
Muitas pessoas se perguntam se um bom exercício de autorreflexão honesta não poderia substituir a entrada em um processo psicoterápico.
Do meu ponto de vista, acredito que não. Por mais perspicácia e conhecimento de Psicologia que uma pessoa possa ter, há certos EFEITOS SUBJETIVOS que só podem ser produzidos em uma relação de diálogo com um outro que esteja exclusivamente disposto a nos ajudar a pensar.
Dentre tais efeitos, cito dois:
1. Ao exercer a função de testemunha, o terapeuta leva o paciente a se responsabilizar pelo que pensa e diz, implicando-se em seu próprio discurso. Em nossas supostas autoanálises, frequentemente damos desculpas para nós mesmos, o que nos leva a um processo de autovitimização que não nos deixa sair do lugar.
2. A mera expressão de nossos pensamentos por meio da fala para um outro já é, em si mesma, terapêutica. Todo mundo conhece o alívio que traz um bom desabafo. Contudo, na terapia não se trata apenas de desabafo, mas de RELATIVIZAÇÃO. Sim! A necessidade de compartilhar nossos pensamentos com o terapeuta faz com que eles percam imediatamente o poder avassalador e onipotente que detinham quando eram apenas nossos. Às vezes o paciente chega até a rir de pensamentos que antes de serem verbalizados lhe causavam grande sofrimento.
Por essas e outras, acredito que pensar sobre si mesmo é uma tarefa que só se pode fazer adequadamente quando se está muito bem acompanhado.
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