— Não. No Brasil, qualquer pessoa pode se nomear psicanalista, pois a Psicanálise (felizmente) não é uma profissão regulamentada em nosso país. Porém, para de fato atuar como analista, a pessoa precisa passar por uma formação.
— Um curso, né? — indagou minha interlocutora.
— Não. Não existe curso para ser psicanalista. Todos os “cursos de Psicanálise” que você vê por aí estão fazendo falsas promessas.
— Por quê?
— Porque o pressuposto básico de um curso profissionalizante é que você estará habilitado para desenvolver uma determinada atividade depois de passar por ele. E isso não vale para a formação em Psicanálise.
— Uai, para ser médico, engenheiro, assistente social não é suficiente fazer um curso? Por que com a Psicanálise seria diferente? — perguntou ela com o semblante de quem realmente não estava entendendo nada.
— É que, para ser psicanalista, não basta aprender a teoria. Sabe por quê? Porque o nosso principal instrumento de trabalho não é nosso saber, mas o nosso ser.
Vou interromper a conversa para compartilhar com vocês a explicação que dei à minha colega.
Qual é o principal objetivo que um psicanalista busca atingir com seus pacientes?
A resposta é simples: ajudá-los a enxergar o avesso da imagem consciente que possuem de si mesmos. É vencendo esse desafio que eles conseguem abandonar seus sintomas e inibições.
Ora, para que eu consiga ajudar uma pessoa a enxergar seu avesso, não basta que eu tenha na cabeça as teorias construídas pelos autores da Psicanálise.
Se eu mesmo não tiver passado pela experiência de enxergar o MEU avesso, não conseguirei ajudar o paciente a enxergar o dele.
Sabe por quê?
Porque eu terei medo do meu próprio avesso e, consequentemente, ficarei com medo de levar o paciente a encontrar-se com o dele.
Por isso, o requisito mais importante para que uma pessoa possa praticar a Psicanálise é ter passado muito tempo no divã de outro analista.
Porque é só sendo paciente durante ANOS (anos!) que essa pessoa conseguirá perder o medo do seu avesso e, assim, se tornará SUBJETIVAMENTE apta a ajudar outros sujeitos a se encontrarem com seus respectivos avessos.
Concorda comigo que é IMPOSSÍVEL oferecer essa experiência por meio de um curso?
— Ah, Lucas, mas eu vi na internet um curso que oferece sim a análise pessoal, além da teoria.
Como? Curso é um programa de duração pré-estabelecida (3 anos, 4 anos, 5 anos etc.).
Já a análise PESSOAL, não. Cada paciente caminha num ritmo singular, pois é um processo que se desenvolve individualmente com um analista.
E mais: esse analista precisa ser alguém que VOCÊ escolhe — e não uma pessoa designada por uma suposta entidade formadora.
Portanto, não existe “curso de psicanálise”.
A formação psicanalítica é um PROCESSO.
Um processo que passa, sim, pela assimilação de muita teoria, mas que exige fundamentalmente a preparação subjetiva do candidato a analista.
E essa preparação só pode acontecer no divã, e não numa sala de aula.
***
✨ Na quinta-feira, 23 de outubro, às 20h, vou ministrar a Masterclass gratuita “Psicanálise: o Básico do Básico”.
Vou explicar como realmente se forma um psicanalista, o que é preciso para começar esse percurso e por que a teoria, sozinha, nunca é suficiente.
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