[Vídeo] Faltou empatia à moça do avião?


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A moça do avião não teve empatia?

Recentemente repercutiu nas redes sociais um vídeo que mostra uma mulher num avião se recusando a trocar de lugar com um garoto que pedia aos prantos para se assentar ao lado da janela.

A responsável pela gravação foi uma passageira que se sentiu indignada com a postura da moça e tomou as dores da mãe da criança.

Muitas análises e comentários já foram feitos acerca da situação.

De minha parte, não quero ficar chovendo no molhado e dizendo que criança precisa aprender a lidar com frustração e blábláblá.

Eu quero chamar sua atenção para um dos argumentos centrais utilizados pela “solidária” passageira que fez o vídeo.

Em determinado momento da gravação, ela diz para a moça que se recusou a trocar de lugar:

“Estou gravando a sua cara porque você não tem empatia pelas pessoas.”

Primeiramente, vale dizer que a palavra empatia foi tão banalizada que, hoje em dia, deveríamos até pedir desculpas a nossos interlocutores ao utilizá-lo, assim como fazemos quando somos forçados a empregar uma palavra chula.

Tecnicamente, empatia significa a capacidade de imaginar como outra pessoa pode estar vivenciando uma determinada situação.

Nesse sentido, segundo a passageira “solidária”, a mulher que não queria ceder seu assento não conseguia imaginar o sofrimento vivenciado pelo garoto por não estar ao lado da janela.

Ora, o mesmo juízo não poderia ser feito em relação à própria passageira “solidária”?

Afinal, ao considerar que a moça deveria trocar de lugar, ela também não estava conseguindo imaginar o desejo da jovem de permanecer em seu assento.

Em outras palavras, se a moça não estava sendo empática, a passageira solidária também não.

Isso mostra que, muitas vezes, reivindicações que apelam para a suposta falta de empatia do outro não passam de artimanhas retóricas usadas para justificar atitudes autoritárias.

Assim, não raro, a expressão “Você não está tendo empatia comigo” pode ser lida como: “Você não está se curvando aos meus caprichos”.

Na verdade, a passageira que gravou o vídeo estava simplesmente expressando um impulso despótico e mascarando-o com o verniz da empatia e da solidariedade.


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