[Vídeo] O obsessivo e seu desejo impossível

Esta é uma pequena fatia da aula especial “O OBSESSIVO E SEU DESEJO IMPOSSÍVEL”, já disponível para quem está na CONFRARIA ANALÍTICA.


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João, a cruz e seu desejo impossível

— Na verdade, eu nem sei direito por que estou aqui… — diz João logo no início da sua primeira consulta com a psicanalista Suelen.

A terapeuta faz silêncio esperando que o paciente prossiga em seu discurso.

— Eu só tô me sentindo mal. E não é de agora… Já tem um tempo que viver, para mim, virou uma coisa mecânica, repetitiva, sem graça.

— Hum… Continue. — encoraja Suelen.

— Eu já andei assistindo uns vídeos na internet. Vi que pode ser depressão. Minha mãe já teve isso anos atrás.

— Há quanto tempo mais ou menos?

— Ah, deve ter uns 20 anos. Minha mãe ficou ruim, viu? Não queria nem levantar da cama, fazer comida, nada… Isso durou uns 2 meses.

— Depois ela melhorou?

— Mais ou menos… Ela começou a tomar remédio e conseguiu voltar ao dia-a-dia normal. Mas a minha mãe sempre foi uma pessoa meio triste, para baixo…

— E você consegue imaginar por que ela era assim? — questiona a analista já antevendo uma provável identificação de João com a mãe.

— Eu acho que ela era infeliz no casamento, sabe? Meu pai era um cara muito mulherengo. Volta e meia tinha mulher que ele pegava ligando lá pra casa.

— Hum…

— Teve um dia que eu perguntei na lata: ‘Mãe, por que você não se separa?’.

— E o que ela respondeu?

— ‘Essa é a cruz que Deus me deu para carregar, meu filho’. Eu já imaginava que ela fosse dizer isso. Minha mãe é super católica.

— E você, João, também tem uma cruz? — provoca a terapeuta.

Um tanto surpreso pela pergunta inesperada, o paciente responde depois de alguns segundos:

— Bom… Acho que sim… Acho que o meu trabalho é meio que minha cruz. Eu queria muito sair da empresa, mas não posso, não dá… Acho que é por isso que eu tô assim.

— E não pode por quê?

— Ah, Suelen… Eu tô lá há 8 anos. Entrei como estagiário e hoje já sou coordenador de área. Salário é ótimo, todo mundo gosta de mim… Não tem como sair.

Ao ouvir essa última frase proferida por João (“Não tem como sair.”), Suelen se lembrou da tese proposta por Jacques Lacan de que, no neurótico obsessivo, o desejo se apresenta como impossível.

Quem está na CONFRARIA ANALÍTICA receberá ainda hoje (sexta) uma AULA ESPECIAL em que eu comento, com diversos exemplos, essa tese lacaniana.


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O desejo insatisfeito na histeria e o desejo impossível na neurose obsessiva


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Ana, uma típica perfeccionista. Você se parece com ela?

Ana é uma mulher de 29 anos que procurou terapia se queixando de excesso de ansiedade e preocupações, dores de cabeça constantes e problemas no relacionamento com o marido.

Assim como um corredor olímpico se esforça incansavelmente para ser alguns milésimos de segundo mais veloz, Ana está o tempo todo achando que precisa melhorar como mãe, esposa e profissional.

A moça atua como professora de História e não se lembra qual foi a última vez em que saiu de uma sala de aula satisfeita com seu desempenho.

Sempre termina o dia de trabalho com a sensação de ter sido muito prolixa ou ter passado por certos tópicos de forma muito superficial.

Essa frustração constante é o que motiva Ana a gastar o pouco tempo livre que possui relendo várias vezes o material didático com que trabalha ou assistindo vídeos com dicas pedagógicas para professores.

O curioso é que a jovem frequentemente recebe feedback positivo por parte dos seus alunos e dos coordenadores das escolas onde leciona.

Quando isso acontece, ela fica contente, mas, ao mesmo tempo, se questiona: “Será que eu mereço mesmo esses elogios?”.

Em casa, Ana está sempre colocando em dúvida sua competência como mãe:

Basta o filho fazer alguma “malcriação” típica de qualquer criança para que a moça comece a pensar que falhou e que precisa aprimorar sua performance como educadora.

Os problemas com o marido decorrem da falta de relações sexuais entre eles.

O companheiro se queixa de que Ana nunca está a fim e ela, apesar de se sentir culpada, não consegue fazer nada para mudar.

Com efeito, a jovem gasta a maior parte da sua libido nesse esforço constante de melhoria da sua performance como mãe e professora. Não sobra energia para o sexo.

Além disso, Ana não se sente suficientemente atraente e desejável para o marido. Então, fica com vergonha de procurá-lo na cama.

Felizmente, essa jovem encontrou um terapeuta que assistirá à aula especial “PSICANÁLISE DO PERFECCIONISMO”, que será publicada ainda hoje (sexta) na CONFRARIA ANALÍTICA.

Com os conhecimentos obtidos nesse conteúdo, o terapeuta terá subsídios para investigar a origem da tendência perfeccionista de Ana e poderá ofertar a ela um tratamento de qualidade.


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Histeria e neurose obsessiva: dois modos de lidar com a vida

Quando Freud fala de histeria e neurose obsessiva, ele está se referindo a duas formas de adoecimento psíquico, isto é, duas CONDIÇÕES patológicas que uma pessoa pode vivenciar TEMPORARIAMENTE.

A ideia de que existem PESSOAS HISTÉRICAS e PESSOAS OBSESSIVAS é especificamente lacaniana.

Foi Jacques Lacan quem propôs a concepção de que histeria e neurose obsessiva são duas ESTRUTURAS subjetivas.

Em Humanês, isso significa que, para Lacan, existem pessoas cuja personalidade está organizada e funciona de acordo com uma LÓGICA histérica e outras conforme uma LÓGICA obsessiva.

Nesse sentido, do ponto de vista do analista francês, histeria e neurose obsessiva não são necessariamente patologias, mas, essencialmente, MODOS DE LIDAR COM A VIDA.

Com a vida HUMANA, diga-se de passagem.

Enfatizo a palavra “humana” porque, para Lacan, existe uma diferença radical entre a nossa vida e a vida dos outros animais.

Do ponto de vista lacaniano, a vida humana possui dois aspectos peculiares e fundamentais: a dimensão do grande Outro (ou, se você quiser, o Simbólico) e a experiência da FALTA.

A segunda é consequência da primeira.

A existência da dimensão do grande Outro faz com que os seres humanos tenham que abrir mão de parte da sua liberdade natural para existirem no interior da sociedade como SUJEITOS.

Pense, por exemplo, no fato de que, para se comunicar com sua mãe, quando criança, você precisou se SUJEITAR ao idioma dela.

O efeito colateral desse processo de alienação ao grande Outro é o surgimento da experiência da FALTA, já que precisamos cortar uma parte do nosso ser espontâneo para entrarmos no jogo social.

Pois bem! A maioria de nós aceita esse processo de “castração”, mas… mas… mas, AO MESMO TEMPO, nos revoltamos em relação a ele, nutrindo certo ressentimento.

É dessa relação ambígua com a castração que nascem os dois MODOS DE LIDAR COM A VIDA que Lacan chamará de histeria e neurose obsessiva.

Ainda hoje, quem está na CONFRARIA ANALÍTICA receberá uma AULA ESPECIAL em que comento algumas das principais características dessas duas posições subjetivas, como elas se manifestam na clínica psicanalítica e qual deve ser o manejo do analista com cada uma delas.

Te vejo lá!


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O que leva uma pessoa a ser obsessiva ao invés de histérica?

Essa pergunta diz respeito ao clássico problema psicanalítico da “escolha da neurose”.

É óbvio que, ao utilizarmos o termo “escolha”, não estamos nos referindo a uma opção consciente e deliberada por uma forma de adoecimento em vez de outra.

O problema da escolha da neurose se refere aos FATORES que encaminham o sujeito na direção de uma forma específica de expressar seus conflitos psíquicos.

Com efeito, sabemos que o núcleo de ambas as neuroses é constituído por conflitos entre determinados impulsos sexuais e/ou agressivos e a imagem impecável que o sujeito aspira encarnar à luz de seus ideais.

Mas por que algumas pessoas “resolvem” esses conflitos reprimindo os impulsos e satisfazendo-os por meio de sintomas físicos e ataques de angústia ao passo que outras encontram uma saída para os conflitos construindo pensamentos obsessivos, rituais e outras formações defensivas?

Freud começou a tentar responder essa pergunta já no finalzinho da década de 1890.

Nessa época, ainda sem o conceito de sexualidade infantil, ele estava crente na teoria de que as neuroses eram causadas por experiências sexuais vivenciadas na infância.

Assim, inicialmente sustentou que a pessoa estaria sujeita a desenvolver histeria se tais experiências “precoces” tivessem sido PASSIVAS ao passo que a “escolha” pela neurose obsessiva ocorreria naqueles cujas vivências sexuais infantis tivessem sido ATIVAMENTE buscadas.

Em outras palavras, Freud acreditava que a histeria seria uma espécie de reação a abus0s sexuais sofridos na infância. Já a neurose obsessiva seria decorrente da prática prazerosa de atos sexuais protagonizados pelo sujeito quando criança — provavelmente como resposta a um abus0 prévio.

Em pouco tempo Freud descartou essa teoria ao se dar conta de que a presença de sexualidade nas crianças não é um acidente, mas uma propriedade essencial da vida infantil.

Tal constatação o levou a formular uma nova resposta para o problema da escolha da neurose.

Quer saber qual é essa nova resposta?

Falarei sobre ela numa AULA ESPECIAL que aqueles que estão na CONFRARIA ANALÍTICA receberão ainda hoje.

Até lá!


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[Vídeo] Obsessivos nostálgicos do ser e histéricos militantes do ter

Neste vídeo: entenda por que o psicanalista Joel Dor designou os neuróticos obsessivos como nostálgicos do ser e os histéricos como militantes do ter.


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[Vídeo] Entenda a relação do obsessivo e da histérica com o desejo do Outro

Neste vídeo: conheça a estrutura das fantasias com as quais o sujeito responde ao desejo do Outro na histeria e na neurose obsessiva.


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A visão da Psicanálise sobre o TOC

O que Freud e a medicina de sua época chamavam de “neurose obsessiva” recebe hoje a alcunha de “transtorno obsessivo-compulsivo” (TOC, para os íntimos).

Diferentemente de outros analistas, penso que “transtorno obsessivo-compulsivo” é, de fato, um termo mais representativo do que verdadeiramente se passa nessa patologia.

Com efeito, os sintomas que a caracterizam se distribuem justamente em duas grandes categorias: as obsessões (pensamentos intrusivos e recorrentes) e as compulsões (atos repetitivos e rituais).

Tem um texto do Freud chamado “O Interesse Científico da Psicanálise”, de 1913, escrito para um periódico italiano, em que ele nos oferece um ótimo resumão da compreensão psicanalítica acerca do TOC.

Quem está na CONFRARIA ANALÍTICA receberá ainda hoje uma aula especial em que comento linha a linha o parágrafo em que Freud faz essa síntese.

Lá a gente percebe com muita clareza que o modo como a Psicanálise aborda o TOC é totalmente diferente da forma como essa doença é tratada por outras abordagens psicoterapêuticas.

Para a Terapia Cognitivo-Comportamental, por exemplo, as obsessões são tomadas como interpretações distorcidas sobre a realidade e o tratamento consiste, dentre outras estratégias, em ajudar o paciente a se convencer de que os pensamentos intrusivos não fazem o menor sentido.

Trata-se, portanto, de uma abordagem que não se interessa muito pelo CONTEÚDO das obsessões.

Tanto faz se o paciente tem o pensamento obsessivo de que pode ter se contaminado com uma doença venérea ou se sofre com a obsessão de imaginar a morte da mãe.

Em ambos os casos, trata-se, para o terapeuta cognitivo-comportamental, de arrumar um jeito de ajudar o paciente a parar de pensar nisso, nem que seja sugerindo que ele transforme seu pensamento obsessivo em uma canção (sic – cf. LEAHY, R. Livre de ansiedade, Artmed, 2011).

Para Freud, em contrapartida, é fundamental prestar atenção no conteúdo das obsessões porque é ele que indica a “racionalidade” por trás delas.

Sim, Psicanálise descobriu que os pensamentos obsessivos possuem uma racionalidade…

Vamos continuar essa conversa lá na Confraria Analítica?

Te vejo lá!


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Enquanto os obsessivos são nostálgicos do ser, os histéricos são militantes do ter

No clássico (e, infelizmente, esgotado) livro “Estruturas e Clínica Psicanalítica”, Joël Dor propõe a seguinte tese:

“Se pude dizer que os obsessivos são uns NOSTÁLGICOS DO SER, pode-se igualmente dizer que os histéricos são uns MILITANTES DO TER.” (p. 67, gritos do autor).

Para o autor, a gênese das estruturas histérica e obsessiva está diretamente relacionada a certas condições relativamente comuns que podem se apresentar ao sujeito quando criança.

No caso da obsessão, teríamos invariavelmente na infância a relação com um Outro que mantém o sujeito numa posição de objeto suplementar de seu desejo.

Em outras palavras, a criança percebe que o Outro deseja coisas que estão para-além dela, mas entende que essas outras coisas não são suficientes para dar conta do desejo do Outro.

Assim, o sujeito é levado a crer que ocupa uma posição privilegiada junto a esse Outro e que é o seu DEVER mantê-lo sempre satisfeito.

Por isso, o obsessivo teria essa eterna NOSTALGIA DE SER o objeto que não deixa o Outro “a desejar”…

Na histeria, por sua vez, teríamos uma configuração diferente, ligada ao momento da infância em que o sujeito precisa reconhecer que tanto ele quanto o Outro não são completos.

Dependendo do modo como é apresentada a essa “descoberta”, a criança pode ser levada a acreditar que a incompletude não vale para todos e que ela é, na verdade, uma INJUSTIÇA.

Para o histérico, existem alguns Outros que indevidamente possuem o privilégio de serem completos e, por isso, precisam ser “castrados”.

Colocar-se a serviço do Outro, por exemplo, costuma ser uma típica estratégia histérica para manter o Outro castrado: “Se ele precisa de mim, é porque é carente e incompleto. 😌”.

Quanto à sua própria incompletude, o histérico a reconhece, mas a considera, como eu disse acima, uma injustiça.

“Sou incompleto, sim”, ele diz, “mas só porque o Outro me fez assim, privando-me daquilo que me faria inteiro e feliz”.

Por isso, o histérico passa a vida MILITANDO, reivindicando, se queixando daquilo que ele acha que somente uns privilegiados têm, mas que, na verdade, NINGUÉM TEM…


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Histeria e obsessão: respostas neuróticas ao desejo do Outro

Originalmente, histeria e neurose obsessiva eram termos que designavam tão-somente transtornos mentais.

Por outro lado, desde o início de sua abordagem dessas patologias, Freud observou que em cada uma delas haveria uma constelação específica de traços de personalidade.

Na histeria, por exemplo, haveria quase sempre uma atitude de repúdio à sexualidade ao passo que na neurose obsessiva normalmente se encontraria, dentre outros traços, um crônico sentimento de culpa.

Lacan, por sua vez, propôs que histeria e neurose obsessiva seriam, na verdade, não apenas categorias psicopatológicas, mas as duas posições subjetivas possíveis para uma pessoa neurótica.

No pensamento de Lacan, o neurótico pode ser pensado como o sujeito que trava sua vida em função da pergunta “O que o Outro deseja?”.

Empacado diante desse problema, o neurótico constrói uma fantasia e passa a viver nela, protegendo-se da constatação de que não há resposta definitiva para aquele mistério.

O obsessivo vive na fantasia de que precisa ser completo, autônomo, tendo tudo sob controle. Para se proteger da questão sobre o desejo do Outro, ele tenta fingir que o Outro não existe.

Daí o desespero em que se vê quando sua parceira se recusa a encarnar o papel de um simples objeto, ou seja, quando resolve se manifestar como uma Outra pessoa de verdade.

A fórmula do amor do obsessivo é “Eu amuminh’a mulher” (amor + múmia). Com efeito, para ele, a mulher ideal é uma mulher… morta.

A histérica, por sua vez, encara de frente a questão do desejo do Outro. Sua saída, no entanto, não é melhor que a do obsessivo:

Na histeria, o sujeito tenta encarnar o objeto que supostamente seria a causa do desejo do Outro.
Percebam: a histérica não quer ser o objeto que satisfaz o Outro. Ela busca se converter no objeto que CAUSA o desejo.

É como se ela pensasse: “Se o Outro deseja, logo eu existo, pois sou exatamente o objeto que o faz desejar”.

Daí sua famosa insatisfação crônica: para ela nunca está bom, está sempre faltando alguma coisa…

Precisa faltar! Encarnando em fantasia o papel de objeto causador do desejo do Outro, a histérica só pode sustentar sua existência se mantiver o Outro num estado perpétuo de carência.


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[Vídeo] De onde vêm os pensamentos obsessivos?

Neste vídeo: entenda de forma rápida, simples e didática o mecanismo psíquico que está na origem das ideias obsessivas.


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Ficar remoendo é não querer pagar o preço da autenticidade

Todo o mundo já passou pela experiência de ficar remoendo coisas que gostaria de ter dito, mas acabou não falando.

Há pessoas, no entanto, que vivenciam essa situação com muita frequência, de modo que estão praticamente o tempo todo pensando nas ações que não realizaram e nas palavras que não colocaram para fora.

Esse padrão faz com que tais indivíduos desperdicem uma imensa quantidade de energia psíquica, pois ao invés de se entregarem “de corpo e alma” para as experiências atuais, eles permanecem apegados às imagens das reações que não tiveram.

Assim, muitas vezes estão apenas “de corpo presente” nas situações, pois seu pensamento está investindo pesadamente naquilo que poderia ter acontecido e não no que está acontecendo.

Por que isso acontece? Por que algumas pessoas não conseguem sair desse movimento repetitivo e mórbido de não falarem/fazerem o que querem e depois não conseguirem parar de remoer o que não falaram/fizeram?

O que está em jogo é a boa e velha dificuldade neurótica de abrir mão, de renunciar, de aceitar que não dá para ter tudo. O neurótico não consegue suportar o fato de que, na vida, frequentemente temos que perder para ganhar.

Assim, ele não aceita abrir mão do desejo de confrontar o colega de trabalho em troca da manutenção de um clima de harmonia no ambiente de trabalho. Ele quer ambas as coisas. Todavia, como as duas situações são mutuamente excludentes, o que o neurótico faz? Ele dá um jeitinho: não confronta o colega, mantendo, assim, o clima de harmonia, mas, em compensação, fala poucas e boas para o companheiro… na sua imaginação.

Entendeu? Remoer é uma forma neurótica de satisfazer o desejo de falar/fazer sem precisar se comprometer, sem precisar renunciar a uma certa imagem positiva diante do outro, sem precisar pagar o preço que a autenticidade exige.

Você sofre com esse problema de ficar o tempo todo remoendo aquilo que não deu conta de falar ou fazer?


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Pensamentos obsessivos: entenda por que eles acontecem

Desde 1894 conhecemos o mecanismo psíquico que está por trás dos pensamentos obsessivos.

Naquele ano, Sigmund Freud publicou o artigo “As neuropsicoses de defesa” no qual, dentre outras coisas, demonstra a descoberta de que os pensamentos obsessivos são inconscientemente criados pelo indivíduo para substituírem outros pensamentos que são fonte de um sofrimento mais acentuado.

Não entendeu? Então vem cá que eu te explico.

Para quem não sabe, pensamentos obsessivos são ideias que não saem da cabeça da pessoa e que ocasionam sentimentos ruins como culpa, medo e irritação. Alguns exemplos típicos: medo desproporcional de que uma catástrofe aconteça, temor excessivo de contaminação, remorso exagerado por pequenos erros cometidos etc.

No artigo de 1894 (que se encontra disponível no volume III das obras completas de Freud), o autor demonstra que os pensamentos obsessivos surgem para substituir outras ideias. Esses outros pensamentos estão ligados a coisas que o sujeito fez ou desejou fazer tanto na idade adulta quanto, sobretudo, na infância, e que são, para ele, fonte de uma culpa avassaladora.

Freud mostra que, para fugir da intensa dor psíquica provocada pelo que fez (ou desejou fazer), o sujeito inconscientemente cria as ideias obsessivas e passa a sofrer com elas ao invés de continuar sofrendo com a culpa “original”.

Por exemplo: um jovem pode se ver constantemente assaltado pelo medo absurdo de estar magoando a namorada pelo simples fato de não respondê-la imediatamente no WhatsApp. Esse temor disparatado pode estar substituindo a culpa pelo desejo de traí-la que constantemente atravessa a alma do pobre rapaz.

O que a pessoa ganha ao fazer essa substituição?

Ora, por mais incômodos e perturbadores que sejam os pensamentos obsessivos, eles pelo menos são suportáveis ao passo que a culpa original impõe sobre o sujeito um estado de desespero intolerável. Em suma: as ideias obsessivas são formas que encontramos de nos proteger das nossas próprias autocondenações.

Você já sofreu com pensamentos obsessivos? Conhece alguém que passa por isso?


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3 traços da estrutura obsessiva

Para-além dos sintomas clássicos (pensamentos obsessivos e compulsões), a neurose obsessiva contempla também certos traços típicos de personalidade que revelam a posição subjetiva ocupada por alguém que se encontra nessa estrutura.

Dentre esses diversos traços típicos, escolhi três para exemplificar o funcionamento característico de um sujeito obsessivo.


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