[Vídeo] Admita seu lado sádico


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[Vídeo] Reconheça seu sadismo


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O sadismo nosso de cada dia

Nós geralmente temos um olhar bastante pejorativo sobre o sadismo.

Via de regra, quando qualificamos uma pessoa como sádica, estamos acusando-a de ser cruel e insensível.

E ao fazer isso, assumimos tacitamente que o sadismo seria um atributo presente apenas em ALGUMAS pessoas, não em todas.

Mas será que é assim mesmo?

Será que apenas uma parcela dos indivíduos sente prazer com a dor alheia?

A experiência mostra que não.

Eu duvido muito, por exemplo, que você nunca tenha rido de alguém que cometeu um erro ou vivenciou algum revés.

Muitas cenas de filmes de comédia são construídas justamente em torno de personagens que sofrem quedas, tropeços ou são ridicularizados.

Mas me parece que não há espaço onde o sadismo nosso de cada dia se manifeste de forma mais explícita do que nos esportes, especialmente no futebol.

Todo bom cruzeirense, como eu, vibra não só com as (incontáveis) conquistas do seu time, mas também com os (inúmeros) fracassos do Atlético, seu maior rival.

Em 2006, nos jogos entre as duas equipes, nossa torcida entoava, a plenos pulmões, o seguinte cântico:

“Ei, você aí, 2003 eu vi [o Cruzeiro ser campeão brasileiro], 2005 eu ri [com a ida do Atlético para a Série B]”.

Às vezes, é mais gostoso ver o Galo tomando uma goleada do que assistir à Raposa obtendo uma vitória protocolar contra um time pequeno qualquer.

Evidentemente, o mesmo acontece do lado dos torcedores alvinegros:

No Brasileirão de 2019, por exemplo, o Atlético ficou apenas na 13ª colocação, mas sua torcida explodiu em felicidade com o rebaixamento do Cruzeiro.

Ora, em todas essas situações, assistimos a manifestações indiscutivelmente sádicas: a satisfação de um grupo está sendo causada pelo sofrimento do outro.

Isso mostra que todos nós temos uma inclinação natural para o sadismo.

Reconhecê-la é o primeiro passo para não deixá-la se transformar em violência.

Quando temos consciência de nosso sadismo, podemos rir, torcer e até jogar com ele, sem machucar ninguém de verdade.

Portanto, o problema não é ter prazer com a dor do outro, mas fingir que não temos.

Quando assumimos esse lado, ganhamos a chance de transformá-lo em algo criativo, e não destrutivo.


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Você é viciado em se preocupar?

Existem pessoas que são “viciadas” em preocupação. Você é uma delas?

Estou me referindo a indivíduos que estão sempre pensando em algum problema futuro e, por conta disso, não conseguem relaxar.

Por vezes, o problema em questão é real e, de fato, precisará ser enfrentado.

Contudo, frequentemente o “viciado” em preocupação imagina situações que têm pouquíssima probabilidade de acontecerem.

É como se o sujeito tivesse uma necessidade de estar sempre em estado de alerta, como uma sentinela em um posto prestes a ser invadido pelo inimigo.

Essa analogia, inclusive, pode nos ajudar a vislumbrar o que se passa no mundo interno de pessoas que sofrem com esse problema.

Inconscientemente, tais indivíduos podem nutrir a fantasia de que estão numa batalha perpétua contra insidiosos objetos maus.

Essa fantasia, por sua vez, pode ter sido forjada pelo contato prolongado e/ou muito intenso com um ambiente hostil no início da vida.

Assim, o sujeito cresce, passa a viver em ambientes mais amistosos, mas uma parte do seu psiquismo permanece presa às marcas da vivência persecutória infantil.

Por outro lado, não podemos deixar de considerar outros três fatores que podem contribuir na gênese da compulsão a se preocupar:

(1) Impulso sádico

Todos nós temos uma inclinação natural para dominar, submeter, subjugar.

Pessoas que não conseguem integrar suficientemente bem esse impulso podem acabar expressando-o sintomaticamente por meio do excesso de preocupações.

Afinal, preocupar-se nada mais é que a manifestação do tolo anseio de CONTROLAR o futuro.

(2) Ilusão de onipotência

Nos primeiros meses de vida, graças ao cuidado oportuno exercido pela mãe, somos levados a acreditar que o mundo é governado pelos nossos desejos.

O “vício” em preocupação pode ser a expressão de uma “saudade” patológica dessa experiência ilusória de onipotência vivenciada logo após o nascimento.

(3) Falta de autoconfiança

Afinal, se o sujeito se preocupa o tempo todo é porque não confia em sua capacidade de lidar com os problemas quando (e se) eles de fato aparecerem.


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[Vídeo] No fundo, ninguém é do bem

As descobertas psicanalíticas mostram que os mesmos impulsos que suscitam comportamentos considerados “perversos” ou criminosos estão presentes em TODAS as pessoas.


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De boas intenções o inferno está cheio

Tenho certeza de que foi o encantamento transferencial por certos professores o que fez com que eu me apaixonasse pela Psicanálise.

No entanto, acho que outros fatores podem ter dado uma forcinha.

Um deles é a oposição que a Psicanálise faz a qualquer forma de HIPOCRISIA.

Desde a adolescência, formou-se em mim a suspeita de que, por trás de muitos atos supostamente feitos em nome de “boas intenções” haveria motivações nada “nobres”.

Quando encontrei a Psicanálise, tal desconfiança converteu-se em certeza.

Afinal, as descobertas psicanalíticas mostram que os mesmos impulsos que suscitam comportamentos considerados “perversos” ou criminosos estão presentes em TODAS as pessoas.

O mesmo gozo sádico de alguém que pratica a tortura pode estar presente, de modo disfarçado, no benévolo exercício de uma função como a liderança, por exemplo.

Em outras palavras, um torturador sanguinário e o gerente de uma empresa cheio de boas intenções podem estar sendo motivados pelos mesmos impulsos sádicos.

O próprio torturador pode se enganar achando que atua em nome do bem da sociedade, quando, na verdade, o que de fato o estimula é simplesmente o desejo de machucar outras pessoas.

Num artigo chamado “Importância da Psicanálise na Justiça e na Sociedade”, o psicanalista húngaro Sándor Ferenczi diz o seguinte:

“Indiscutivelmente, a punição legal não é apenas uma instituição prática a serviço da defesa da sociedade, uma medida visando corrigir o culpado e destinada a ter um valor exemplar, mas satisfaz igualmente o nosso desejo de vingança.”

Mais à frente, ele continua:

“Quando procuramos entender […] o que provoca esse desejo de vingança, constatamos que é a nossa revolta inconsciente diante do culpado que ousa traduzir em atos o que existe em nós próprios em estado latente e que temos tanta dificuldade em controlar; evitamos o culpado com horror, pelo receio inconsciente de ceder a um contágio fácil.”

À luz da Psicanálise, não existem, a rigor, “pessoas de bem” ou “pessoas do bem”.

O máximo que podemos dizer é que tem gente que consegue controlar e canalizar seus impulsos para objetivos socialmente benéficos e tem gente que não dá conta de fazer isso.


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[Vídeo] Para onde vão seus impulsos sádicos e masoquistas?

Freud propôs que impulsos de natureza sádica, ou seja, impulsos de dominação, e impulsos de caráter masoquista, isto é, impulsos de se fazer dominar, fossem considerados componentes naturais e espontâneos da nossa sexualidade e que, portanto, estariam presentes em todas as pessoas, não só nos sádicos e masoquistas.


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Você tem medo da sua agressividade?

Todos nós somos naturalmente dotados de impulsos agressivos.

Por um lado, eles nos ajudam no processo de defesa contra a agressão alheia.

Por outro, proporcionam uma satisfação intrínseca ao serem expressos.

Para ser vivenciada de forma saudável, ou seja, não-violenta, a agressividade precisa estar integrada ao conjunto da personalidade.

Isso significa que o indivíduo precisa encarar seus impulsos agressivos como RECURSOS PESSOAIS dos quais pode usufruir quando precisa.

Quando a agressividade não está integrada, ela é vivenciada como uma força estranha, incontrolável, que invade o sujeito de vez em quando (ou de vez em sempre…).

Pessoas que estão nessa situação frequentemente encaram seus impulsos agressivos como perigosos e, assim, tentam se proteger deles.

O indivíduo tem a impressão de que em seu interior habita um monstro raivoso que precisa ser permanentemente controlado e reprimido.

Por essa razão, a pessoa se torna extremamente passiva e submissa na relação com outros.

Com efeito, ela precisa estar sempre evitando conflitos, botando panos quentes e se sujeitando ao desejo alheio para não se sentir tentada a cutucar o “monstro interior”.

Quando está integrada ao conjunto da personalidade, a agressividade não é vista como algo ameaçador, mas como um elemento utilitário e enriquecedor.

Elemento que ajuda o sujeito se posicionar, se expressar assertivamente e afirmar seus interesses frente à realidade.

A integração dos impulsos agressivos é um processo que normalmente acontece nos primeiros anos de vida e depende fundamentalmente do ambiente no qual o indivíduo está crescendo.

Crianças que convivem desde muito cedo com pais violentos, por exemplo, podem ser levadas a encarar a agressividade como uma realidade ameaçadora e perigosa.

Elas começam temendo a violência que percebem à sua volta e acabam desenvolvendo um medo dos seus próprios impulsos agressivos que, como eu disse acima, são NATURAIS.

A agressividade temida e não integrada normalmente é mantida em estado de repressão durante a maior parte do tempo, mas, eventualmente, pode se manifestar de forma abrupta, descontrolada e violenta.


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[Vídeo] O sadismo nosso de cada dia

Estamos sempre buscando formas socialmente aceitas de satisfazer nossos impulsos a fim de mitigar um pouco o mal-estar inerente à vida em sociedade.

A cultura do cancelamento, a chamada polarização política e os programas de TV policiais são exemplos contemporâneos dessas válvulas de escape.


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Você se sente o tempo todo desrespeitado no seu relacionamento?

Num relacionamento amoroso, pessoas que apresentam uma personalidade DOMINADORA se sentem muito à vontade para praticarem atos de desrespeito, como invadir o espaço do parceiro ou proferir palavras grosseiras e agressivas.

Como são mais independentes, elas não se preocupam com o possível sofrimento que vão provocar no outro porque não têm medo de serem deixadas.

Pelo contrário: se o parceiro se queixa de estar sendo desrespeitado, o sujeito dominador é o primeiro a dizer “OK, não está satisfeito? Então, vamos terminar.”.

Além disso, o dominador tem uma resistência patológica a reconhecer os próprios erros.

Por isso, jamais se percebe como desrespeitoso. Na cabeça dele, todos os seus atos, por mais agressivos e violentos que sejam, são apenas reações compreensíveis a erros cometidos pelo parceiro.

Ele nunca tem culpa de nada.

Geralmente tais pessoas só conseguem manter relacionamentos de longo prazo com parceiros que são o oposto delas, ou seja, que, ao invés de dominadores, são submissos, dependentes e se culpam com muita facilidade.

Tais parceiros aceitam os desmandos, invasões e abusos do dominador por basicamente duas razões que se complementam:

(1) Não conseguem se perceber como pessoas autônomas e capazes de tocar a própria vida sozinhas. Por isso, se iludem acreditando que não conseguirão viver sem o parceiro.

(2) Nutrem uma admiração, um encantamento, um tesão mesmo pela assertividade, força e independência que o sujeito dominador demonstra.

— Lucas, você acabou de me descrever. O que eu devo fazer?

Já sabe minha resposta, né?

Você precisa fazer terapia, ora bolas!

É preciso tratar essa imaturidade que não lhe permite se perceber como uma pessoa independente e elaborar esse tesão masoquista pelo comportamento dominador.

— Se eu me tratar, Lucas, será que meu parceiro vai mudar? Será que ele vai passar a me respeitar?

Pode ser que sim, pode ser que não, mas o fato é que VOCÊ vai mudar.

Vai mudar tanto que se ele não conseguir suportar a mudança e quiser terminar, você terá a segurança e a tranquilidade de poder dizer:

Já vai tarde.


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[Vídeo] Pessoas controladoras: visão da Psicanálise

Neste vídeo: entenda por que, do ponto de vista psicanalítico, algumas pessoas se tornam excessivamente controladoras.


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Pessoas controladoras: o que a Psicanálise diz sobre elas

O simples desejo de ter controle sobre a própria vida não é patológico.

A maturidade exige que tomemos as rédeas do nosso caminhar mesmo sabendo que o Real e o Inconsciente existem e que, portanto, esse controle será sempre limitado.

No entanto, existem sujeitos que são excessivamente controladores.

Eles não suportam (a não ser muito de vez em quando) estar na dependência de outras pessoas ou do mundo de forma geral.

Por isso, tendem a acumular muitas tarefas e, por consequência, a se sentirem sobrecarregadas.

Afinal, estão sempre fugindo da angústia que experimentam quando eventualmente precisam colocar atividades nas mãos de outras pessoas.

Outro traço bastante característico das pessoas controladoras é a dificuldade de lidar com a autonomia do outro, especialmente daqueles com os quais o sujeito mantém algum vínculo, como filhos, pais, amigos, namorados ou cônjuges.

O controlador sofre muito quando a realidade lhe obriga a reconhecer que o outro… é o outro, isto é, que sua esposa, por exemplo, tem individualidade e que, portanto, não necessariamente irá se comportar da forma como ele gostaria.

Do ponto de vista psicanalítico, podemos apontar duas possíveis gêneses para esse padrão controlador, as quais geralmente se complementam:

(1) A busca excessiva de controle pode ser uma forma inibida de expressão de impulsos sádicos, os quais aparecem naturalmente em todos nós na infância, mas que podem se manifestar com mais força e intensidade em algumas pessoas. Originalmente, o sadismo designa a obtenção de prazer por meio da agressão, dominação e humilhação do outro. Contudo, ao ser inibido por considerações de natureza moral e social, pode acabar se expressando em algumas pessoas como um desejo disperso de controle de tudo.

(2) A tendência controladora também pode ser uma forma de defesa que o sujeito desenvolveu desde a infância para lidar com determinados traumas causados por negligência familiar, perda precoce dos pais, abusos físicos e/ou sexuais etc. Nesse caso, o indivíduo passa a buscar excessivamente o controle porque isso lhe dá a ilusão de que, agindo assim, conseguirá se proteger contra a ocorrência de outros traumas.


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Agressividade não é violência. É vida!

Freud descobriu que todos nós temos impulsos sádicos, isto é, aquele tesãozinho natural pelo controle e pelo domínio.

Tem gente que tem mais, tem gente que tem menos.

Ele pode estar reprimido, sublimado ou visivelmente manifesto, mas o fato é que está presente em todo o mundo.

Sadismo, no entanto, não é o mesmo que agressividade.

E o autor que nos ajuda a entender melhor essa diferença é o psicanalista inglês Donald Winnicott.

Do ponto de vista winnicottiano, a agressividade diz respeito simplesmente à força espontânea, intensa e impetuosa da nossa pulsão… de vida!

Nesse sentido, um bebê que suga com avidez e voracidade o seio materno está expressando sua agressividade.

Mas isso não tem nada a ver com domínio, controle e muito menos com o desejo de machucar.

Da mesma forma, existe agressividade no choro estridente de uma criança que acorda os pais no meio da noite, ansiando por ser amamentada.

Agressividade é vida!

A gente tende a associá-la a violência porque nossa cultura tradicionalmente lida muito mal com esse aspecto agressivo do nosso ser.

Desde muito precocemente somos estimulados a obedecer, a ficarmos quietos, a nos adaptarmos, a engolirmos o choro.

Em outras palavras, nossa cultura sádica instiga seus membros a sufocarem sua agressividade a fim de se encaixarem passivamente em padrões externos, para viverem um estado de paz sem voz, como dizia O Rappa.

O resultado é óbvio: a agressividade reprimida retorna na forma de violência.

Falamos bastante sobre isso ontem na aula da Confraria Analítica.

Quem não conhece aquela pessoa exageradamente pacífica, que aparentemente seria incapaz de fazer mal a uma mosca, que está sempre fugindo de conflitos, mas que, num estado de crise, explode e se torna extremamente violenta?

É isso o que acontece com um indivíduo que se viu obrigado a esconder de si mesmo a própria agressividade para poder existir bovinamente nos pastos do grande Outro.

A agressividade que não é vivida de forma integrada na existência, pode ressurgir abruptamente de forma dissociada.

Nas palavras do próprio Winnicott:

“Sem a possibilidade de brincar sem compaixão, a criança terá que esconder o seu eu impiedoso e dar-lhe vida apenas em estados dissociados.”


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[Vídeo] O segredo das pessoas disciplinadas: psicanalista explica

Esqueça todas essas bobagens de “força de vontade” e “mindset”. O segredo das pessoas disciplinadas é o tesão pelo controle. Assista ao vídeo e entenda.


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Batatinha frita 1, 2, 3: o sadismo nosso de cada dia

Na clássica obra “O mal-estar na civilização”, Freud propõe a tese de que a sociedade humana, para sobreviver, exige dos indivíduos a supressão de parte da satisfação de seus impulsos.

Em outras palavras, só podemos viver em sociedade se estivermos dispostos a abrir mão do “direito natural” de fazer tudo o que quisermos.

Por outro lado, Freud também nos ensinou a perceber que aquilo que é suprimido num primeiro momento inevitavelmente reaparece em outro com novas roupagens.

Assim, a parcela de satisfação pulsional à qual renunciamos para viver em sociedade retornaria na forma do mal-estar inerente à vida em comunidade.

A palavra em alemão que Freud utiliza e que costuma ser traduzida por “mal-estar” é Unbehagen, que também pode ser traduzida por “desconforto”.

Trata-se de uma espécie de tensão psíquica básica que funciona como um lembrete das possibilidades de satisfação que a gente decidiu suspender para viver em sociedade.

Por outro lado, estamos sempre buscando formas socialmente aceitas de satisfazer nossos impulsos a fim de mitigar um pouco esse mal-estar.

De fato, a vida civilizada seria absolutamente insuportável se não houvesse “válvulas de escape” para compensar o sacrifício pulsional que cada indivíduo faz.

A cultura do cancelamento, a chamada polarização política e os programas de TV policiais são exemplos contemporâneos dessas válvulas de escape.

Por trás do linchamento virtual a famosos, feitos em nome da moral e dos bons costumes politicamente corretos, o que existe de fato são indivíduos aproveitando a oportunidade para descarregarem seu sadismo reprimido.

Por trás das aparentemente nobres e desinteressadas discussões sobre democracia, distribuição de renda e liberdades individuais temos tão-somente o bom e velho tesão de brigar, que a duras penas aprendemos a suprimir.

E os programas policiais, por sua vez, nada mais são do que veículos socialmente aceitos de satisfação de nossos desejos de vingança e de nosso apetite natural pela violência.

Sim, é também esse gosto por ver o circo pegar fogo (e o palhaço se f****) que nos anima a assistir com júbilo uma série como “Round 6” em que pessoas participam de um jogo estúpido apostando a própria vida.


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