
Quando Raíssa, uma jovem de 25 anos, começou a fazer terapia com a psicóloga Fernanda, sua queixa era a de que não conseguia “manter” um relacionamento.
A moça dizia que seus namoros duravam muito pouco. Após alguns meses, os rapazes terminavam e ela nunca entendia muito bem o motivo.
Raíssa tinha a esperança de que a terapia a ajudaria a descobrir o que havia de errado consigo.
Fernanda percebeu logo nas primeiras sessões que, diferentemente da maioria de seus pacientes, Raíssa não tinha uma postura interativa.
A jovem tinha sempre muito assunto, contava mil e uma situações, mas fazia isso sem convocar a participação da terapeuta. Parecia estar falando sozinha.
A psicóloga se sentia incomodada por ser colocada na posição de espectadora, mas, ao mesmo tempo, se divertida com as histórias contadas pela paciente.
De todo modo, adotava uma atitude clássica, mais silenciosa, e só intervinha para fazer algumas perguntas e pontuações.
Após cinco anos, Raíssa estava noiva e acreditava ter resolvido sua dificuldade em manter relacionamentos. Porém, não cogitava a hipótese de sair da terapia.
— Eu não vivo mais sem análise. Vou fazer até morrer. — dizia de vez em quando nas sessões.
Fernanda, por sua vez, tinha a sensação de que o problema central de Raíssa ainda não havia sido trabalhado.
A terapeuta sentia que a postura falante da paciente era artificial, defensiva e exercia alguma função específica na transferência.
Tal função só foi descoberta depois que um incidente contado pela paciente fez Fernanda se lembrar de um detalhe que ela havia contado logo na primeira sessão:
— Meu irmãozinho morreu logo depois que eu nasci. Por isso, mamãe só conseguiu me amamentar por um mês. Meu pai disse que ela ficou muito mal, tadinha.
Quais podem ter sido as consequências de um episódio traumático como esse sobre a vida psíquica de Raíssa?
De que forma tal experiência estaria relacionada à postura da paciente em análise?
A psicóloga deveria alterar a forma como vem conduzindo esse caso?
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