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Foi por se dar conta disso que Freud abandonou o método catártico.
Ele percebeu que o método catártico possibilitava que o paciente “colocasse para fora” os sentimentos que lá atrás haviam sido sufocados, mas não ajudava o paciente a discernir os motivos pelos quais essa repressão havia acontecido.
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Mesmo que uma pessoa passe décadas fazendo análise, ela nunca se tornará completamente “transparente” para si mesma. O Inconsciente, essa dimensão opaca e disruptiva da nossa alma, SEMPRE continuará existindo. O analista pode se dar por satisfeito se tiver conseguido ajudar o paciente a superar as inibições e sintomas que o impediam de agir no mundo e aproveitar a vida.
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Neste vídeo: entenda como foi a história de criação dessa que é a técnica terapêutica mais “mineirinha” de todas.
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Você sabe como Freud estabeleceu a associação livre como principal ferramenta de trabalho na Psicanálise?
Foi mais ou menos assim:
Admitindo não ser um bom hipnotizador e considerar a hipnose uma técnica meio mística, Freud passou a praticar o método catártico inventado por Breuer sem hipnotizar seus pacientes.
Em vez disso, ele apenas pedia insistentemente aos doentes que se lembrassem dos seus traumas, crente de que eram plenamente capazes de fazer isso.
Não deu muito certo.
Alguns pacientes se lembravam, outros não.
Ao invés de trazerem à consciência as memórias reprimidas, muitos doentes começavam a falar de outras coisas que não tinham relação direta com seus problemas emocionais.
Ou seja, por não conseguirem se lembrar daquilo que supostamente era o mais importante (os traumas), tais doentes acabavam comunicando ao médico O QUE LHES PASSAVA PELA CABEÇA NO MOMENTO.
Freud até tentou dirigir a atenção desses pacientes para o “foco”, ou seja, o resgate das lembranças reprimidas, mas… não teve jeito:
Em vez do relato do trauma, o que vinham eram só esses “pensamentos despropositados”, como ele os chamou.
Houve até uma paciente que pediu explicitamente para que Freud parasse de lhe fazer perguntas e a deixasse falar livremente.
Dessa vez, o obstinado médico vienense teve que dar o braço a torcer.
Assim, ao invés de ficar insistindo vigorosamente para que seus pacientes se lembrassem dos traumas, Freud começou a a pedir a eles que apenas falassem o que lhes viesse à mente.
— Uai, Lucas, mas e o conteúdo reprimido? Freud simplesmente desistiu de buscá-lo?
Não, não.
Como bom cientista, o pai da Psicanálise acreditava firmemente no pressuposto do determinismo psíquico, segundo o qual nenhum pensamento acontece por acaso.
Assim, passou a trabalhar com a hipótese de que por mais APARENTEMENTE aleatória que fosse a verbalização do paciente, ela certamente teria ALGUMA RELAÇÃO com as memórias reprimidas.
Portanto, o objetivo do tratamento continuou a ser ajudar o paciente a reintegrar o conteúdo reprimido.
Só que agora, essa meta seria alcançada de modo mais “mineirinho”, comendo-se pelas beiradas, com terapeuta e paciente viajando juntos de pensamento em pensamento…
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Desabafo não é tratamento. Foi por se dar conta disso que Freud abandonou o método catártico. Lucas, mas o que é esse tal de método catártico de que você fala?
Vamos lá: no final do século XIX, Freud, um jovem neurologista que desejava ser pesquisador universitário, começou (meio a contragosto) a atender pacientes com o objetivo de fazer algum dinheiro. Com efeito, o pobre rapaz queria desposar sua amada Martha Bernays.
Um amigo e colega mais experiente chamado Josef Breuer, cuja clínica já era bastante reconhecida e bem-sucedida na Viena dos anos 1890, vinha experimentando um novo método de tratamento da histeria, baseado na aplicação da famigerada técnica da hipnose.
O tal método consistia em hipnotizar o paciente histérico e, durante esse estado de consciência rebaixada, exortar o doente a se lembrar e relatar as ocasiões exatas em que seus sintomas haviam aparecido. Quando o paciente conseguia fazer isso, o resultado era uma explosão emocional, indicando que a narrativa dos episódios que estavam na origem dos sintomas possibilitava a DESCARGA de sentimentos que estavam represados na mente do paciente. Não por acaso, após tais relatos acompanhados desses arrebatamentos emocionais, o paciente se via livre do sintoma que estava sendo investigado.
Eis, portanto, o método catártico. Esse termo foi cunhado por Breuer e Freud tomando como referência o termo “catarse”, de origem grega (“kátharsis”) e que designa a ideia de purificação ou purgação. Num sentido metafórico, o método inventado por Breuer levava o paciente a se “limpar” das “sujeiras” emocionais que ele vinha inconscientemente guardando.
Influenciado por Breuer, Freud inicialmente também experimenta o método catártico com seus pacientes histéricos e conquista muitos êxitos. Contudo, por não se considerar um hipnotizador muito bom e, principalmente, por se dar conta de que as melhoras obtidas por seus pacientes não se mantinham com o passar do tempo, o fundador da Psicanálise decide abandonar tanto a hipnose quanto o método criado por Breuer.
Freud se dá conta de que o método catártico possibilita que o paciente “coloque para fora” os sentimentos que lá atrás haviam sido sufocados, mas não ajuda o paciente a discernir os motivos pelos quais essa repressão havia acontecido. É por isso que a pessoa voltava a adoecer: com efeito, diante de novos desafios emocionais, o paciente voltava a utilizar a mesma estratégia defensiva do passado que havia dado origem aos antigos sintomas.
Além disso, Freud percebe também que não era necessário hipnotizar o doente para ter acesso à dimensão inconsciente da psique dele. Bastava exortar o paciente a falar de forma espontânea tudo o que lhe viesse à cabeça. É essa nova técnica, a associação livre, que estará na base do novo método terapêutico, desta feita inventado por Freud, denominado Psicanálise.