O perigo de tratar como histérica uma paciente borderline

Você saberia diferenciar uma paciente histérica de uma borderline? 🤔

Um erro nesse diagnóstico pode custar caro.

— Eu não aguento mais, Renato. Parece que eu nunca vou sair desse vazio. Você não entende o quanto eu me sinto perdida. 😭

— Estou te escutando atentamente, Lorena. 😌

— Eu sei, mas preciso mais do que ser escutada. Estou cansada de sentir que fico falando sozinha. 😩

— Análise é assim mesmo, Lorena. Você vem aqui não para me ouvir, mas para escutar a si mesma. 😉

— Ah, vai se ferrar, Renato! 🤬

Lorena levantou-se do divã abruptamente e saiu gritando: “Nunca mais eu volto aqui!” 😤

Mas ela voltou… depois de escapar por pouco de uma tentativa de auto-extermínio e com cortes profundos nos braços.

💡 O erro de Renato

Ele não percebeu que Lorena não era uma paciente histérica, mas sim borderline. Como não encontrou sinais de psicose ou perversão, concluiu que era um caso de neurose.

As queixas de vazio? Ele entendeu como a clássica insatisfação histérica.

Os pedidos de apoio? A velha demanda neurótica de amor.

❌ Diagnóstico errado → condução errada → risco de vida.

A postura analítica clássica apenas intensificou a instabilidade da paciente.

📌 Esse erro é mais comum do que você imagina.

E pode estar acontecendo agora mesmo no seu consultório.

Para te ajudar a evitar esse risco, publiquei hoje na Confraria Analítica a aula: “Histeria e borderline: diagnóstico diferencial”

Nela, mostro:

✅ As semelhanças que confundem até analistas experientes

✅ Os sinais que diferenciam de forma segura cada quadro

✅ Como conduzir o tratamento de maneira adequada

A aula já está disponível no módulo AULAS TEMÁTICAS – TEMAS VARIADOS.

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Discordo de Viviane Mosé: doença psíquica não é só uma “diferença”

Recentemente, Viviane Mosé disse, em entrevista ao programa “Sem Censura”, que, do ponto de vista dela, não existem doenças psíquicas, mas apenas “diferenças”.

Segundo ela, a categoria “doença” é utilizada ideologicamente para patologizar certas configurações subjetivas que não se encaixam “na ordem social”.

Este argumento me parece facilmente refutável.

Tomemos, por exemplo, o caso de pessoas que são viciadas em apostas.

Elas comprometem seu patrimônio, usam o jogo para fugirem de emoções negativas, sentem-se irritadas e inquietas quando tentam parar de apostar etc.

Ora, ninguém em sã consciência diria que essas pessoas não estão doentes.

Não obstante, o comportamento delas está perfeitamente encaixado na “ordem social”.

Com efeito, existem milhares de casas de apostas que obtêm lucros exorbitantes justamente graças a tais viciados. Sem eles, muitas delas entrariam em falência.

Ou seja, o vício em aposta é um comportamento que reconhecemos como doentio e que, apesar disso, está inteiramente em harmonia com a “ordem social” vigente.

É verdade que existem certas configurações subjetivas que talvez não deveriam ser chamadas de “doenças”, mas reconhecidas simplesmente como “diferenças”.

É bastante sustentável, por exemplo, a tese de que muitos casos de autismo podem ser considerados tão-somente como formas diferentes de lidar com o mundo.

O grande problema da fala de Viviane é que ela é GENERALIZADORA, colocando situações muito díspares no mesmo balaio:

Uma criança que é só um pouco mais desatenta do que a maioria e recebe o rótulo de TDAH e uma pessoa gravemente deprimida que pensa em tirar a própria vida.

Para Viviane, nos dois casos estamos falando apenas de “diferenças”.

Eu, por outro lado, defendo que só o primeiro caso deve ser classificado como uma mera diferença. Para o segundo, devemos, sim, preservar a categoria de doença.

Uma pessoa que pensa o dia todo em não mais existir deve, sim, ser reconhecida como doente, justamente para que seja incentivada a buscar tratamento.

Reconhecer o sofrimento como doença não é estigmatizar — é abrir caminho para o cuidado.


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