[Vídeo] Ansiedade não é doença


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Ficar ansioso é normal

Ansiedade é que nem suor: desconfortável, desagradável, mas… inevitável.

Assim como o suor é uma reação natural do corpo, a ansiedade é uma resposta espontânea da alma.

Suamos para resfriar o corpo diante de um aumento significativo de sua temperatura. Assim, evitamos o risco de superaquecimento.

Ficamos ansiosos quando estamos diante de algum perigo. Assim, nos sentimos inclinados a evitá-lo ou, no mínimo, tomar cuidado.

Ou seja, tanto o suor quanto a ansiedade são sinais de saúde.

Por isso, não faz sentido dizer que uma pessoa sofre de ansiedade, assim como seria absurdo afirmar que um sujeito sofre de suor.

Ambas as reações só podem ser chamadas de patológicas quando acontecem em excesso ou fora de hora.

Sinto que estou explicando uma coisa muito óbvia. Mas, às vezes, o óbvio precisa ser reafirmado.

Infelizmente, muitos profissionais de saúde mental têm falado sobre a ansiedade como se ela fosse um transtorno em si mesma.

Outro dia, atendi uma moça cujo psiquiatra lhe receitou um novo medicamento simplesmente por ela ter dito se sentir ansiosa e impaciente de vez em quando.

Atônito, perguntei se ela achava que sua ansiedade era exagerada ou a atrapalhava e a paciente disse tranquilamente que não, que era uma ansiedade “normal”.

Ela mencionou que se sente ansiosa, por exemplo, antes de fazer provas na faculdade, mas que não chega a ficar aflita e desesperada como alguns colegas.

Ou seja, essa ansiedade era totalmente adequada à circunstância em questão.

É natural ficarmos ansiosos diante de situações que envolvem riscos, como é o caso de uma avaliação acadêmica.

Em outras palavras, essa moça passou a tomar mais um remédio tarja preta à toa!

Se voltarmos à comparação com o suor, a situação parecerá ainda mais aberrante:

Imagine um dermatologista receitando um medicamento antitranspirante para um paciente que diz ficar suado quando faz atividades físicas…

Seria um absurdo, né?

Concluindo: a ansiedade faz parte da vida. Não devemos patologizá-la.

Ela nos motiva a ter cautela, a pensarmos antes de agir e tem mais:

Até quando acontece fora de hora pode ser uma bússola para encontrarmos nossos desejos mais profundos…

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[Vídeo] Devemos preservar a categoria de doença psíquica


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Discordo de Viviane Mosé: doença psíquica não é só uma “diferença”

Recentemente, Viviane Mosé disse, em entrevista ao programa “Sem Censura”, que, do ponto de vista dela, não existem doenças psíquicas, mas apenas “diferenças”.

Segundo ela, a categoria “doença” é utilizada ideologicamente para patologizar certas configurações subjetivas que não se encaixam “na ordem social”.

Este argumento me parece facilmente refutável.

Tomemos, por exemplo, o caso de pessoas que são viciadas em apostas.

Elas comprometem seu patrimônio, usam o jogo para fugirem de emoções negativas, sentem-se irritadas e inquietas quando tentam parar de apostar etc.

Ora, ninguém em sã consciência diria que essas pessoas não estão doentes.

Não obstante, o comportamento delas está perfeitamente encaixado na “ordem social”.

Com efeito, existem milhares de casas de apostas que obtêm lucros exorbitantes justamente graças a tais viciados. Sem eles, muitas delas entrariam em falência.

Ou seja, o vício em aposta é um comportamento que reconhecemos como doentio e que, apesar disso, está inteiramente em harmonia com a “ordem social” vigente.

É verdade que existem certas configurações subjetivas que talvez não deveriam ser chamadas de “doenças”, mas reconhecidas simplesmente como “diferenças”.

É bastante sustentável, por exemplo, a tese de que muitos casos de autismo podem ser considerados tão-somente como formas diferentes de lidar com o mundo.

O grande problema da fala de Viviane é que ela é GENERALIZADORA, colocando situações muito díspares no mesmo balaio:

Uma criança que é só um pouco mais desatenta do que a maioria e recebe o rótulo de TDAH e uma pessoa gravemente deprimida que pensa em tirar a própria vida.

Para Viviane, nos dois casos estamos falando apenas de “diferenças”.

Eu, por outro lado, defendo que só o primeiro caso deve ser classificado como uma mera diferença. Para o segundo, devemos, sim, preservar a categoria de doença.

Uma pessoa que pensa o dia todo em não mais existir deve, sim, ser reconhecida como doente, justamente para que seja incentivada a buscar tratamento.

Reconhecer o sofrimento como doença não é estigmatizar — é abrir caminho para o cuidado.


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Se a saúde mental não é levada a sério, parte dessa culpa é nossa.

Se queremos que o campo da saúde mental seja realmente levado a sério pelo conjunto da sociedade, precisamos rever nossas práticas.

Como levar a sério um campo no qual categorias psicopatológicas são tratadas em vídeos e podcasts como se fossem signos do horóscopo?

“Como descobrir se o seu namorado é narcisista”

“Como saber se tenho TDAH? (Teste rápido)”

“A pessoa com bipolaridade precisa fazer isso para ficar bem”

Como levar a sério um campo em que diagnósticos são feitos em uma única consulta de 15 ou 20 minutos?

Todos nós estamos de acordo que transtornos psicológicos são fenômenos EXTREMAMENTE complexos, certo?

Mas, se isso é verdade, como um profissional de saúde mental é capaz de afirmar categoricamente que uma pessoa tem depressão escutando-a por menos de uma hora?

A minha impressão é a de que muitos psicólogos e psiquiatras entendem que aguardar um bom tempo antes de formularem um diagnóstico é sinal de incompetência.

Assim, na ânsia de “mostrarem serviço” para seus pacientes, saem etiquetando-os de forma completamente irresponsável e tecnicamente equivocada.

Para esses supostos profissionais, diagnosticar um transtorno mental consiste simplesmente em correlacionar a fala do paciente com descrições do DSM-V.

Isso é ridículo!

Sinceramente, um bom astrólogo faz um trabalho mais consistente e sério ao construir o mapa astral de uma pessoa.

Um dos resultados desse trabalho porco e superficial de distribuição massiva de diagnósticos é o apagamento da subjetividade do paciente.

“Sabe por que você é assim? Por causa do TDAH.”, dirá aquele psiquiatra, se deliciando com o lugar de sujeito suposto saber e ignorando completamente a história da paciente.

E aí, ao invés de sair da consulta se questionando, refletindo, com desejo de se compreender, aquela moça chegará em casa silenciada por um rótulo psiquiátrico.

Como levar a sério um campo no qual sujeitos com histórias complexas e multifacetadas são reduzidos a siglas repetidas como se fossem palavras mágicas?

TAG, TOD, TAB, TEA

Desculpem o tom de desabafo, mas é vergonhoso o que se tem feito em “saúde mental” no Brasil.


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A gente precisa parar de patologizar a vida.


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[Vídeo] Não é frescura nem mimimi

O condenável pensamento medicalizador transforma problemas de natureza social, educacional e familiar em questões de saúde.

Por outro lado, existe atualmente uma tendência a não se levar a sério quadros que, de fato, são de ordem patológica.

Essa postura também deve ser combatida.


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Sim, tem gente que tá doente de verdade!

Eu já escrevi vários textos falando sobre o fenômeno da medicalização, mas hoje quero falar sobre o oposto dela — que também é extremamente pernicioso.

Para quem não sabe, medicalização é a tendência contemporânea de considerar problemas educacionais, sociais, familiares ou mesmo coisas que não são exatamente problemas como se fossem questões de saúde que precisam ser tratadas.

Um ótimo exemplo de medicalização é a criação do diagnóstico de “Transtorno Disfórico Pré-menstrual”, que nada mais é do que uma tentativa de converter o conhecido fenômeno NATURAL da TPM (tensão pré-menstrual) em um DISTÚRBIO que precisa de tratamento.

O pensamento medicalizador está presente na mente de muitos profissionais de saúde, sobretudo médicos, mas também psicólogos.

Isso os leva a verem transtornos como o TDAH (transtorno do déficit de atenção e hiperatividade), por exemplo, em muitos casos onde o que existe é apenas falta de disciplina e de educação familiar.

Por outro lado, também circula por aí um modo de pensar oposto ao da medicalização: aquele que menospreza a existência de quadros REAIS de adoecimento.

Creio que isso acontece quase exclusivamente com transtornos emocionais, mas é possível que, em certos casos, até algumas doenças físicas também não sejam levadas a sério.

Esse menosprezo tende a se manifestar mais com enfermidades psicológicas porque elas não são tão “visíveis” como as patologias orgânicas.

Pessoas que estão passando por episódios severos de depressão, por exemplo, sofrem em dobro quando precisam “convencer” familiares de que sua doença é real e não “falta de força de vontade”, “frescura” ou “vitimismo”.

O mesmo se passa com indivíduos que padecem de formas crônicas de transtornos de ansiedade. Muita gente não entende que tais patologias podem ser tão incapacitantes quanto uma fratura nas pernas ou qualquer outro problema físico grave.

Assim como devemos combater a tendência medicalizante de ver doença em tudo, precisamos também rechaçar a postura insensível (adotada, infelizmente, por alguns dos meus colegas psicanalistas) de não ver doença em nada…


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