Esta é uma pequena fatia da aula “LENDO FERENCZI 10 – Uma visão psicanalítica do envelhecimento” que já está disponível no módulo AULAS TEMÁTICAS – FERENCZI da CONFRARIA ANALÍTICA.
Participe da CONFRARIA ANALÍTICA, uma comunidade exclusiva, com aulas semanais ao vivo comigo, para quem deseja estudar Psicanálise de forma séria, rigorosa e profunda.
Você já reparou como o comportamento de muitos idosos se torna parecido com o de crianças?
A Psicanálise tem uma explicação poderosa pra isso.
Em 1914, Freud publica o célebre artigo “Sobre o narcisismo: uma introdução”.
No texto, o autor afirma ter chegado à conclusão de que o narcisismo, isto é, o investimento de libido no ego, não seria apenas uma reação psicopatológica.
Não. Para Freud, o narcisismo seria não só um componente NORMAL da subjetividade, mas a própria condição INICIAL do psiquismo.
Em outras palavras, todos nós, no início da vida, seríamos fundamentalmente narcísicos.
Quando observamos o comportamento dos bebês e das crianças, podemos facilmente ser levados a concordar com essa tese freudiana.
De fato, um bebezinho parece estar completamente voltado para suas próprias necessidades.
Tanto é assim que ele está pouco se lixando se irá atrapalhar o sono da mãe ao chorar no meio da noite querendo mamar.
Essa posição narcísica permanece com bastante força na primeira infância.
Como mostrou Piaget, até os 7 anos de idade (mais ou menos), nós somos cognitivamente EGOCÊNTRICOS.
Só gradualmente vamos nos tornando capazes de compreender que o outro pode enxergar uma situação de uma forma diferente da nossa.
Essa transformação corresponde, na teoria freudiana, à saída do narcisismo primário.
Conforme a gente cresce, parte da nossa libido permanece investindo o ego, mas uma parcela bem maior passa a ser direcionada às pessoas e ao mundo.
Porém, quando chegamos à terceira idade, essa situação tende a se inverter: começamos a investir pouco no mundo e muito mais em nós mesmos.
Ou seja, na velhice, nós voltamos a ser tão narcísicos como éramos quando crianças.
Esta é a tese defendida e demonstrada pelo psicanalista húngaro Sándor Ferenczi no artigo “Para compreender as psiconeuroses do envelhecimento”, de 1921.
Eu comentei a primeira parte desse texto numa aula especial publicada hoje (sexta) na Confraria Analítica, a minha escola de formação teórica em Psicanálise.
Participe da CONFRARIA ANALÍTICA, uma comunidade exclusiva, com aulas semanais ao vivo comigo, para quem deseja estudar Psicanálise de forma séria, rigorosa e profunda.