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Muitas pessoas se habituaram a pensar que possuem uma “verdadeira essência” escondida por trás daquilo que efetivamente fazem.
A própria Psicanálise contribuiu para a formação dessa ideia com a descoberta de que nossos comportamentos são influenciados por pensamentos inconscientes.
Assim, muita gente procura um psicanalista na esperança de finalmente descobrir quem REALMENTE é, como se essa verdade estivesse oculta e precisasse ser desvelada.
Quem pensa dessa forma se esquece de outra descoberta crucial da Psicanálise: a de que o Inconsciente está SEMPRE falando — em alto e bom som.
— Como assim, Lucas?
Veja: os pensamentos que nós reprimimos e/ou mantemos reprimidos estão sempre retornando à nossa consciência de modo disfarçado.
Eles não ficam, como muita gente imagina, presos e guardados lá no Inconsciente.
A mocinha que tem inclinações homossequissuais reprimidas, por exemplo, está o tempo todo expressando-as de modo indireto, simbólico, metafórico.
Só é preciso ter olhos para ver.
A repugnância afetada diante de uma cena de beijo entre duas mulheres num filme pode muito bem ser a expressão pelo avesso do desejo não reconhecido.
Assim como a violência com que aquele rapaz se condena e se cobra pode revelar, nas entrelinhas, a ardente agressividade que ele insiste em tentar reprimir.
A repressão, senhoras e senhores, SEMPRE FRACASSA.
É como tentar se livrar do corpo de um pássaro morto guardando-o numa gaveta.
O cheiro do cadáver em decomposição inevitavelmente denunciará sua presença ali.
Por isso, se você quer descobrir a sua “verdadeira essência”, basta olhar para o que efetivamente diz, faz e pensa.
Ela não está enterrada num baú recôndito ao qual só se tem acesso depois de um longo processo de escavação.
A nossa verdade está aí, na nossa cara, gritando a plenos pulmões.
O problema é que a gente se nega a escutá-la.
E é por isso que a Psicanálise demora.
De fato, a gente precisa de um bom tempo para tomar coragem de olhar para a verdade e mais tempo ainda para se acostumar com o seu modo peculiar de falar.
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Uma das primeiras e mais importantes descobertas que Freud fez sobre o ser humano foi a de que todos nós somos apaixonados por nosso eu ideal.
Isso pode ser visto como muita clareza, por exemplo, nos casos que o médico vienense examina lá nos “Estudos sobre Histeria”.
Um deles é o de uma jovem que desenvolveu dores nas pernas porque escondeu de si mesma o desejo de ficar com o marido da irmã mais velha que acabara de falecer.
Por que essa paciente reprimiu esse impulso “talarico”?
Ora, por conta da paixão pela imagem idealizada que queria ter de si, ou seja, pelo amor que tinha por seu eu ideal.
De fato, pensar em pleno leito de morte da irmã “Agora meu cunhado está livre. Posso me casar com ele” não combinava muito com o modelo de moça 100% decente e virtuosa que ela queria encarnar.
Assim, na tentativa de caber no apertadíssimo vestido de seu eu ideal, a jovem fingiu para si mesma que o desejo de pegar o cunhado nunca havia lhe passado pela cabeça.
Resultado: adoeceu.
Adoeceu porque não quis se enxergar.
E não quis se enxergar porque estava mais apaixonada pela imagem idealizada de si do que pelo marido da irmã.
Isso também acontece com você e comigo, tá?
Todos nós construímos um modelo perfeitinho e imaginário de nós mesmos com base naquilo que vivenciamos e ouvimos na infância.
E aí passamos a vida inteira correndo atrás desse modelo e fazendo todo e qualquer sacrifício para nos tornarmos conformes a ele.
Tem gente que sacrifica o reconhecimento de sua vulnerabilidade porque quer porque quer se enxergar no espelho da alma como 100% forte e imbatível.
Tem gente, como a paciente de Freud, que sacrifica a afirmação de seu desejo em nome de um ideal hipócrita e inalcançável de suposta pureza.
E tem também aqueles que, fascinados pela imagem ideal de bonzinhos, vivem jogando para debaixo do tapete da consciência seus inevitáveis impulsos agressivos.
Um dos propósitos da Psicanálise é nos ajudar a perder essa paixão farisaica e escravizante pelo eu ideal — substituir o apego à imagem pelo amor à verdade.
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Vocês certamente já viram sendo publicados por aí os resultados de pesquisas sobre a frequência sequissual das pessoas.
Um estudo feito por uma empresa europeia de preservativos em 2007 “evidenciou” que o Brasil seria o segundo país do mundo onde mais se faz séquisso.
De acordo com o levantamento, em média o brasileiro tem 145 relações sequissuais por ano, o que corresponde a cerca de 2 a 3 tr4nsas por semana.
Só perderíamos para os gregos, cuja frequência média anual seria de 164 vezes.
Ficou com inveja?
Não precisa.
Deixa o tio Lucas te explicar como funcionam esses estudos que supostamente possuem rigor científico.
Eles são conduzidos de uma forma extremamente ingênua:
O pesquisador vai até o entrevistado e simplesmente pergunta a ele: “Quantas vezes o senhor faz séquisso por semana?”, supondo que a pessoa falará a verdade.
É aí que está o problema!
Você (você mesmo!) diria a verdade?
Se estivesse há mais de um ano sem ir para a cama com alguém, você responderia, com toda a sinceridade: “Nenhuma vez” ao questionamento do investigador?
O fato é que há uma probabilidade muito grande das pessoas não serem francas ao participarem desse tipo de estudo por uma razão muito simples:
Em “condições normais de temperatura e pressão”, não queremos projetar uma imagem de nós mesmos que não corresponda ao que supomos ser o desejo do Outro.
Como vivemos numa cultura que valoriza a alta frequência sequissual, é natural que desejemos ser ou, pelo menos, parecer “transud0s”.
O desejo do homem é o desejo do Outro.
Nesse sentido, precisamos ser céticos em relação ao que uma pessoa diz acerca de si mesma, principalmente quando se sente julgada (ainda que não esteja DE FATO sendo avaliada).
A verdade sobre quem somos e o que fazemos não aparece de forma explícita em nossos discursos pensados e elaborados.
Todo investigador policial sabe muito bem disso quando está interrogando um suspeito.
O que também os psicanalistas sabem quando estão escutando seus pacientes.
A verdade não se entrega de bandeja.
Como um quebra-cabeças, ela precisa ser pacientemente montada a partir dos seus fragmentos — espalhados em lugares nada óbvios.
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A Psicanálise nos ensina que a verdade incomoda, perturba e, não raro, se torna insuportável.
Pudera!
A mentira é confortável.
O autoengano tem lá suas vantagens.
As ilusões anestesiam…
Mas a verdade sempre retorna — onde menos se espera encontrá-la.
Lá onde se tropeça, se repete, se esquece…
A pedra que os construtores rejeitaram, tornou-se pedra angular.
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Esta é uma das diversas teses psicológicas de Jesus de Nazaré que se encontram registradas nos Evangelhos.
Ela aparece naquele que talvez tenha sido o discurso mais contundente de Jesus contra os fariseus, em que Ele os chama de “raça de víboras”.
Curiosamente, quando nos lembramos dessa frase “A boca fala…” nos esquecemos de que ela é a resposta da pergunta retórica que Jesus dirige aos fariseus nesses termos:
“Raça de víboras, como podem vocês que são maus, dizer coisas boas?”
Estou chamando sua atenção para essa questão porque ela evidencia um interessante alinhamento entre as concepções de Jesus e as da Psicanálise.
Com efeito, ao insinuar que os fariseus, sendo maus, não poderiam dizer coisas boas, Jesus está implicitamente afirmando que nós não controlamos nossa fala.
A conclusão “A boca fala do que está cheio o coração” é justamente um reforço dessa ideia.
Para Jesus, o Eu parece não ter autonomia completa sobre a fala. Por mais que tente controlar o que sairá de sua boca, no fundo é o Coração quem estará realmente no comando.
Ora, quem disse exatamente a mesma coisa, mas utilizando outros termos, foi o velho Freud.
A invenção da técnica da associação livre e, juntamente com ela, a ênfase na análise dos sonhos e atos falhos mostram justamente que, também para Freud, a verdade sempre escapa do controle do Eu.
Quando seguimos a recomendação freudiana e pedimos aos nossos pacientes que falem tudo o que lhes vier à cabeça, estamos atestando nossa confiança de que da boca deles sairá NECESSARIAMENTE a verdade.
Quando não tratamos um lapso do paciente apenas como um errinho irrelevante, mas o convidamos a interpretá-lo, estamos demonstrando nossa convicção de que… “A boca fala do que está cheio o coração”.
Ao perguntar retoricamente aos fariseus “como podem vocês que são maus, dizer coisas boas?”, Jesus estava sugerindo que existe uma correspondência entre o SER e o DIZER.
Em outras palavras, o que efetivamente DIGO atesta quem verdadeiramente SOU, ainda que “pelo meu muito falar” eu queira farisaicamente convencer os outros e a mim mesmo de que sou o que GOSTARIA DE SER.
Freud certamente daria like nessa “postagem” de Jesus.
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Não raro as pessoas procuram um analista acreditando que, ao longo do tratamento, encontrar-se-ão com a verdade definitiva sobre si mesmas. Se, no início, a psicanálise de fato foi pensada como um método através do qual o sujeito poderia ir ao encontro das memórias relativas aos acontecimentos que determinaram sua história, atualmente não se trata mais disso. Em vez da busca por uma verdade última que estaria na origem do sofrimento do paciente, a análise busca hoje colocar sob suspeita justamente aquilo que se apresenta ao sujeito com o peso de uma verdade imutável e que são de fato narrativas construídas acerca de sua história.