Você saiu da guerra, mas a guerra não saiu de você?

Imagine um soldado que voltou de uma guerra, mas se recusa a tirar a farda e não consegue dormir sem sua metralhadora ao lado da cama.

Você pode estar pensando:

“Um sujeito desses está doente, Lucas. Ele precisa de ajuda”.

É verdade.

Mas e se eu te disser que esse soldado pode ser você?

Não literalmente, é claro. Mas metaforicamente você pode estar se comportando igualzinho a esse cara.

Só que no seu caso, a guerra não foi um confronto militar, mas o embate com circunstâncias traumáticas presentes na sua infância.

É dessa batalha que você pode ter vindo.

O problema é que, assim como o soldado, talvez você não consiga tirar a farda nem abandonar suas armas.

Para conseguir suportar as pressões do ambiente infantil que tentavam sufocar sua espontaneidade, você precisou se camuflar, se defender e até contra-atacar.

E, assim, pode ter se tornado uma criança excessivamente reativa, excessivamente passiva ou excessivamente controladora, por exemplo.

Esse excesso foi necessário lá atrás. Foi ele que deu a você condições de sobreviver à guerra. Foi com ele que você lutou.

Porém, agora que você não está mais no campo de batalha, ele é completamente inútil.

Essa farda foi feita para que você não fosse reconhecido pelo inimigo no meio da floresta. Agora, não faz mais sentido usá-la.

E essa arma? Para que mantê-la aí do lado, sempre carregada, se já não há nenhum oponente a ser abatido?

Você saiu da guerra, mas a guerra não saiu de você.

Todo santo dia, na clínica, nós, psicanalistas, nos deparamos com pessoas que estão exatamente nessa situação.

Com medo que aconteçam novamente as dolorosas experiências que viveram na infância, elas continuam empregando as mesmas defesas daquela época.

Comportam-se, portanto, como soldados que voltaram de uma guerra, mas permanecem vivendo como se ainda estivessem no front.

Ainda muito assustadas com os ataques que sofreram, elas têm dificuldade para reconhecer que agora estão em segurança.

Será este o seu caso?

Será que esses padrões de comportamento que você tem hoje — e que te fazem sofrer — são a farda e as armas que precisou usar lá atrás, na infância?


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Você cria problemas emocionais para se proteger


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Você está doente para se proteger

Há uma coisa que você PRECISA saber e que talvez nenhum profissional de saúde mental tenha lhe falado até hoje:

Seus problemas emocionais existem para PROTEGÊ-LO.

Sim! Seus episódios depressivos, suas crises de ansiedade, seus pensamentos negativos, sua compulsão alimentar… Tudo isso existe para proteger você.

Eu sei que tal afirmação parece absurda, mas fique tranquilo que vou demonstrá-la.

Primeiramente, você precisa reconhecer dois fatos indiscutíveis:

(1) Todos nós somos seres contraditórios, no sentido de que temos muitas inclinações diferentes, que frequentemente se opõem umas às outras.

(2) Não temos consciência de todas essas inclinações e, portanto, não estamos plenamente conscientes de todos os possíveis conflitos entre elas.

Admitidas essas duas realidades, podemos continuar nossa demonstração:

Essas contradições internas (por exemplo: entre o amor e o ódio que você tem por uma pessoa) geram uma emoção extremamente desagradável: a ANGÚSTIA.

Quando estamos fortes psiquicamente, conseguimos tolerar a angústia e, consequentemente, o conflito que a produz.

Porém, quando nos encontramos num estado de fragilidade emocional, a angústia se apresenta como algo insuportável.

E aí, para evitar o surgimento dela, precisamos empregar defesas psíquicas contra o conflito que a desencadeia.

Pois bem! Nossos sintomas são justamente a EXPRESSÃO VISÍVEL dessas defesas.

— Mas, Lucas, eu não me percebo utilizando defesa nenhuma e também não consigo enxergar nenhum desses conflitos de que você está falando.

OK, mas você lembra que admitiu agora há pouco que nós nem sempre estamos conscientes de nossas inclinações e de possíveis conflitos entre elas?

Na maioria das vezes, todo esse processo que descrevi (conflito -> angústia -> defesas -> adoecimento) acontece inconscientemente.

E é justamente por isso que, para tratar seus problemas emocionais, você precisa de um método terapêutico que lhe permita enxergar essa mecânica inconsciente.

Felizmente, esse método já foi inventado.

Há mais de 100 anos.

O nome dele é Psicanálise.