Um jovem obsessivo carente de pai

Antônio está no início da vida adulta e procura terapia queixando-se de estar infeliz no trabalho, de se m4sturb4r em excesso e, principalmente, da posição que ocupa em seu núcleo familiar.

Com efeito, desde o fim da adolescência, o rapaz assumiu a responsabilidade de dividir as contas de casa com a mãe e hoje sofre imaginando que terá que cuidar da genitora pelo resto da vida.

O mal-estar que Antônio vivencia no trabalho decorre das brincadeiras que colegas mais velhos fazem com ele, que o levam se sentir humilhado.

De fato, o jovem não possui autoestima e autoconfiança suficientes para se contrapor aos companheiros ou encarar as piadas deles com bom humor.

Antônio não se percebe como um homem atraente e teme não conseguir arrumar uma namorada. Por isso, cogita a possibilidade de contratar acompanhantes para se satisfazer s3xu4lmente.

Quando ainda era bebê, o pai e a mãe se separaram e, posteriormente, o jovem só visitou o genitor pouquíssimas vezes, de modo que a relação entre eles praticamente nunca existiu.

Por outro lado, Antônio guarda na memória certos traços da figura paterna que formam a imagem de um pai fraco, imaturo e emocionalmente instável.

Imaturidade e fragilidade emocional também são características marcantes de sua mãe…

Inseguro, pessimista em relação ao próprio futuro e perdido no labirinto de sua neurose, o rapaz frequentemente demanda orientações e, sobretudo, AUTORIZAÇÕES a sua terapeuta.

Como compreender a gênese da postura autodepreciativa e derrotista de Antônio?

O que está em jogo na relação de dependência que parece existir entre ele e a mãe?

Por que esse jovem parece se apresentar a sua analista como uma criança carente de orientação e permissão para desejar?

Essas e outras questões são discutidas por mim na AULA ESPECIAL “Um jovem obsessivo carente de pai”, já disponível para quem está na CONFRARIA ANALÍTICA.

Esta é a primeira aula do nosso novo módulo de aulas especiais “Estudos de Casos”, em que comento casos clínicos reais como o de Antônio, relatados por alunos da nossa escola.


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[Vídeo] O obsessivo e a histérica

Esta é uma pequena fatia da aula especial “O OBSESSIVO E A HISTÉRICA: CASAL (IM)PERFEITO”, que já está disponível no módulo “AULAS ESPECIAIS – TEMAS VARIADOS” da CONFRARIA ANALÍTICA.


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O homem que via sua esposa como um negócio

— Então você tá pensando em se separar? — pergunta Fernanda, a psicóloga com quem Márcio faz terapia há cerca de um ano.

— Sim, mas eu sempre penso nisso quando acontecem essas situações e acabo desistindo. — responde o advogado.

— Por que será, hein? — provoca a terapeuta em tom bem-humorado.

— Eu não gosto de mudança, Fernanda. Me dá uma aflição só de pensar que eu vou ter que sair de casa, alugar um apartamento, alterar toda a minha rotina…

— “Aflição”… Agora há pouco você disse que também fica aflito quando a sua esposa não quer tr4nsar…

— É que eu não consigo entender, Fernanda. Eu a trato com carinho desde o começo do dia, do jeito que ela me pede e aí, à noite, ela simplesmente diz que não tá a fim.

— Você fala como se fosse uma questão quase matemática, mas, no fim do dia, a conta não fecha, né?

— Exatamente. É por isso que eu fico aflito. Na minha cabeça não faz sentido a recusa dela.

— E você pergunta por que ela não quer?

— Claro! Ela só responde que não tá a fim, que não é porque eu tô com vontade que ela tem obrigação de fazer.

— E o que você acha disso?

— Racionalmente, eu concordo com ela. Mas, mesmo assim, eu acho injusto. Eu não sou esses caras babacas que só procuram a mulher para fazer s3xo.

— Hum…

— Eu sou um cara prestativo, estou sempre perguntando se ela está precisando de alguma coisa, elogio… Então, quando ela se nega a tr4ns4r comigo sem motivo, eu me sinto um completo idiota.

— Parece que você encara o s3xo como uma espécie de retorno do investimento que faz na sua esposa.

— Isso, Fernanda! Você traduziu o que tá na minha cabeça! Se eu invisto num negócio é porque eu espero que ele me dê lucro, né? Se não, não vale a pena o investimento, ué!

— É verdade, meu caro. O problema é que a sua esposa não é um… negócio, né? — intervém a psicóloga encerrando a sessão.

A visão desse paciente sobre sua esposa e a recusa dela em fazer s3xo apesar de todo o “investimento” que ele faz ilustram o relacionamento típico entre o obsessivo e a histérica.

Falo mais detalhadamente sobre o enlace tão comum entre essas duas estruturas na AULA ESPECIAL “O obsessivo e a histérica: casal (im)perfeito”, publicada hoje na CONFRARIA ANALÍTICA.


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Relaxa… odiar é normal!

Uma das coisas que eu mais gosto na Psicanálise é o fato de que ela retira os “fardos pesados” que a farisaísmo social insiste em colocar sobre nós.

Se você postar nos seus stories ou em qualquer outra rede social a frase “Gente, eu tô com um ódio do meu marido!”, muita gente achará que há um problema grave no seu relacionamento.

É provável até que algum Ricardão se sinta encorajado a lhe mandar um direct com o clássico “Oi, sumida…”. 😏

Poucas pessoas vão olhar para a sua postagem e simplesmente pensar: “É, faz parte. De vez em quando a gente odeia a quem ama mesmo.”.

Infelizmente, prevalece no senso comum uma visão completamente falsa e idealizada das relações amorosas na qual a presença do ódio é vista necessariamente como um erro.

Ora, é absolutamente impossível amar uma pessoa sem odiá-la AO MESMO TEMPO.

Qualquer pessoa minimamente honesta consigo mesma jamais negaria a veracidade dessa afirmação.

Eugen Bleuler chamou de AMBIVALÊNCIA essa mistura inevitável de sentimentos que ocorre não só nas relações amorosas mas em praticamente todo relacionamento interpessoal.

Nas últimas aulas ao vivo da CONFRARIA ANALÍTICA tenho estudado com os alunos como a dificuldade de assumir a ambivalência pode levar ao adoecimento emocional.

Muitas pessoas entram em depressão, por exemplo, porque não se permitem odiar abertamente seus parceiros. Elas descarregam em si o ódio que era direcionado ao outro.

Sem falar nos obsessivos que morrem de culpa por sentirem essa hostilidade impossível de conter.

Parte dessa dificuldade de admitir o ódio está relacionada à visão idealizada e hipócrita das relações humanas que eu mencionei anteriormente.

Muitas pessoas se martirizam quando experimentam esse afeto porque aprenderam desde cedo que não se deve odiar JAMAIS sob pena de serem… ODIADAS por Deus! 🤡

A Psicanálise, em contrapartida, nos mostra que odiar, inclusive aqueles que amamos, é não só normal como inevitável.

Como seres naturalmente dotados de inclinações agressivas e apaixonados por nosso próprio ego, jamais conseguiríamos nos relacionar uns com os outros na base do “só love, só love”…


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[Vídeo] Como identificar um paciente neurótico?

Um dos indícios mais confiáveis de que estamos diante de um paciente neurótico é uma verbalização que denota a presença de um conflito psíquico.


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[Vídeo] O obsessivo e seu desejo impossível

Esta é uma pequena fatia da aula especial “O OBSESSIVO E SEU DESEJO IMPOSSÍVEL”, já disponível para quem está na CONFRARIA ANALÍTICA.


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João, a cruz e seu desejo impossível

— Na verdade, eu nem sei direito por que estou aqui… — diz João logo no início da sua primeira consulta com a psicanalista Suelen.

A terapeuta faz silêncio esperando que o paciente prossiga em seu discurso.

— Eu só tô me sentindo mal. E não é de agora… Já tem um tempo que viver, para mim, virou uma coisa mecânica, repetitiva, sem graça.

— Hum… Continue. — encoraja Suelen.

— Eu já andei assistindo uns vídeos na internet. Vi que pode ser depressão. Minha mãe já teve isso anos atrás.

— Há quanto tempo mais ou menos?

— Ah, deve ter uns 20 anos. Minha mãe ficou ruim, viu? Não queria nem levantar da cama, fazer comida, nada… Isso durou uns 2 meses.

— Depois ela melhorou?

— Mais ou menos… Ela começou a tomar remédio e conseguiu voltar ao dia-a-dia normal. Mas a minha mãe sempre foi uma pessoa meio triste, para baixo…

— E você consegue imaginar por que ela era assim? — questiona a analista já antevendo uma provável identificação de João com a mãe.

— Eu acho que ela era infeliz no casamento, sabe? Meu pai era um cara muito mulherengo. Volta e meia tinha mulher que ele pegava ligando lá pra casa.

— Hum…

— Teve um dia que eu perguntei na lata: ‘Mãe, por que você não se separa?’.

— E o que ela respondeu?

— ‘Essa é a cruz que Deus me deu para carregar, meu filho’. Eu já imaginava que ela fosse dizer isso. Minha mãe é super católica.

— E você, João, também tem uma cruz? — provoca a terapeuta.

Um tanto surpreso pela pergunta inesperada, o paciente responde depois de alguns segundos:

— Bom… Acho que sim… Acho que o meu trabalho é meio que minha cruz. Eu queria muito sair da empresa, mas não posso, não dá… Acho que é por isso que eu tô assim.

— E não pode por quê?

— Ah, Suelen… Eu tô lá há 8 anos. Entrei como estagiário e hoje já sou coordenador de área. Salário é ótimo, todo mundo gosta de mim… Não tem como sair.

Ao ouvir essa última frase proferida por João (“Não tem como sair.”), Suelen se lembrou da tese proposta por Jacques Lacan de que, no neurótico obsessivo, o desejo se apresenta como impossível.

Quem está na CONFRARIA ANALÍTICA receberá ainda hoje (sexta) uma AULA ESPECIAL em que eu comento, com diversos exemplos, essa tese lacaniana.


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O desejo insatisfeito na histeria e o desejo impossível na neurose obsessiva


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Ana, uma típica perfeccionista. Você se parece com ela?

Ana é uma mulher de 29 anos que procurou terapia se queixando de excesso de ansiedade e preocupações, dores de cabeça constantes e problemas no relacionamento com o marido.

Assim como um corredor olímpico se esforça incansavelmente para ser alguns milésimos de segundo mais veloz, Ana está o tempo todo achando que precisa melhorar como mãe, esposa e profissional.

A moça atua como professora de História e não se lembra qual foi a última vez em que saiu de uma sala de aula satisfeita com seu desempenho.

Sempre termina o dia de trabalho com a sensação de ter sido muito prolixa ou ter passado por certos tópicos de forma muito superficial.

Essa frustração constante é o que motiva Ana a gastar o pouco tempo livre que possui relendo várias vezes o material didático com que trabalha ou assistindo vídeos com dicas pedagógicas para professores.

O curioso é que a jovem frequentemente recebe feedback positivo por parte dos seus alunos e dos coordenadores das escolas onde leciona.

Quando isso acontece, ela fica contente, mas, ao mesmo tempo, se questiona: “Será que eu mereço mesmo esses elogios?”.

Em casa, Ana está sempre colocando em dúvida sua competência como mãe:

Basta o filho fazer alguma “malcriação” típica de qualquer criança para que a moça comece a pensar que falhou e que precisa aprimorar sua performance como educadora.

Os problemas com o marido decorrem da falta de relações sexuais entre eles.

O companheiro se queixa de que Ana nunca está a fim e ela, apesar de se sentir culpada, não consegue fazer nada para mudar.

Com efeito, a jovem gasta a maior parte da sua libido nesse esforço constante de melhoria da sua performance como mãe e professora. Não sobra energia para o sexo.

Além disso, Ana não se sente suficientemente atraente e desejável para o marido. Então, fica com vergonha de procurá-lo na cama.

Felizmente, essa jovem encontrou um terapeuta que assistirá à aula especial “PSICANÁLISE DO PERFECCIONISMO”, que será publicada ainda hoje (sexta) na CONFRARIA ANALÍTICA.

Com os conhecimentos obtidos nesse conteúdo, o terapeuta terá subsídios para investigar a origem da tendência perfeccionista de Ana e poderá ofertar a ela um tratamento de qualidade.


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Histeria e neurose obsessiva: dois modos de lidar com a vida

Quando Freud fala de histeria e neurose obsessiva, ele está se referindo a duas formas de adoecimento psíquico, isto é, duas CONDIÇÕES patológicas que uma pessoa pode vivenciar TEMPORARIAMENTE.

A ideia de que existem PESSOAS HISTÉRICAS e PESSOAS OBSESSIVAS é especificamente lacaniana.

Foi Jacques Lacan quem propôs a concepção de que histeria e neurose obsessiva são duas ESTRUTURAS subjetivas.

Em Humanês, isso significa que, para Lacan, existem pessoas cuja personalidade está organizada e funciona de acordo com uma LÓGICA histérica e outras conforme uma LÓGICA obsessiva.

Nesse sentido, do ponto de vista do analista francês, histeria e neurose obsessiva não são necessariamente patologias, mas, essencialmente, MODOS DE LIDAR COM A VIDA.

Com a vida HUMANA, diga-se de passagem.

Enfatizo a palavra “humana” porque, para Lacan, existe uma diferença radical entre a nossa vida e a vida dos outros animais.

Do ponto de vista lacaniano, a vida humana possui dois aspectos peculiares e fundamentais: a dimensão do grande Outro (ou, se você quiser, o Simbólico) e a experiência da FALTA.

A segunda é consequência da primeira.

A existência da dimensão do grande Outro faz com que os seres humanos tenham que abrir mão de parte da sua liberdade natural para existirem no interior da sociedade como SUJEITOS.

Pense, por exemplo, no fato de que, para se comunicar com sua mãe, quando criança, você precisou se SUJEITAR ao idioma dela.

O efeito colateral desse processo de alienação ao grande Outro é o surgimento da experiência da FALTA, já que precisamos cortar uma parte do nosso ser espontâneo para entrarmos no jogo social.

Pois bem! A maioria de nós aceita esse processo de “castração”, mas… mas… mas, AO MESMO TEMPO, nos revoltamos em relação a ele, nutrindo certo ressentimento.

É dessa relação ambígua com a castração que nascem os dois MODOS DE LIDAR COM A VIDA que Lacan chamará de histeria e neurose obsessiva.

Ainda hoje, quem está na CONFRARIA ANALÍTICA receberá uma AULA ESPECIAL em que comento algumas das principais características dessas duas posições subjetivas, como elas se manifestam na clínica psicanalítica e qual deve ser o manejo do analista com cada uma delas.

Te vejo lá!


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O que leva uma pessoa a ser obsessiva ao invés de histérica?

Essa pergunta diz respeito ao clássico problema psicanalítico da “escolha da neurose”.

É óbvio que, ao utilizarmos o termo “escolha”, não estamos nos referindo a uma opção consciente e deliberada por uma forma de adoecimento em vez de outra.

O problema da escolha da neurose se refere aos FATORES que encaminham o sujeito na direção de uma forma específica de expressar seus conflitos psíquicos.

Com efeito, sabemos que o núcleo de ambas as neuroses é constituído por conflitos entre determinados impulsos sexuais e/ou agressivos e a imagem impecável que o sujeito aspira encarnar à luz de seus ideais.

Mas por que algumas pessoas “resolvem” esses conflitos reprimindo os impulsos e satisfazendo-os por meio de sintomas físicos e ataques de angústia ao passo que outras encontram uma saída para os conflitos construindo pensamentos obsessivos, rituais e outras formações defensivas?

Freud começou a tentar responder essa pergunta já no finalzinho da década de 1890.

Nessa época, ainda sem o conceito de sexualidade infantil, ele estava crente na teoria de que as neuroses eram causadas por experiências sexuais vivenciadas na infância.

Assim, inicialmente sustentou que a pessoa estaria sujeita a desenvolver histeria se tais experiências “precoces” tivessem sido PASSIVAS ao passo que a “escolha” pela neurose obsessiva ocorreria naqueles cujas vivências sexuais infantis tivessem sido ATIVAMENTE buscadas.

Em outras palavras, Freud acreditava que a histeria seria uma espécie de reação a abus0s sexuais sofridos na infância. Já a neurose obsessiva seria decorrente da prática prazerosa de atos sexuais protagonizados pelo sujeito quando criança — provavelmente como resposta a um abus0 prévio.

Em pouco tempo Freud descartou essa teoria ao se dar conta de que a presença de sexualidade nas crianças não é um acidente, mas uma propriedade essencial da vida infantil.

Tal constatação o levou a formular uma nova resposta para o problema da escolha da neurose.

Quer saber qual é essa nova resposta?

Falarei sobre ela numa AULA ESPECIAL que aqueles que estão na CONFRARIA ANALÍTICA receberão ainda hoje.

Até lá!


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[Vídeo] Obsessivos nostálgicos do ser e histéricos militantes do ter

Neste vídeo: entenda por que o psicanalista Joel Dor designou os neuróticos obsessivos como nostálgicos do ser e os histéricos como militantes do ter.


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[Vídeo] Entenda a relação do obsessivo e da histérica com o desejo do Outro

Neste vídeo: conheça a estrutura das fantasias com as quais o sujeito responde ao desejo do Outro na histeria e na neurose obsessiva.


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A visão da Psicanálise sobre o TOC

O que Freud e a medicina de sua época chamavam de “neurose obsessiva” recebe hoje a alcunha de “transtorno obsessivo-compulsivo” (TOC, para os íntimos).

Diferentemente de outros analistas, penso que “transtorno obsessivo-compulsivo” é, de fato, um termo mais representativo do que verdadeiramente se passa nessa patologia.

Com efeito, os sintomas que a caracterizam se distribuem justamente em duas grandes categorias: as obsessões (pensamentos intrusivos e recorrentes) e as compulsões (atos repetitivos e rituais).

Tem um texto do Freud chamado “O Interesse Científico da Psicanálise”, de 1913, escrito para um periódico italiano, em que ele nos oferece um ótimo resumão da compreensão psicanalítica acerca do TOC.

Quem está na CONFRARIA ANALÍTICA receberá ainda hoje uma aula especial em que comento linha a linha o parágrafo em que Freud faz essa síntese.

Lá a gente percebe com muita clareza que o modo como a Psicanálise aborda o TOC é totalmente diferente da forma como essa doença é tratada por outras abordagens psicoterapêuticas.

Para a Terapia Cognitivo-Comportamental, por exemplo, as obsessões são tomadas como interpretações distorcidas sobre a realidade e o tratamento consiste, dentre outras estratégias, em ajudar o paciente a se convencer de que os pensamentos intrusivos não fazem o menor sentido.

Trata-se, portanto, de uma abordagem que não se interessa muito pelo CONTEÚDO das obsessões.

Tanto faz se o paciente tem o pensamento obsessivo de que pode ter se contaminado com uma doença venérea ou se sofre com a obsessão de imaginar a morte da mãe.

Em ambos os casos, trata-se, para o terapeuta cognitivo-comportamental, de arrumar um jeito de ajudar o paciente a parar de pensar nisso, nem que seja sugerindo que ele transforme seu pensamento obsessivo em uma canção (sic – cf. LEAHY, R. Livre de ansiedade, Artmed, 2011).

Para Freud, em contrapartida, é fundamental prestar atenção no conteúdo das obsessões porque é ele que indica a “racionalidade” por trás delas.

Sim, Psicanálise descobriu que os pensamentos obsessivos possuem uma racionalidade…

Vamos continuar essa conversa lá na Confraria Analítica?

Te vejo lá!


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Enquanto os obsessivos são nostálgicos do ser, os histéricos são militantes do ter

No clássico (e, infelizmente, esgotado) livro “Estruturas e Clínica Psicanalítica”, Joël Dor propõe a seguinte tese:

“Se pude dizer que os obsessivos são uns NOSTÁLGICOS DO SER, pode-se igualmente dizer que os histéricos são uns MILITANTES DO TER.” (p. 67, gritos do autor).

Para o autor, a gênese das estruturas histérica e obsessiva está diretamente relacionada a certas condições relativamente comuns que podem se apresentar ao sujeito quando criança.

No caso da obsessão, teríamos invariavelmente na infância a relação com um Outro que mantém o sujeito numa posição de objeto suplementar de seu desejo.

Em outras palavras, a criança percebe que o Outro deseja coisas que estão para-além dela, mas entende que essas outras coisas não são suficientes para dar conta do desejo do Outro.

Assim, o sujeito é levado a crer que ocupa uma posição privilegiada junto a esse Outro e que é o seu DEVER mantê-lo sempre satisfeito.

Por isso, o obsessivo teria essa eterna NOSTALGIA DE SER o objeto que não deixa o Outro “a desejar”…

Na histeria, por sua vez, teríamos uma configuração diferente, ligada ao momento da infância em que o sujeito precisa reconhecer que tanto ele quanto o Outro não são completos.

Dependendo do modo como é apresentada a essa “descoberta”, a criança pode ser levada a acreditar que a incompletude não vale para todos e que ela é, na verdade, uma INJUSTIÇA.

Para o histérico, existem alguns Outros que indevidamente possuem o privilégio de serem completos e, por isso, precisam ser “castrados”.

Colocar-se a serviço do Outro, por exemplo, costuma ser uma típica estratégia histérica para manter o Outro castrado: “Se ele precisa de mim, é porque é carente e incompleto. 😌”.

Quanto à sua própria incompletude, o histérico a reconhece, mas a considera, como eu disse acima, uma injustiça.

“Sou incompleto, sim”, ele diz, “mas só porque o Outro me fez assim, privando-me daquilo que me faria inteiro e feliz”.

Por isso, o histérico passa a vida MILITANDO, reivindicando, se queixando daquilo que ele acha que somente uns privilegiados têm, mas que, na verdade, NINGUÉM TEM…


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