Participe da CONFRARIA ANALÍTICA, uma comunidade exclusiva, com aulas semanais ao vivo comigo, para quem deseja estudar Psicanálise de forma séria, rigorosa e profunda.
Esta é uma pequena fatia da aula “Histeria e borderline: diagnóstico diferencial” que já está disponível no módulo AULAS TEMÁTICAS – TEMAS VARIADOS da CONFRARIA ANALÍTICA.
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Que posição o paciente espera que eu ocupe na relação com ele?
Esta é uma das principais perguntas que todo terapeuta deve se fazer enquanto está atendendo.
Todo sujeito carrega inconscientemente em seu psiquismo um determinado “script”, ou seja, uma espécie de roteiro, que costuma encenar em todas as suas relações.
Esse roteiro especifica o papel dele e do outro, ou seja, o que cada um deveria fazer ao se encontrarem.
Num típico script histérico, por exemplo, a pessoa tende a se apresentar como objeto de desejo e, assim, espera que o outro a queira, a valide, a reconheça.
Importante dizer que nós não só projetamos os scripts em nossas relações, mas também tentamos induzir o outro a desempenhar o papel reservado a ele.
Uma paciente histérica tentará seduzir o terapeuta a fim de levá-lo a encenar a função do outro que a valida, que a reconhece, que a ama, no fim das contas.
Ela pode se apresentar, sessão após sessão, como alguém injustiçada, incompreendida, carente…
Muitos terapeutas caem nesse tipo de armadilha e acabam protagonizando o papel previsto no script da paciente.
“Mas qual é o problema se isso acontecer, Lucas?”.
O problema é que esses roteiros têm função defensiva. Eles foram criados para nos proteger de certas angústias que, na verdade, deveriam ser atravessadas.
O roteiro histérico, por exemplo, é escrito para manter o sujeito na esperança de que ele possa ser o objeto que falta na vida do outro.
Esta é uma expectativa que as crianças costumam ter em relação a seus pais, especialmente àquele do sexo oposto.
Normalmente, o que acontece?
Esse desejo acaba sendo frustrado e o sujeito aceita, aos poucos, que não é tudo o que faltava na vida de papai ou mamãe.
O histérico, porém, não suporta essa angústia de saber que não é a última Coca-Cola do deserto. E é aí que se forma o script de sedução do outro.
Nesse sentido, a tarefa do terapeuta é resistir à encenação. Justamente para que o paciente possa se dar conta… de que existe um roteiro.
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Esta é uma pequena fatia da aula “O papel crucial da aliança de trabalho na clínica” que já está disponível no módulo AULAS TEMÁTICAS – TEMAS VARIADOS da CONFRARIA ANALÍTICA.
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Geralmente, quando pensamos na relação entre analista e paciente, a primeira palavra que nos vem à mente é TRANSFERÊNCIA.
Muitas pessoas, inclusive, não entendem corretamente esse conceito e o reduzem simplesmente à confiança que o analisando deposita no terapeuta.
Na verdade, a transferência acontece quando o sujeito traz para a relação com o analista sentimentos, fantasias, desejos etc. que originalmente estavam vinculados a figuras significativas da sua história.
Trata-se, portanto, de um fenômeno muito mais amplo do que um mero vínculo de confiança.
Por outro lado, nem só de transferência vive a dupla analítica.
Sendo a Psicanálise um tratamento COLABORATIVO, é essencial que se estabeleça uma PARCERIA entre analista e analisando.
Trata-se de um acordo tácito, em que ambas as partes se comprometem com seus papéis no processo analítico.
Se, por exemplo, o terapeuta não exercer a atenção flutuante e o paciente não estiver disposto a fazer associação livre, a análise se torna praticamente inviável.
Em 1965, o psicanalista norte-americano Ralph Greenson propôs o termo “aliança de trabalho” para nomear essa parceria entre analista e analisando.
No artigo “The Working Alliance and the Transference Neurosis”, ele descreve as condições necessárias para a formação desse tipo de vínculo.
E na aula especial publicada hoje na CONFRARIA ANALÍTICA, eu comento esse texto e explico didaticamente o significado e a importância da aliança de trabalho.
O título da aula é “O papel crucial da aliança de trabalho na clínica” e ela já está disponível no módulo AULAS TEMÁTICAS – TEMAS VARIADOS.
A Confraria é hoje a maior e mais acessível escola de formação em teoria psicanalítica do Brasil, com um acervo de mais de 500 horas de conteúdo.
Venha entender por que, sem aliança de trabalho, não há análise de verdade.
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Esta é uma pequena fatia da aula “Clínica lacaniana das psicoses (I): diagnóstico” que já está disponível no módulo AULAS TEMÁTICAS – LACAN da CONFRARIA ANALÍTICA.
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Patrícia levantou-se da poltrona para chamar Davi, seu último paciente do dia, que a aguardava na sala de espera.
Normalmente, o rapaz vinha à terapia trajando uma camiseta simples, bermuda e tênis. Mas, naquele dia, ele se vestira de forma diferente.
Estava com uma camisa de botão azul muito bem passada, calça jeans e sapatos.
Patrícia também notou que o paciente havia se perfumado mais do que de costume e imaginou que ele deveria ter algum evento especial após a sessão.
Ela estava enganada.
Davi havia caprichado no perfume e na vestimenta porque havia planejado fazer uma confissão à analista naquela noite.
E foi exatamente isso que ele fez logo após deitar-se no divã:
— Patrícia, eu preciso te contar uma coisa que venho sentindo há muito tempo, mas ainda não tinha coragem para falar.
— Hum… — reagiu a terapeuta.
— Eu… não sei bem como dizer isso, mas acho que sinto algo a mais por você. Faz um bom tempo que eu não te vejo só como minha analista.
Patrícia ficou em silêncio e foi tomada por uma crescente ansiedade.
Com efeito, ela havia começado a atender há pouco tempo e era a primeira vez que tomava contato com uma transferência erótica.
Sem saber o que dizer, a terapeuta limitou-se a pedir que Davi continuasse a falar.
O paciente, então, passou a elogiá-la exageradamente e, na sequência, a falar de sua insatisfação com a namorada — tema recorrente de sua análise.
A analista sentiu certo alívio quando o paciente passou a falar de seu relacionamento.
Porém, continuou ansiosa até o fim da sessão por não saber o que fazer diante da confissão amorosa.
Muitos terapeutas vivenciam essa mesma insegurança que Patrícia sentiu por não terem sido bem formados em relação ao manejo da transferência erótica.
Por isso, decidi fazer uma aula especial na CONFRARIA ANALÍTICA chamada justamente “Como manejar a transferência erótica”.
Ela já está disponível em nossa plataforma no módulo AULAS TEMÁTICAS – TEMAS VARIADOS.
Para se tornar nosso aluno e ter acesso a essa aula e a todo o nosso acervo de mais de 500 horas de conteúdo, acesse este link.
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Classicamente, nós pensamos na Psicanálise como um procedimento terapêutico que permite ao sujeito fazer uma espécie de mergulho em si mesmo.
A postura mais passiva e silenciosa do analista facilitaria esse movimento introspectivo que permitiria ao paciente se redescobrir.
Tudo isso é verdade. Mas não é TODA a verdade.
De fato, a gente faz análise para SE escutar e SE enxergar.
Mas a gente também faz análise para se RELACIONAR.
Sim: embora a terapia psicanalítica não seja uma conversa comum, ela se constitui inegavelmente como uma relação entre duas pessoas.
Isso pode parecer óbvio, mas não é.
O que quero destacar é o fato de que as transformações que ocorrem com o paciente não são resultantes apenas do mergulho que ele faz em si mesmo.
Na verdade, boa parte delas pode ser atribuída às vicissitudes da relação concreta com o analista — mediadas OU NÃO por elementos transferenciais.
Diferentemente do que se acredita no senso comum, um analista jamais é completamente neutro.
Quando um paciente confessa ter uma fantasia sequissual da qual sente vergonha, ao escutá-lo em silêncio, o terapeuta não está sendo neutro.
Afinal, ao agir assim, o analista comunica ao paciente que ali, no contexto terapêutico, ele tem a liberdade de falar abertamente sobre seus desejos.
E essa mensagem implícita, por si só, já é terapêutica.
De repente, esse paciente sente vergonha de sua fantasia por ter sido criado em um contexto excessivamente moralista e repressor.
Ora, ao escutar o sujeito sem condená-lo, o analista está oferecendo a ele um NOVO contexto que, diferentemente do primeiro, não o incita à vergonha.
Portanto, se a Psicanálise é terapêutica, não é só por conta dos insights e elaborações que o paciente faz, mas também pelo próprio VÍNCULO com o analista.
Esse vínculo pode ser transformador em si mesmo, pois contrasta com os vínculos adoecedores presentes na história do paciente.
Em outras palavras, o paciente se liberta dos efeitos patológicos de relações marcadas por moralismo, opressão ou abandono ao vivenciar uma relação nova, com o analista, pautada por liberdade, confiabilidade e acolhimento.
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Esta é uma pequena fatia da AULA ESPECIAL “A transferência e o sujeito suposto saber” que já está disponível no módulo AULAS ESPECIAIS – LACAN da CONFRARIA ANALÍTICA.
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A expressão “sujeito suposto saber”, inventada por Lacan é frequentemente utilizada por quem trafega no território psicanalítico.
A minha impressão, porém, é a de que muitas pessoas a utilizam de forma equivocada, sem saber exatamente o que, de fato, significa.
Trata-se de um daqueles termos que parecem meio autoexplicativos e que, justamente por isso, acabam levando a mal-entendidos.
Tem gente, por exemplo, que acha que um professor está na posição de sujeito suposto saber só porque os alunos supõem que ele saiba o que está ensinando.
Nada a ver!
Quando Lacan apresentou a noção de sujeito suposto saber lá em 1964, no seminário 11, isso aconteceu em meio a seu esforço para FORMALIZAR o conceito psicanalítico de TRANSFERÊNCIA.
O psicanalista francês acabou chegando à conclusão de que a função do sujeito suposto saber é um elemento essencial na ESTRUTURA da transferência.
Se não levarmos esse contexto em consideração, acabaremos caindo na cilada de achar que sujeito suposto saber significa simplesmente uma pessoa que se apresenta como alguém que supostamente sabe.
— Beleza, Lucas, entendi. Mas se o sujeito suposto saber não é isso, o que ele é, então?
A resposta para essa pergunta está exposta de forma didática, simples e com exemplos na AULA ESPECIAL publicada hoje na CONFRARIA ANALÍTICA.
O título dela é “A transferência e o sujeito suposto saber” e está disponível no módulo AULAS ESPECIAIS – LACAN.
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Naquele dia Frieda chegou ao consultório de sua analista e percebeu que o ambiente havia passado por uma redecoração. Entusiasmada, exclamou:
— Que maravilha, doutora! Finalmente a senhora seguiu meu conselho!
Sem que a paciente percebesse, a analista revirou os olhos e disse:
— Vamos começar?
Frieda deitou-se no divã, mas, ao invés de começar a falar de imediato, permaneceu cerca de um minuto em silêncio, olhando para o chão da sala.
— Doutora, eu acho que esse tapete novo não combinou com os seus móveis. Sei lá… Acho que ele é muito escuro.
A analista ficou em silêncio.
Antes da mudança, Frieda já havia feito diversos apontamentos em relação ao que julgava que a terapeuta deveria fazer em relação à decoração da sala.
Olhando para tal comportamento de um ponto de vista simbólico, a analista dizia à paciente:
— Frieda, você está tentando me controlar, invertendo nossas posições. Ao invés de ouvir o que tenho a lhe dizer, sou eu quem supostamente deveria ouvi-la.
Tal interpretação entrava por um ouvido e saía pelo outro. A paciente continuava fazendo recomendações com ar de superioridade.
A analista já estava ficando de saco cheio.
Por isso, seu silêncio diante da observação sobre o tapete era mais expressão de cansaço do que exatamente uma postura técnica.
Sobretudo porque, naquele dia em que a redecoração ficou pronta, vários pacientes já haviam dado seus respectivos pitacos sobre o que a terapeuta deveria ter feito.
Assim, no momento em que Frieda começou a fazer um segundo apontamento, desta vez sobre a nova localização de uma mesa, a analista não se conteve:
— Minha cara, realmente, não me importa o que você pensa disso.
A paciente ficou perplexa.
Depois de alguns segundos em silêncio, queixou-se com muita raiva da suposta grosseria da terapeuta, mas acabou pedindo desculpas.
Mais do que isso:
Frieda finalmente reconheceu sua tendência controladora e comentou que outras pessoas também deviam se incomodar com seus conselhos intrometidos.
A história que você acaba de ler é parcialmente fictícia.
Trata-se de uma singela dramatização do relato que Margaret Little fez de um episódio real ocorrido quando analisava essa paciente que ela chama de Frieda.
A psicanalista sul-africana utilizou essa situação e outras para ilustrar uma tese polêmica, que ela defende no artigo “R – A resposta total do analista às necessidades de seu paciente”:
A tese de que, em certos momentos de uma análise, principalmente com determinado tipo de paciente, o analista DEVE expor seus sentimentos PESSOAIS.
Quer saber mais sobre esse interessantíssimo ponto de vista?
Então, assista à AULA ESPECIAL “Margaret Little e a manifestação do analista como pessoa”, que acaba de ser publicada na CONFRARIA ANALÍTICA.
A aula se encontra no módulo AULAS ESPECIAIS – TEMAS VARIADOS e o linque para fazer parte da CONFRARIA está no meu perfil.
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Num texto de 1912 chamado “A Dinâmica da Transferência”, Freud compara aquilo que se apresenta no fenômeno transferencial a um “clichê”.
Mas, ao contrário do que muita gente pensa, o pai da Psicanálise não estava se referindo a clichê no sentido figurado, isto é, a uma expressão muito repetida.
Freud estava falando do clichê em seu sentido original, que é proveniente do campo da artes gráficas.
Originalmente, o termo clichê designava uma placa de metal que servia de modelo para a impressão de textos e imagens.
Ou seja, estamos falando de um artefato cujo mecanismo de funcionamento é semelhante ao de um carimbo.
Ora, um processo análogo de reprodução de um modelo acontece na transferência. É por isso que Freud faz a comparação.
De fato, o que observamos em análise é que o paciente reproduz, na relação com o terapeuta, certo modo estereotipado de se relacionar com os outros de forma geral.
Um paciente que costuma ser submisso em suas relações interpessoais, por exemplo, tenderá a ser submisso na relação com o analista.
Esse padrão relacional básico se constitui na infância e o sujeito o repete compulsivamente, como um clichê sendo impresso em páginas e mais páginas.
A grande maioria das pessoas não percebe que possui esse padrão porque, no dia a dia, consegue justificar seu funcionamento em função do contexto:
“Eu sou tão submisso no meu trabalho porque tenho medo de ser demitido.”
O que esse sujeito não sabe é que continuaria agindo de forma submissa mesmo se estivesse num cargo público, com pouquíssimas chances de ser demitido.
O padrão se impõe independentemente das circunstâncias, assim como o clichê pode ser impresso em qualquer tipo de folha, mesmo as que não estão em branco.
Ao fazer análise, a pessoa tem mais facilidade para identificar o padrão relacional porque o analista se apresenta de forma mais ou menos “neutra”.
Assim, o paciente não consegue encontrar muitas razões objetivas para explicar seu modo de agir.
Ele acaba sendo compelido a reconhecer que se encontra preso a um padrão que vem de si mesmo e que se reproduz continuamente à revelia de sua vontade.
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