
O termo “neurose” não nasceu no campo psicanalítico.
Ao que parece, ele foi introduzido na medicina em meados do século XVIII por um sujeito chamado William Cullen para designar certas doenças físicas cuja causalidade estaria relacionada a “problemas de nervos”. Daí a raiz etimológica da palavra: a junção entre os termos gregos “neuron” (nervo) e “osis” (estado patológico).
Percebe-se, portanto, que, originalmente, neurose tinha como referentes quadros que atualmente costumamos chamar de “psicossomáticos”. O próprio Freud utilizou o conceito nesse sentido quando propôs a categoria de “neuroses atuais” para caracterizar certas doenças físicas que seriam ocasionadas por uma vida sexual excessivamente insatisfatória.
No entanto, a acepção de neurose que se consolidou no campo psicanalítico foi aquela que Freud empregou para designar o que ele chamou inicialmente de “psiconeuroses”.
Trata-se de enfermidades cuja origem é totalmente psicológica (daí o acréscimo do prefixo “psico”) e cujos sintomas são o resultado de conflitos psíquicos insuportáveis entre certos anseios infantis da pessoa e a imagem que ela pretende ter de si mesma.
Em outras palavras, a neurose acomete aqueles indivíduos que mantêm um apego excessivo a determinados desejos da infância e, ao mesmo tempo, se condenam exageradamente por nutrirem tais desejos. Os efeitos desse “beco sem saída” no qual o neurótico se coloca são os sintomas: disfunções corporais na histeria, pensamentos obsessivos e compulsões na neurose obsessiva e evitações na fobia.
Os sintomas neuróticos são uma forma patológica de resolução do “beco sem saída”: eles satisfazem simbolicamente os anseios infantis ao mesmo tempo em que protegem a pessoa de tomar consciência desses desejos, permitindo, assim, que ela mantenha sua autoimagem intacta. O problema é que esse “jeitinho” acaba sendo fonte de dor, sofrimento e perda de energia.
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