Não raro as pessoas procuram um analista acreditando que, ao longo do tratamento, encontrar-se-ão com a verdade definitiva sobre si mesmas. Se, no início, a psicanálise de fato foi pensada como um método através do qual o sujeito poderia ir ao encontro das memórias relativas aos acontecimentos que determinaram sua história, atualmente não se trata mais disso. Em vez da busca por uma verdade última que estaria na origem do sofrimento do paciente, a análise busca hoje colocar sob suspeita justamente aquilo que se apresenta ao sujeito com o peso de uma verdade imutável e que são de fato narrativas construídas acerca de sua história.
Olá Lucas… Primeiramente obrigada por compartilhar questões acerca da psicanálise, através de uma transmissão tão aprazível…
Quando vc fala que buscamos satisfazer nossas “necessidades” primárias nos relacionamentos atuais, e por se tratarem de necessidades que não serão satisfeitas por estarem “vencidas”, me veio na mente que se fossem satisfeitas na minha infância, haveria aí um gozo total… O que a todo momento estamos vendo que é impossível acontecer, pois isso exterminaria o desejo de algo mais, acabaria com os restos…Gostaria de discutir essa questão aqui com vc… Aguardo seu retorno e mais uma vez obrigada…
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o comentário saiu na página errada, o comentário que fiz se refere ao video sobre a transferência de queixas…
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Olá Keli! Obrigado pelo comentário e pelos elogios!
Na verdade, quando falo de “necessidades” refiro-me a anseios e expectativas forjados no interior da relação com os pais que não têm a ver necessariamente com a busca por uma satisfação plena. Trata-se, por exemplo, de uma demanda pela atenção de um dos pais ou certo desejo de proteção. São anseios que, por não terem sido satisfeitos na infância (realmente ou, pelo menos, na fantasia do sujeito) acabam sendo levados para os relacionamentos amorosos. A gente pode até conjecturar que, no fundo, trata-se de uma busca pelo gozo total, mas não posso dizer que se trata efetivamente disso.
Grande abraço!
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Percebi! rs De todo modo, preferi responder aqui mesmo. Grande abraço!
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