As terapias diretivas e a Psicanálise

Existe uma diferença crucial entre a Psicanálise e as formas diretivas de psicoterapia.

O terapeuta diretivo encara as queixas apresentadas pelo paciente como problemas a serem resolvidos.

Já o psicanalista as percebe como mensagens a serem lidas e interpretadas.

Imaginemos uma moça que esteja sofrendo com preocupações excessivas. Ela não consegue relaxar porque fica o tempo todo em estado de alerta.

A jovem, então, resolve procurar um psicólogo que trabalha com alguma terapia diretiva.

Provavelmente, já nas primeiras sessões, esse profissional recomendará à paciente alguma técnica que aprendeu em manuais de tratamento para transtornos de ansiedade.

Ele pode até se interessar por entender a origem dos sintomas da paciente, mas seu foco será a eliminação deles.

Ele quer resultados…

Assim, o terapeuta diretivo buscará a todo custo fazer a paciente parar de se preocupar em excesso, ou seja, voltar a “funcionar” normalmente.

Se essa mesma jovem tivesse agendado uma consulta com um psicólogo que trabalha com a Psicanálise, a abordagem seria completamente diferente.

Um psicanalista jamais tomaria como objetivo primário do tratamento levar a paciente a parar de se preocupar em excesso o mais rápido possível.

— Como assim, Lucas? O profissional não desejaria aliviar o sofrimento da moça?

Claro que desejaria.

Mas ele sabe que eliminar os sintomas imediatamente significaria privar a paciente do valiosíssimo conhecimento que está contido neles.

Essa jovem não se preocupa em excesso por acaso, nem por causa de algum “defeito” em seu cérebro.

Ela faz isso porque PRECISA. Pois essa foi a forma que encontrou para lidar com certos conflitos psíquicos e/ou marcas traumáticas de sua história de vida.

Por isso, ao invés de ensinar uma técnica para controlar preocupações, um psicanalista faria o seguinte convite a essa paciente:

“Aguente firme! Você não está mais sozinha para lidar com esse problema.

Vamos entender o que você está tentando dizer para si mesma por meio do excesso de preocupações.

Com efeito, à medida que for compreendendo a mensagem contida nesse sintoma, você não precisará mais dele e poderá, enfim, abandoná-lo.”


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