Mulher de verdade tem que gostar de ser servida?

Ontem uma seguidora me marcou num vídeo de uma dessas influencers que falam de masculinidade e feminilidade.

No conteúdo, direcionado ao público feminino, a moça dá um conselho para que as mulheres não desenvolvam o que ela chama de “energia masculina”.

Segundo ela, quando uma mulher está num restaurante, por exemplo, ela sempre deveria aceitar que seu marido sirva a bebida no copo.

Se a esposa diz ao companheiro: “Não, pode deixar que eu me sirvo.”, estará entrando no campo da tal da “energia masculina”.

O mesmo aconteceria se, num avião, a mulher não aceitasse a ajuda de um homem para carregar alocar suas malas nos compartimentos.

Segundo a moça, para serem verdadeiramente femininas, as mulheres deveriam gostar de “receber” favores ao invés de fazerem as coisas com as próprias mãos.

Nas palavras dela, quando uma mulher não aceita “receber”, ela “tranca o fluxo da vida”.

Essa influencer sinceramente acredita que existe uma essência feminina, ou seja, um jeito supostamente natural e correto de ser mulher.

Mas será que isso existe mesmo?

Será que, para ser mulher “de verdade”, você precisa gostar de ceder o protagonismo das ações aos homens?

Ou será que essa imagem da mulher como um ser vulnerável, delicado, meigo, que gosta de receber ao invés de fazer por conta própria é um estereótipo construído?

Com base em sua experiência clínica e na observação empírica, a psicanalista britânica Joan Riviere aposta nessa segunda hipótese.

Para ela, esse modelo tradicional de feminilidade não é só uma construção. É, na verdade, uma MÁSCARA. Uma máscara que muitas mulheres precisam usar para parecem INOFENSIVAS…

É esta a tese que a autora apresenta em um dos mais importantes artigos da história da Psicanálise: “A feminilidade como máscara”, de 1929.

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