, também no Rio.

Quando, logo ao final da graduação, já decidi começar a atender em consultório, eu também tive medo. Será que estou preparado? Será que terei pacientes? Será que vou saber conduzir o tratamento adequadamente? Mas, mesmo com medo, eu comecei a atender. E lá se vão mais de 10 anos ininterruptos de clínica.

Quando decidi renunciar a algumas atividades para poder criar a Confraria Analítica, o medo bateu também. Será que vai dar certo? Será que as pessoas vão se interessar pelo projeto? Mas, mesmo com medo, eu fui lá e fiz. E já estamos no terceiro mês de comunidade e o número de membros só cresce dia após dia.

A mensagem que eu quero te passar com esses exemplos é simples:

Você não precisa perder o medo para conseguir fazer o que quer e o que PRECISA fazer. Dá para CONVIVER com o medo.

Ele não é seu inimigo. É só aquele amigo chato, que não dá vontade ficar por perto, mas que está sempre do seu lado, algumas vezes te impedindo de fazer bobagem…


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A psicologia do “bonzinho”

Betty Draper

Você certamente deve conhecer pessoas que se encaixam no perfil que irei descrever abaixo. Talvez você até seja uma delas. Trata-se daqueles indivíduos aos quais o senso comum se refere como “bonzinhos”. O fato de essa alcunha ser formulada no diminutivo já denota suficientemente uma característica básica dessas pessoas: o modo afetado com que expressam os atributos que tendemos a associar à bondade. O bonzinho é uma caricatura do ideal de bondade construído pela civilização ocidental. Ele é cordial em excesso, solícito em excesso, prestativo em excesso, humilde em excesso… Enfim, o bonzinho manifesta em suas atitudes e comportamentos todas as características superficiais que são reputadas a um indivíduo supostamente bom. Contudo, não possui o tempero do equilíbrio que torna a bondade um valor precioso.

Neste texto pretendo fazer algumas despretensiosas ilações e formular algumas hipóteses que podem nos ajudar a compreender a dinâmica psicológica subjacente ao modo “bonzinho” de ser. Como o leitor poderá perceber, farei um uso bastante livre de certos conceitos da teoria psicanalítica, sem a preocupação de demonstrar filiação a alguma orientação teórica específica.

Insegurança

Os pais, cônjuges, familiares e amigos mais próximos dos indivíduos “bonzinhos” percebem com muita clareza que se trata de pessoas geralmente muito inseguras. A despeito da devoção que demonstram pelo outro em muitas ocasiões – o que poderia a princípio indicar amadurecimento emocional – os “bonzinhos” frequentemente sofrem com o medo de não serem aceitos, amados ou reconhecidos pelo outro. Nesse sentido, quando se mostra excessivamente prestativo ou incapaz de negar um favor a alguém, o “bonzinho” não está dando mostras de que não é uma pessoa egoísta ou avarenta. Na maior parte das vezes, o “bonzinho” não ajuda o outro por uma decisão espontânea e consciente de fazê-lo, mas sim pelo medo de não ser amado pelo outro. Em decorrência, as relações interpessoais do “bonzinho” tendem a ser profundamente narcísicas, pois ele está o tempo todo tentando “resolver” a sua própria insegurança.

O temor de perder o amor do outro é tão imperativo que as demandas alheias acabam sendo tomadas pelo “bonzinho” como obrigações. Isso faz com que as pessoas com as quais o ele não possui vínculos muito fortes acabem acreditando que estão lidando apenas com uma pessoa muito prestativa e generosa.

Podemos concluir, portanto, que o “bonzinho” está muito mais preocupado com o seu próprio eu, ou melhor, com as fragilidades de sua estrutura egóica, do que com o outro. Em outras palavras, o que está por trás dos comportamentos do “bonzinho” é exatamente o oposto do que sua conduta parece indicar à primeira vista. Com isso, não estou defendendo a tese de que o “bonzinho” encarne a figura do canalha egoísta que ajuda os outros por um mero exercício de “marketing pessoal”. O funcionamento subjetivo do “bonzinho” não é perverso, mas da ordem do que ficou conhecido em psicanálise como “patologias narcísicas”. Devotar-se ao outro, ter dificuldade para confrontá-lo e para resistir às suas demandas são comportamentos que se impõem ao “bonzinho” com a força de atos compulsivos. Ele só consegue fazer frente ao medo de perder o amor do outro, sujeitando-se, tornando-se um servo resignado.

Máscara

Um conceito que talvez nos possa ser de grande utilidade para a compreensão da etiologia da conduta “boazinha” é a noção de “falso self” proposta por Winnicott. Do ponto de vista desse autor, quando o ambiente não se relaciona de modo sintônico com o bebê nas fases iniciais do desenvolvimento, a criança pode desenvolver um falso self a fim de assegurar sua sobrevivência psíquica. Quando o ambiente não se relaciona de modo sintônico? Quando é invasivo ou negligente, ou seja, quando não atende as necessidades do bebê em seu ritmo. Nessas situações, o bebê é obrigado a abrir mão de sua espontaneidade para se comportar de acordo com o ritmo do ambiente. Essa maneira artificial de se comportar é uma das facetas do que Winnicott chamou de “falso self”.

Ora, em linhas gerais não é isso o que ocorre com o “bonzinho”? Se levarmos em conta o modo subserviente com que lida com as pessoas, podemos inferir que inconscientemente o “bonzinho” experimenta o outro como hostil ou, no mínimo, como incapaz de resistir a uma negativa. Assim, o “bonzinho” dá mostras de não ter incorporado uma referência de cuidado suficientemente bom capaz de produzir nele o sentimento de segurança que dá sustentação ao eu. Por essa razão, é como se o indivíduo precisasse segurar a si mesmo o tempo todo e proteger-se do abandono do outro, objetivos que só podem ser alcançados por meio da construção de uma identidade artificial: o modo “bonzinho” de ser.

[Vídeo] Ética, medo e confiança

Como nos tornamos seres morais? Essa questão que tradicionalmente foi objeto da filosofia, também foi abordada pela psicanálise. Para Freud, a moralidade seria necessariamente proveniente de fora do indivíduo já que “naturalmente” seríamos dotados apenas de pulsões. Do ponto de vista freudiano, os responsáveis por nos transmitir as regras e princípios morais seriam os pais ou cuidadores e o principal fator que faria com que introjetássemos a moralidade seria o medo de perder o amor dos pais. No vídeo abaixo faço uma crítica a esse raciocínio demonstrando que ele só tem validade para os casos de crianças emocionalmente doentes.


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