
Verônica estava visivelmente aflita ao falar da filha:
— Ela simplesmente parou de comer, Patrícia. A Luana já tinha o costume de não tomar café da manhã, mas agora não quer almoçar e jantar também.
Patrícia é a psicóloga que Verônica procurou por indicação do médico que atende sua filha desde que esta era bebê.
Luana é uma adolescente de 16 anos que há aproximadamente 6 meses passou a ter muito medo de engordar e a se preocupar excessivamente com sua imagem corporal.
— Na semana passada — continuou Verônica — eu tentei obrigá-la a comer no almoço, mas ela deixou praticamente tudo no prato. Eu estou desesperada, doutora!
Patrícia não pôde conter a ansiedade gerada por esse relato. Por também ser mãe, ela conseguia imaginar a agonia de Verônica diante do comportamento da filha.
Após conversarem por mais alguns minutos, a psicóloga pediu que Verônica se retirasse para que pudesse atender Luana.
Se o relato da genitora já havia sido difícil de escutar, a imagem da jovem que acabava de entrar em sua sala fora ainda mais perturbadora para Patrícia.
Luana estava, de fato, extremamente magra. Além do corpo esquelético, o rosto pálido denunciava a falta de alimentação.
Bastante retraída, a jovem falou muito pouco na primeira sessão, limitando-se basicamente a responder as perguntas que Patrícia lhe fazia.
A psicóloga constatou que Luana não via problema em comer pouco e que pretendia continuar fazendo isso, pois entendia que ainda precisava perder peso.
— Se eu engordar, vou perder o meu lugar no time. Lá não tem lugar para gorda.
O “time” ao qual a moça se referia era a equipe de vôlei da escola, da qual participava há 1 ano.
A obsessão de Luana por emagrecer havia começado depois que ela acidentalmente ouviu um colega de sala comentar com outros meninos mais ou menos o seguinte:
— Das meninas do vôlei a mais gostosa é a Luana, né, galera?
Desde esse dia, a adolescente começou a se esforçar obstinadamente para emagrecer com medo de ser substituída no time de vôlei por uma aluna mais magra.
Patrícia encerrou a sessão sentindo-se tão aflita quanto a mãe da paciente.
“O que eu faço diante do desejo dessa menina de continuar comendo pouco?”
“Será que eu devo tentar desfazer essa crença que ela tem de que ainda precisa emagrecer?”
“Por que a fala do colega teve tamanho impacto sobre ela?”
Essas foram algumas das perguntas que ficaram martelando na cabeça da profissional após o atendimento.
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