Esta é uma pequena fatia da aula especial “Abuso e dependência de drogas: tratamento psicanalítico”, que já está disponível no módulo “AULAS ESPECIAIS – TEMAS VARIADOS” da CONFRARIA ANALÍTICA.
Participe, por apenas R$49,99 por mês ou 497,00 por ano, da CONFRARIA ANALÍTICA, uma comunidade exclusiva, com aulas semanais ao vivo comigo, para quem deseja estudar Psicanálise de forma séria, rigorosa e profunda.
Uma das habilidades mais importantes para um psicanalista é a capacidade de enxergar aquilo que está para-além do óbvio, por trás das aparências.
Foi essa competência que permitiu a Freud conceber o sintoma como uma formação SUBSTITUTIVA, ou seja, como um fenômeno criado para ocupar o lugar de outro.
Assim, aprendemos na formação psicanalítica a olhar para as queixas de nossos pacientes como manifestações que mascaram os verdadeiros problemas dos quais padecem.
Por que estou rememorando essa lição tão básica?
Porque ela é especialmente importante quando vamos trabalhar psicanaliticamente com sujeitos que sofrem de dep3ndência químic4.
Afinal, quando olhamos superficialmente para o comportamento de uma pessoa vici4da, podemos formular duas impressões — ambas equivocadas:
1 – a de que se trata de um indivíduo hedonista, que só quer saber de experimentar prazer na vida;
ou
2 – a de que tal pessoa possui uma tendência autodestrutiva, já que a adição lhe traz sérios problemas de ordem física, familiar, financeira etc.
Tais opiniões são não apenas tolas, mas perigosas, pois ensejam abordagens moralistas, segundo as quais o sujeito vici4do deveria ser simplesmente reprimido ou punido.
O que permite ao psicanalista saber que essas impressões superficiais são completamente enganosas é a ESCUTA cuidadosa daqueles que sofrem com a dep3ndência químic4.
Essa escuta revela que essas pessoas possuem uma dificuldade muito grande de exercer a função de AUTORREGULAÇÃO — deficiência que pode ter, inclusive, um componente genético.
Revela também histórias que costumam ser marcadas por traumas infantis (no sentido técnico e forte do termo).
Isso revela que o víci0 é um sintoma, uma formação substitutiva criada para encobrir um Eu deficitário, frágil, vulnerável e machucado por experiências traumáticas.
Hoje (sexta) quem está na CONFRARIA ANALÍTICA terá acesso a uma aula especial em que explico como se dá a abordagem clínica da dep3ndência químic4 na Psicanálise.
O título dela é “Abuso e dependência de drogas: tratamento psicanalítico” e já está disponível no módulo “AULAS ESPECIAIS – TEMAS VARIADOS”.
Participe, por apenas R$49,99 por mês ou 497,00 por ano, da CONFRARIA ANALÍTICA, uma comunidade exclusiva, com aulas semanais ao vivo comigo, para quem deseja estudar Psicanálise de forma séria, rigorosa e profunda.
Esta é uma pequena fatia da aula especial “Abuso e dependência de drogas: considerações psicanalíticas”, que já está disponível no módulo “AULAS ESPECIAIS – TEMAS VARIADOS” da CONFRARIA ANALÍTICA.
Participe, por apenas R$49,99 por mês ou 497,00 por ano, da CONFRARIA ANALÍTICA, uma comunidade exclusiva, com aulas semanais ao vivo comigo, para quem deseja estudar Psicanálise de forma séria, rigorosa e profunda.
Quando falamos sobre dependência química, um aspecto que geralmente passa despercebido é a sensação de controle que a dr0ga proporciona.
Essa afirmação pode parecer estranha para muitos de vocês.
Afinal, um viciado se caracteriza justamente por NÃO SER CAPAZ de controlar o desejo de consumir determinadas substâncias.
Isso é verdade. Mas não é TODA a verdade.
Com efeito, o anseio incontrolável de “dar um teco” serve ao cocainômano paradoxalmente como uma DEFESA em relação a certas experiências psíquicas IGUALMENTE INCONTROLÁVEIS.
Se o sujeito se vê compelido por si mesmo a fazer uso da dr0ga é porque SABE que, ao consumi-la, experimentará determinadas sensações agradáveis.
Ou seja, o ent0rpecente fornece ao sujeito PREVISIBILIDADE e CONTROLE sobre sua experiência emocional.
Isso é rigorosamente a mesma coisa que acontece quando você está com dor de cabeça e toma um analgésico. Na prática, você está gerenciando sua vivência subjetiva por meio de uma dr0ga.
Agora, imagine que você tenha uma “dor de cabeça” que só desaparece durante algumas horas após a ingestão do remédio. Assim que o efeito do medicamento acaba, ela retorna…
Essa é a experiência psíquica de muitas pessoas que se viciam em dr0gas.
A diferença é que, no caso delas, não se trata de dor de cabeça, mas de dores DA ALMA: baixa autoestima, sentimento de inferioridade, traumas infantis, depressão etc.
Estamos falando de questões emocionais graves, mas que desaparecem ou são compensadas DURANTE UM BREVE PERÍODO por meio de algumas tragadas, uma cheirada ou uma picada…
Percebe? O dependente consegue, ainda que temporariamente, controlar o que se passa em seu psiquismo por meio do ent0rpecente.
Mas além desse controle emocional, as dr0gas também exercem outras funções que nos ajudam a entender porque algumas pessoas se viciam.
E é sobre essas funções que eu falo na AULA ESPECIAL publicada hoje (sexta) na CONFRARIA ANALÍTICA.
O título dela é “Abus0 e dependência de dr0gas: considerações psicanalíticas” e já está disponível no módulo “AULAS ESPECIAIS – TEMAS VARIADOS”.
Participe, por apenas R$49,99 por mês ou 497,00 por ano, da CONFRARIA ANALÍTICA, uma comunidade exclusiva, com aulas semanais ao vivo comigo, para quem deseja estudar Psicanálise de forma séria, rigorosa e profunda.
Se você reside em uma cidade de médio ou grande porte, certamente a cena abaixo lhe é familiar:
O sinal está vermelho no semáforo. Você para o seu carro e logo vem uma pessoa franzina, maltrapilha e se oferece para limpar o para-brisa do veículo em busca de alguns trocados. Embora diga que precisa do dinheiro para se alimentar, você sabe que muito provavelmente ela está juntando aquela grana para comprar algumas pedras de crack na boca de fumo mais próxima.
É muito tentador imaginar que aquele ser humano é completamente diferente de nós porque supostamente não sofremos de uma dependência tão visceral quanto a dele.
Será mesmo?
Se você ainda não se tornou insensível à presença dessas pessoas, é provável que às vezes se faça perguntas do tipo: “Como é que alguém consegue passar o dia inteiro ao sol, se oferecendo para limpar para-brisas de carros, sendo frequentemente humilhado por alguns motoristas, tudo isso para ter um gozo extremamente efêmero com uma pedra de crack?”
De fato, para muitos dependentes, comprar crack e fazer uso da droga passaram a ser as metas principais de seu cotidiano, aquilo pelo que enfrentam as dificuldades do dia a dia. O consumo da droga passa a ser o eixo em torno do qual gira sua rotina. Mais uma vez: nossa tendência é imaginar que, por não estarmos nessa condição, somos radicalmente diferentes dessas pessoas.
Mas não somos. Todos nós temos as nossas pedras de crack, isto é, aquilo pelo que não medimos esforços, suportamos qualquer perrengue, fazemos qualquer negócio… Cada um de nós tem os seus respectivos ídolos, os seus absolutos. Aristóteles usava uma expressão muito interessante para caracterizar essa Coisa em torno da qual fazemos nossa vida girar: ele a chamava de “Sumo Bem”. Por ele, podemos ser capazes de dar nossa própria alma.
Portanto, será que há tanta diferença assim entre você e aquele pobre dependente químico que lhe pede dinheiro no semáforo? Você e eu também não passamos a vida inteira em busca de fugazes experiências de satisfação? Ele as procura em pedras de crack. Nós as buscamos no reconhecimento do outro, na política, no novo iPhone, no sexo, numa promoção no trabalho, em curtidas no Instagram, enfim…
Participe, por apenas R$39,99 por mês, da CONFRARIA ANALÍTICA, uma comunidade exclusiva, com aulas semanais ao vivo comigo, para quem deseja estudar Psicanálise de forma séria, rigorosa e profunda.