[Vídeo] A noção de falo no pensamento de Freud


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[Vídeo] A indústria fálica

Esta é uma pequena fatia da aula “CONCEITOS BÁSICOS 24 – Falo” que já está disponível no módulo AULAS TEMÁTICAS – CONCEITOS BÁSICOS da CONFRARIA ANALÍTICA.


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Entenda o conceito de FALO em Psicanálise

Hoje em dia, o que mais tem no Instagram é gente dizendo o que você deveria estar fazendo.

Nunca fomos tão moralistas.

É homem dizendo como um homem de verdade deve se comportar.

É mulher pregando como mulheres devem ser verdadeiramente femininas.

É marqueteiro ensinando como ter “permissão” para ser bem-sucedido.

É coach explicando como viver uma “vida épica”.

Sim, é ridículo, eu sei.

Mas por que tais cagadores de regra fazem tanto sucesso?

Simples: essa gente explora uma vulnerabilidade do “sistema operacional” humano.

Todos nós temos essa sensação crônica de precariedade, de insuficiência, de incompletude.

Estamos sempre achando que nos falta algo para sermos plenamente realizados.

Esse “algo” é o que a Psicanálise chama de “falo”.

Ele funciona como aquela cenoura inalcançável que, segundo a velha fábula, é colocada diante do burro para incentivá-lo a continuar caminhando.

Os cagadores de regra da internet vendem a ilusão de que é possível alcançar a cenoura.

Eles fazem seus clientes acreditarem que podem ser 100% felizes se adotarem certos comportamentos ou tiverem certas coisas.

E isso só funciona, repito, porque nosso psiquismo vem “de fábrica” com essa ideia de que existiria algo capaz de nos tornar completos, o FALO.

Quer entender melhor esse conceito?

Quer saber por que ele recebe esse nome na Psicanálise?

Quer aprender qual é sua utilidade na clínica psicanalítica?

Então, você precisa assistir à aula “CONCEITOS BÁSICOS 24 – Falo”, já disponível na CONFRARIA ANALÍTICA.

A Confraria é a maior e mais acessível escola de teoria psicanalítica do Brasil, com +500 horas de conteúdo e milhares de alunos.

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Bebês reborn: por que tem adulto brincando de boneca?

Nos últimos dias, muita gente me enviou mensagens compartilhando vídeos sobre bebês reborn e pedindo que eu falasse algo a respeito.

O tom das mensagens era quase sempre de escândalo.

Pudera!

Em sua maioria, os vídeos enviados mostravam “mães” de bebês reborn tratando seus bonecos como se fossem filhos de verdade.

O mais compartilhado foi o de uma jovem que supostamente teria levado seu boneco para um pronto-socorro.

Sério?

Em outro, uma senhora finge que está num supermercado com um reborn, frustrada por não conseguir prioridade na fila do caixa. 🙄

E tem ainda o vídeo daquela moça simulando ter sido contratada como babá de um bebê reborn nos EUA. 🤡

Calma, gente, isso é só fanfic para gerar engajamento.

Por outro lado, sim, existe um pequeno grupo de mulheres (e alguns homens) que efetivamente gostam de brincar com bebês reborn.

E foi com o objetivo de formular algumas hipóteses para compreender psicanaliticamente esse hobbie que eu decidi fazer uma aula especial.

Ela já está publicada no módulo AULAS TEMÁTICAS – TEMAS VARIADOS da Confraria Analítica, a minha escola de formação teórica em Psicanálise.

O título da aula é “Bebês reborn e suas mães: um olhar psicanalítico”.

Nela eu apresento a hipótese de que as pessoas que possuem esse hobbie estão, em sua maioria, brincando de vivenciar, em fantasia, a experiência de maternagem.

Mais especificamente, a parte inicial dessa experiência, nos primeiros meses de vida da criança, em que o bebê ainda ocupa o lugar de falo materno.

👉 Quer entender o que pode levar alguém a brincar de maternar um boneco?

Então, acesse este link e venha estudar comigo na Confraria Analítica, a maior escola online de teoria psicanalítica do Brasil.


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Por que Lacan disse que “o pai é uma metáfora”?

No ano acadêmico de 1957-1958, o psicanalista francês Jacques Lacan ministrou um seminário intitulado “As formações do inconsciente”.

Como de costume, o autor não se manteve restrito ao tema central do curso e enveredou por uma série de outros tópicos relacionados.

É nesse seminário, por exemplo, que Lacan começa a construir o seu famoso “grafo do desejo”.

Um dos assuntos sobre os quais o analista francês mais se debruça é o complexo de Édipo.

A certa altura do curso, mais especificamente na lição 9, ao introduzir sua perspectiva estruturalista sobre a dinâmica edipiana, Lacan diz o seguinte:

“É isto: o pai é uma metáfora”.

Trata-se de uma afirmação surpreendente e ousada.

Afinal, o autor está propondo que o pai que entra (ou não) em jogo no complexo de Édipo é, no fim das contas, um elemento de ordem puramente simbólica.

Dizer que o pai é uma metáfora significa dizer que ele é tão-somente um significante que substitui outro significante e captura o significado dele.

Sim. De fato, é isso o que acontece quando fazemos uma metáfora como “Aquele homem é um banana.”

Nesse exemplo, substituímos o significante “homem” pelo significante “banana”, fazendo com que o segundo capture e transforme o significado do primeiro.

Para Lacan, no complexo de Édipo, é exatamente isso o que acontece:

O pai enquanto significante, ou seja, não o genitor da criança ou qualquer pessoa de carne e osso, substitui o significante do desejo materno e, assim, dá um novo sentido a ele.

É claro que essa ideia só pode ser suficientemente bem compreendida com uma boa e didática explicação, certo?

E é justamente essa explicação simples e acessível que você encontrará na AULA ESPECIAL que foi publicada hoje (sexta) na CONFRARIA ANALÍTICA.

O título dela é “LENDO LACAN 11 – Metáfora paterna e complexo de Édipo” e está disponível no módulo AULAS ESPECIAIS – LACAN.


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[Vídeo] Mães dominadoras e “falha” na resolução do Édipo.


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[Vídeo] Entenda o conceito lacaniano de falo imaginário


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[Vídeo] A música “Chico” e a feminilidade como máscara

Esta é uma pequena fatia da aula especial “Joan Riviere e a feminilidade como máscara”, que já está disponível no módulo “AULAS ESPECIAIS – TEMAS VARIADOS” da CONFRARIA ANALÍTICA.


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[Vídeo] Entenda (com exemplos) o que é falo em Psicanálise

Em bom humanês: FALO nada mais é do que o SIGNIFICADO que o p3nis tem na cabecinha de uma criança de 3 a 5 anos.


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Entenda, de uma vez por todas, o conceito de FALO em Psicanálise

Se alguém te perguntasse no ponto de ônibus qual é a definição de FALO em Psicanálise, você saberia responder?

Se sua resposta for NÃO, deixa eu te ajudar.

Em bom humanês: FALO nada mais é do que o SIGNIFICADO que o p3nis tem na cabecinha de uma criança de 3 a 5 anos.

— Uai, Lucas, você não disse que iria me ajudar? Pois essa definição me deixou foi ainda mais confuso. 🤔

Calma, caro leitor. Deixe-me desenvolver a ideia. Veja:

Para Freud, quando as crianças têm por volta de 3 a 5 anos, elas tomam consciência de que existe uma diferença muito marcante entre os corpos masculino e feminino:

Os meninos têm p3nis e as meninas… não têm.

Um adulto, evidentemente, sabe que essa diferença é tão-somente uma… diferença, já que a mulher não tem p3nis, mas, em contrapartida, tem clit0ris, v4gina, ou seja, uma genit4lia com características próprias.

Todavia, uma criancinha de 3 a 5 anos, não consegue ter essa compreensão.

Ainda facilmente iludida pelas aparências, ela vê a diferença entre os corpos e conclui que, no feminino, está FALTANDO uma parte.

Assim, o p3nis é interpretado por meninos e meninas nessa fase como O ELEMENTO QUE TORNARIA UMA PESSOA COMPLETA, INTEIRA, PLENA.

Ora, é justamente essa representação poderosa que a criança faz do p3nis o que nós chamamos de FALO.

— Mas, peraí, Lucas. Depois que a criança cresce, ela deixa de atribuir esse significado ao órgão masculino, certo?

Certo.

— Então, por que não tratar isso como um simples mal-entendido infantil sem maiores consequências?

A resposta é simples, caro leitor: porque essa ideia de SER uma pessoa INCOMPLETA (conclusão das meninas) ou de PODER SER uma pessoa INCOMPLETA (conclusão dos meninos) nunca sai da nossa cabeça.

A gente até deixa de pensar que é o p3nis o elemento que confere completude, mas transferimos o significado dado originalmente ao órgão sexual masculino para outras coisas, como:

Sucesso profissional, dinheiro, filhos, quantidade de seguidores, poder, fama, parceiros amorosos etc. etc. etc…

Crescemos. Sim, crescemos. Mas, no fundo, continuamos a ser aquela criancinha que, um belo dia, botou na cabeça que EXISTE UM ELEMENTO QUE CONFERE COMPLETUDE ÀS PESSOAS…


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Por que o complexo de Édipo continua “válido” ainda hoje? (parte 02)

Fiquei de apresentar nesta segunda parte do texto um esboço dessa estrutura que está na base da caracterização feita por Freud, mas não se confunde com ela. Tomemos, então, o mito freudiano e destaquemos seus elementos estruturais.

Freud começa sua descrição do Édipo com a imagem de um menino que tem cerca de quatro ou cinco anos e está vivenciando o que o pai da Psicanálise chama de “fase fálica” do desenvolvimento sexual. Nesse estágio, a criança do sexo masculino estaria intensamente interessada no prazer proporcionado pelo pênis. Uma menina da mesma faixa etária também passaria por essa fase e seu interesse estaria voltado para o clitóris, parte do corpo feminino equivalente ao pênis. Do ponto de vista estrutural, tais imagens representam o fato universal de que nosso corpo é fonte de gozo, ou seja, de que a experiência de prazer é primariamente autoerótica.

Na sequência da narrativa freudiana, tanto o menino quanto a menina passam a nutrir fantasias sexuais envolvendo a mãe, ou seja, passam a tomar a genitora como objeto sexual, vinculando-a ao prazer que experimentam em seu próprio corpo. Essa imagem da criança conectando seu gozo autoerótico ao outro materno ilustra o processo estrutural que Lacan nomeou como ALIENAÇÃO. Trata-se do fato de que todo ser humano nasce num ambiente social já formatado, com uma cultura própria da qual ele não pode escapar. Assim, no início da vida, todos nós somos obrigados a nos submetermos a esse ambiente (que Lacan chama de Outro com “O” maiúsculo). Dessa forma, o nosso próprio gozo que, originalmente é autoerótico, passa a estar “adaptado” ao Outro, subordinado às regras dele. No mito de Freud, esse fato universal é expresso pela imagem da criança apaixonada pela própria mãe.

Leia o texto completo clicando aqui.


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Os 3 tempos do Édipo em Lacan

De acordo com Jacques Lacan o complexo de Édipo é um mito freudiano. Em outras palavras, para o analista francês, aquela descrição que Freud faz dos vínculos eróticos conflituosos e ambivalentes que a criança estabelece com seus pais seria uma NARRATIVA SIMBÓLICA.

Sim, uma narrativa, assim como as histórias de Cupido ou de Narciso. Da mesma forma que a narrativa mítica de Narciso começa com a consulta de seus pais a um oráculo, Freud começaria seu mito do complexo de Édipo falando sobre o interesse sexual da criança pela mãe.

Para Lacan, Freud teria criado o mito do Édipo a partir dos relatos de seus pacientes, para explicar, com o apoio de imagens, como se constitui o nosso desejo e, portanto, a nossa relação com a falta, isto é, com a impossibilidade de satisfação plena na vida (simbolizada pela figura da castração no mito freudiano).

Partindo dessa interpretação, Lacan se propôs, então, a extrair aquilo que seria a ESTRUTURA do complexo de Édipo que estaria por trás da descrição mítica freudiana. Dito de outro modo, o psicanalista francês olhou para o Édipo tentando responder à seguinte pergunta: “Quais são os elementos que fazem parte da condição humana e estão presentes na vida de todas as pessoas, independentemente da época e que estão por trás dessa história que Freud nos conta?”.

A resposta para essa questão é justamente a teoria lacaniana dos três tempos do Édipo.

Leia os quadros e me diga: esse post te ajudou a entender melhor a visão lacaniana do complexo de Édipo?


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Os 3 destinos da mulher segundo Freud

Com base em sua vasta experiência clínica, Freud descobriu que a diferença anatômica entre os sexos é um fator fundamental no desenvolvimento psíquico de homens e mulheres.

Inicialmente, quando o menino se dá conta de que as meninas não possuem pênis tal como ele, sua conclusão imediata não é a de que elas devem possuir um órgão sexual diferente. A primeira teoria que brota na cabeça de um garoto para explicar tal diferença é a de que as meninas um dia possuíram pênis, mas foram castradas por terem brincado em excesso com ele.

As meninas, por sua vez, evidentemente sabem que não possuem pênis, mas, quando descobrem que os meninos o têm, constroem a teoria de que elas também terão o órgão no futuro: com efeito, seu pequenino clitóris crescerá e se tornará um pênis tão grande quanto o dos garotos. Naturalmente essa teoria se mostra falsa e a menina acaba caindo num estado de desapontamento e revolta.

Como ainda ignora o valor de sua vagina, a garota só consegue concluir que nasceu incompleta. Afinal, os meninos têm algo que ela não tem. Indignada, a pequena desenvolve o que Freud chamou de “inveja do pênis”. Na verdade, essa expressão não é muito boa porque o que a menina de fato inveja não é propriamente o órgão sexual masculino, mas a CONDIÇÃO DE PERFEIÇÃO E COMPLETUDE que ela SUPÕE que o menino possua pelo simples fato de ter um pênis.

Freud observa que existem basicamente três destinos que a menina pode dar à inveja do pênis e que definirão seu futuro como mulher:

1 – RESSENTIMENTO – Neste caso, frustrada pela impossibilidade de ter o pênis, a menina renuncia à sexualidade como um todo, desenvolvendo intensa aversão ou indiferença a experiências sexuais.

2 – COMPLEXO DE MASCULINIDADE – Aqui a menina não se conforma com a suposta injustiça de apenas os meninos terem pênis e passa a emular comportamentos tipicamente masculinos, nutrindo a fantasia de ser homem.

3 – FEMINILIDADE – Este é o destino que Freud considera o mais saudável. Neste caso, a menina abandona a inveja do pênis, reconhece que não é incompleta e, ao invés de ansiar por aquilo que só os homens têm, passa a valorizar o que é especificamente feminino, como a capacidade de conceber e gerar filhos.

[Vídeo] Psicogênese do machismo

O machismo é um fenômeno psicossocial condicionado por fatores sociais, culturais, políticos e econômicos. Por outro lado, é possível identificar também um conjunto de fatores psicológicos que fornecem a base subjetiva para a manifestação de atitudes e comportamentos machistas. Neste vídeo, demonstro que é na dificuldade de superação do complexo de castração que encontraremos a origem psíquica do machismo.

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“Ganhar neném”

normal_Cassatt-Mary-Mother-Holding-Her-BabyVocê já notou que muitas pessoas utilizam a expressão “ganhar neném” para se referirem ao ato de conceber uma criança? Apesar de ouvi-la com muita frequência aqui em Minas Gerais, onde resido, acredito que ela seja empregada em todo o país. A psicanálise nos ensina que as produções culturais – entre as quais se incluem os ditos populares – jamais se mantêm ao longo da história por acaso. É a capacidade de expressarem conteúdos inconscientes compartilhados socialmente o elemento que leva algumas delas a se perpetuarem e serem transmitidas entre gerações. Esse parece ser o caso da expressão “ganhar neném”.

Uma conclusão evidente que pode ser extraída dessa expressão pela simples consideração de seu enunciado é a de que nela o bebê é encarado como algo que se ganha, ou seja, um presente, uma dádiva, um dom. À primeira vista pode parecer que não há nenhum significado mais profundo que possa ser colhido daí. Afinal, as mães que conscientemente desejaram ficar grávidas amiúde sentem o nascimento de seus filhos de fato como uma dádiva. Aliás, no caso de pessoas muito religiosas, o filho frequentemente é recebido como uma graça divina. O que haveria de extraordinário nisso?

Em primeiro lugar, o fato de que o bebê seja visto como um dom não me parece uma ideia tão natural assim. Se levarmos em conta que, para ter um filho, uma mulher experimenta durante os nove meses de gravidez uma série de desconfortos e sofrimentos bem como fortes dores na hora do parto, o mais natural seria encarar o nascimento do bebê como um produto que demandou muito esforço para ser elaborado e não como uma dádiva! Presente é aquilo que recebemos gratuitamente, sem que precisemos trabalhar para consegui-lo. Aparentemente, esse não seria o caso dos bebês, os quais, como eu disse, só vêm ao mundo depois de um árduo trabalho. A propósito, não é por acaso que se utiliza a expressão “trabalho de parto”.

Portanto, a ideia de que o bebê é um presente e não um produto ou uma conquista não pode ser fruto da experiência de gravidez. Sua origem deve ser buscada alhures. Fundamentado na teoria psicanalítica, defendo e pretendo demonstrar aqui a hipótese de que a expressão “ganhar neném” guarda, na verdade, um significado inconsciente que está relacionado ao lugar que o filho tende a ocupar na subjetividade feminina.

Complexo de castração

Através das análises que empreendeu, Freud pôde ter acesso a uma série de ideias e fantasias de seus pacientes relacionadas ao problema da diferença sexual entre homens e mulheres. A esse conjunto de conteúdos psíquicos, o pai da psicanálise deu o nome de “complexo de castração”. Freud observou que a diferença entre os sexos torna-se uma questão especialmente relevante para os indivíduos durante certo período da infância. O complexo de castração seria justamente uma tentativa de resposta para o problema. Quais são as ideias e fantasias que compõem o complexo de castração?

Aproximadamente aos 2 ou 3 anos, ansiosos por entenderem por que razão seus corpos seriam diferentes, meninos e meninas elaborariam algumas hipóteses. Entre os meninos, a teoria mais comum seria a de que as meninas, assim como eles, também teriam nascido com pênis. Contudo, por alguma razão, os membros delas teriam sido cortados – sinal de que os deles também poderiam ser. Já entre as meninas, duas teorias se sucederiam. Na primeira delas havia a crença de que o pênis que ainda não possuíam iria crescer à medida que o tempo passasse. Como a realidade acabava por refutar essa ideia, outra teoria lhe dava lugar: a de que teriam nascido castradas mesmo e que a culpa desse infortúnio seria de suas mães que lhes teriam concebido assim, “com defeito”. Em consequência, de acordo com as observações de Freud, as meninas tenderiam a desenvolver uma inveja do pênis dos meninos. Esses, em contrapartida, passariam a ter medo de se tornarem como elas, ou seja, seres castrados.

É preciso entender com precisão o que Freud pretende efetivamente transmitir ao dizer que após o complexo de castração, as meninas passam a sentir uma “inveja do pênis” dos meninos. Nos textos que dizem respeito a esse tema, Freud faz questão de frisar que o que está sendo invejado não é de fato o órgão genital masculino, mas o que ele representa para a criança que está ocupada com o problema da diferença entre os sexos. Para essa criança, o pênis funciona como o único atributo de diferenciação. Em decorrência, o fato de estar presente apenas nos meninos leva intuitivamente ambos os sexos à suposição de uma superioridade masculina, posto que a ausência do pênis nas meninas indicaria uma deficiência. É óbvio que se trata de uma fantasia que certamente recebe influências da ideologia patriarcal. Entretanto, a natureza fantasística dessas ideias não impede que elas produzam efeitos reais sobre a constituição da subjetividade. Na medida em que o pênis é tomado como o elemento que dá completude ao corpo masculino e que, ausente na mulher, a faz incompleta, pode-se interpretar o que Freud chama de “inveja do pênis” como a busca da mulher por algo que ela acredita que será capaz de restituir sua completude. A esse “algo”, Freud preferiu dar o nome de “falo” porque ele não precisa ser necessariamente um pênis, mas alguma coisa que possa exercer a mesma função de completude que a mulher um dia acreditou que o pênis exerceria para os homens.

Compensação

Ora, o que a experiência psicanalítica atesta é que grande parte das mulheres toma justamente o filho como esse objeto capaz de proporcionar-lhes essa completude imaginária! Em outras palavras, muitas mulheres investem seus filhos de uma significação fálica, tomando-os, na fantasia, como objetos capazes de torná-las completas. No limite, o bebê passa a servir de consolo para a falta de pênis. É como se a natureza, essa mãe primordial de todos nós, tivesse “corrigido” o erro de constituir as mulheres sem pênis, presenteando-as com filhos. Não estaria aí a origem da expressão “ganhar neném”?

A criança é percebida como algo que se ganha justamente porque na fantasia de boa parte das mulheres ela advém como compensação por uma suposta privação de outrora. Dito de outra forma, é como se a expressão condensasse um enunciado inconsciente mais ou menos assim: “Quando eu nasci, a mamãe natureza não me presenteou com um pênis, fazendo com que eu me sentisse incompleta e ficasse com uma baita inveja dos meninos, os quais foram todos agraciados com o membro. No entanto, qual não foi minha surpresa quando, ao ficar adulta, recebi a dádiva de poder gestar em meu ventre não um mero órgão, mas uma pessoa inteira! Eis que a natureza ao invés de me brindar com um pênis, me presenteou com um bebê! Eu, que achava que nunca poderia ser completa como os meninos!”.