
O que Freud e a medicina de sua época chamavam de “neurose obsessiva” recebe hoje a alcunha de “transtorno obsessivo-compulsivo” (TOC, para os íntimos).
Diferentemente de outros analistas, penso que “transtorno obsessivo-compulsivo” é, de fato, um termo mais representativo do que verdadeiramente se passa nessa patologia.
Com efeito, os sintomas que a caracterizam se distribuem justamente em duas grandes categorias: as obsessões (pensamentos intrusivos e recorrentes) e as compulsões (atos repetitivos e rituais).
Tem um texto do Freud chamado “O Interesse Científico da Psicanálise”, de 1913, escrito para um periódico italiano, em que ele nos oferece um ótimo resumão da compreensão psicanalítica acerca do TOC.
Quem está na CONFRARIA ANALÍTICA receberá ainda hoje uma aula especial em que comento linha a linha o parágrafo em que Freud faz essa síntese.
Lá a gente percebe com muita clareza que o modo como a Psicanálise aborda o TOC é totalmente diferente da forma como essa doença é tratada por outras abordagens psicoterapêuticas.
Para a Terapia Cognitivo-Comportamental, por exemplo, as obsessões são tomadas como interpretações distorcidas sobre a realidade e o tratamento consiste, dentre outras estratégias, em ajudar o paciente a se convencer de que os pensamentos intrusivos não fazem o menor sentido.
Trata-se, portanto, de uma abordagem que não se interessa muito pelo CONTEÚDO das obsessões.
Tanto faz se o paciente tem o pensamento obsessivo de que pode ter se contaminado com uma doença venérea ou se sofre com a obsessão de imaginar a morte da mãe.
Em ambos os casos, trata-se, para o terapeuta cognitivo-comportamental, de arrumar um jeito de ajudar o paciente a parar de pensar nisso, nem que seja sugerindo que ele transforme seu pensamento obsessivo em uma canção (sic – cf. LEAHY, R. Livre de ansiedade, Artmed, 2011).
Para Freud, em contrapartida, é fundamental prestar atenção no conteúdo das obsessões porque é ele que indica a “racionalidade” por trás delas.
Sim, Psicanálise descobriu que os pensamentos obsessivos possuem uma racionalidade…
Vamos continuar essa conversa lá na Confraria Analítica?
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