
“Superego” foi o termo escolhido pela tradução inglesa das obras de Freud para designar a função psíquica que o pai da Psicanálise chamou de “Über-Ich” (literalmente: “acima-do-eu”).
Trata-se de um elemento fundamental da nossa personalidade que se forma por meio da internalização da dimensão coercitiva do cuidado parental.
— Lucas, explica em Humanês! 😅
Tá bom! Olha só:
Numa infância mais ou menos “normal”, os pais alimentam, protegem, apoiam, dão carinho, mas também… ameaçam, punem e cobram seus filhos.
Com o passar do tempo, por amor aos seus genitores e por quererem se tornar como eles, as crianças vão trazendo para dentro de si essas ameaças, cobranças e expectativas de punição.
Isso é bom! Ao internalizar a dimensão coercitiva do cuidado dos pais, a criança se torna capaz de colocar limites à expressão de seus impulsos — uma condição básica para a vida em sociedade.
Portanto, o superego é essa função psíquica que, emulando o que faziam nossos pais, se coloca acima (Über) do nosso eu (Ich) para ameaçá-lo, puni-lo e cobrá-lo.
O problema é que, diferentemente dos nossos genitores, o superego não fica do lado de fora, observando apenas aquilo que a gente FAZ.
Como está dentro de nós, o bicho não monitora só nossas ações, mas tem acesso também aos nossos DESEJOS, incluindo aqueles que jamais colocaremos em prática.
Assim, o superego pode nos ameaçar, nos punir e nos cobrar em relação a coisas que nós simplesmente PENSAMOS, muitas vezes até inconscientemente.
Além disso, parte do impulso agressivo natural que, ao longo da infância, fomos incentivados a conter, é “canalizado”, digamos assim, para o superego.
Dessa forma, o movimento superegoico de ameaça, punição e cobrança paradoxalmente nos proporciona SATISFAÇÃO — a mesma que um masoquista sente quando leva umas boas chicotadas.
Há pessoas que tiveram sorte em seu desenvolvimento e possuem um superego mais “de boa”. Elas se limitam, eventualmente se condenam, mas tudo “na medida”.
Outras, porém, estão o tempo todo se sentindo culpadas, gozando masoquisticamente com um excesso de crueldade superegoica.
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