
Toda criança naturalmente espera ser tratada com zelo, carinho e valorização pelos seus pais.
Não passa pela cabeça dela a ideia de que eles podem não estar à altura da função parental.
Os pequenos dão como certo que são fonte de orgulho e satisfação para seus genitores.
E não há nada que deixe uma criança mais feliz do que ter comprovações disso.
No entanto, a experiência nos mostra que nem todo o mundo que coloca filhos no mundo deveria de fato ter tido a dádiva de ser pai ou mãe.
A clínica evidencia que há certos indivíduos que jamais deveriam ter sido genitores, pois nunca souberam exercer adequadamente o papel de pais.
Refiro-me àquelas pessoas que sempre trataram seus filhos desde a mais tenra infância com distanciamento, frieza, excesso de críticas ou violência.
Não, elas não deveriam ter sido pais.
Nós, terapeutas, sabemos o estrago que tais atitudes hostis provocam na alma de seus filhos.
Diante de uma mãe excessivamente severa e que está o tempo todo apontando defeitos e falhas, a filha não se sente triste ou injustiçada. Ela se sente CULPADA!
O mesmo se passa com o garoto que cresceu tendo em casa um pai frio, distante, que parecia viver num mundo à parte. Esse menino morre de CULPA!
Sim, incapaz de entender por que os pais se comportam de forma hostil, a criança começa a achar que o problema está nela mesma.
Estabelece-se, assim, uma situação extremamente perversa:
Sentindo-se a responsável pelos maus tratos que recebe, a criança começa a fazer de tudo para agradar a mãe ou o pai.
Mas, obviamente, a situação não muda.
Isso leva o indivíduo a crescer não só com esse injustificável sentimento de culpa, mas também com uma sensação constante de inadequação e insegurança.
As chances dessa pessoa, já na idade adulta, se envolver em relacionamentos abusivos é MUITO grande.
A explicação é simples: ela PRECISA encontrar um homem ou uma mulher abusivos para que possa REENCENAR a situação infantil traumática e continuar tentando simbolicamente “converter” o papai ou a mamãe.
Toda criança deve ser objeto de afeição, carinho, proteção, presença, validação, valorização e reconhecimento.
Quem não tem a capacidade de oferecer isso não deveria ser pai ou mãe. PONTO.
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