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Aquela que aparece nos stories do Instagram desejando bom dia para seus seguidores com entusiasmo, alegria e um gif escrito “Gratidão por mais um dia!”?
Ou será aquela que, no momento seguinte, fecha a cara e grita para o filho: “Mateus, anda que nós já estamos atrasados! Todo dia é esse inferno!”.
Quem sabe seja aquela que horas depois está num perfil de fofoca tecendo comentários venenosos sobre a influenciadora que comprou uma bolsa de 100 mil reais.
Ou aquela que um minuto depois está mandando mensagem para o marido reclamando da bagunça que ele deixou em cima da mesa: “Você acha que eu sou sua empregada?”.
Quem é ela?
Aquela que chega no trabalho sempre animada e que ilumina a manhã dos colegas com seu jeito bem-humorado e prestativo?
Ou aquela que, no fim do expediente, deixa escapar uma lágrima ao se lembrar da mãe que faleceu há 4 meses?
Alegre, irritada, invejosa, generosa, reclamona, melancólica: todas essas são ela.
Assim como você.
Infelizmente, nós nos acostumamos a tomar o Eu como se fosse uma essência imutável, estanque, que permanece sempre o mesmo ao longo de toda a vida.
É com base nessa premissa equivocada que alguém poderia dizer que a personagem da nossa história estava sendo falsa ao gravar o seu story de “bom dia”.
— Como pode a mulher fazer um vídeo toda animada e, segundos depois, ralhar com o filho daquela forma?
Ora, por que não admitirmos o simples fato de que a pessoa que gritou com o filho não era a mesma que postou o story?
Por que não aceitarmos o fato de que o Eu não é uma substância, mas uma realidade cambiante, que se transforma continuamente em função das relações com o mundo?
Cada relação pede um Eu diferente.
É claro que é preciso supor a existência de uma espécie de eixo permanente por trás desses diversos “Eus”.
Afinal, se não houvesse tal alicerce, não conseguiríamos nos reconhecer nas diversas identidades que adotamos em diferentes contextos.
No entanto, esse eixo não é uma essência com características definidas, mas um simples ponto de convergência, um pólo de integração.
Somos vários.
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Quero começar este texto falando de três situações que aparentemente não têm nada a ver uma com a outra, mas que, na verdade, estão estruturalmente conectadas:
(1) Sempre que eu abro a caixinha de perguntas do Instagram aparecem várias pessoas querendo saber como é SER uma histérica ou um obsessivo.
(2) Pululam na internet vídeos e mais vídeos que supostamente pretendem ajudar as pessoas a identificarem se elas têm TDAH ou até autismo.
(3) Nunca se falou tanto nas redes sociais sobre os tais quatro temperamentos — uma concepção de personalidade completamente especulativa proveniente da Antiguidade.
Estes três fenômenos ilustram o anseio humano por IDENTIDADE.
No fundo, grande parte das pessoas que querem saber se são histéricas, TDAH ou fleumáticas, por exemplo, está apenas desesperada por encontrar uma resposta apaziguadora à pergunta:
“Quem sou eu?”.
Na busca por resolvermos de modo definitivo essa nossa CARÊNCIA IDENTITÁRIA, podemos acabar nos alienando a certas identidades fixas e rígidas.
Penso, por exemplo, numa paciente que não consegue pedir ajuda a sua chefe, mesmo quando está enfrentando severas dificuldades no trabalho.
Essa moça sempre se percebeu e foi vista pelas pessoas à sua volta como alguém independente, que dá conta de resolver seus problemas sozinha, que não precisa do apoio de ninguém.
Pelo medo de perder essa identidade e ser confrontada novamente com a sua “falta-a-ser” (como dizia o psicanalista francês Jacques Lacan), a jovem se prejudica, mas não pede ajuda…
Lembro-me também de um idoso que acompanhei como estagiário em um ambulatório de lesões dermatológicas.
Aquele senhor tinha uma ferida que já estava em sua perna há tantos anos (décadas!) que ele era conhecido na vizinhança como o “Sr. Fulano da ferida”.
Era fácil entender porque ele não aderia ao tratamento oferecido no ambulatório e sua lesão sempre voltava a se abrir.
De fato, se ficasse curado, não perderia só a ferida, mas também a IMAGEM associada a ela — identidade pela qual era socialmente reconhecido.
Todo o mundo quer uma imagem egoica redondinha para chamar de sua.
O problema é que a gente pode acabar se tornando refém dela.
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Esta é uma pequena fatia da aula especial “4 ESTRATÉGIAS PARA FACILITAR O FORTALECIMENTO DO EGO”, já disponível para quem está na CONFRARIA ANALÍTICA.
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Atualmente, gostamos de dizer que não se deve ter preconceito contra ninguém, mas e se eu te disser que você pode estar sendo preconceituoso em relação a si mesmo?
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Uma das descobertas mais revolucionárias advindas da experiência psicanalítica foi a de que a nossa personalidade ou identidade é constituída por uma miscelânea de traços de outras pessoas. Neste nono recado rápido, faço alguns comentários sobre as implicações clínicas dessa descoberta. De fato, muitos dos nossos sintomas e padrões doentios de comportamento estão diretamente ligados às diversas identificações que compõem o nosso eu.