Por que o complexo de Édipo continua “válido” ainda hoje? (parte 02)

Fiquei de apresentar nesta segunda parte do texto um esboço dessa estrutura que está na base da caracterização feita por Freud, mas não se confunde com ela. Tomemos, então, o mito freudiano e destaquemos seus elementos estruturais.

Freud começa sua descrição do Édipo com a imagem de um menino que tem cerca de quatro ou cinco anos e está vivenciando o que o pai da Psicanálise chama de “fase fálica” do desenvolvimento sexual. Nesse estágio, a criança do sexo masculino estaria intensamente interessada no prazer proporcionado pelo pênis. Uma menina da mesma faixa etária também passaria por essa fase e seu interesse estaria voltado para o clitóris, parte do corpo feminino equivalente ao pênis. Do ponto de vista estrutural, tais imagens representam o fato universal de que nosso corpo é fonte de gozo, ou seja, de que a experiência de prazer é primariamente autoerótica.

Na sequência da narrativa freudiana, tanto o menino quanto a menina passam a nutrir fantasias sexuais envolvendo a mãe, ou seja, passam a tomar a genitora como objeto sexual, vinculando-a ao prazer que experimentam em seu próprio corpo. Essa imagem da criança conectando seu gozo autoerótico ao outro materno ilustra o processo estrutural que Lacan nomeou como ALIENAÇÃO. Trata-se do fato de que todo ser humano nasce num ambiente social já formatado, com uma cultura própria da qual ele não pode escapar. Assim, no início da vida, todos nós somos obrigados a nos submetermos a esse ambiente (que Lacan chama de Outro com “O” maiúsculo). Dessa forma, o nosso próprio gozo que, originalmente é autoerótico, passa a estar “adaptado” ao Outro, subordinado às regras dele. No mito de Freud, esse fato universal é expresso pela imagem da criança apaixonada pela própria mãe.

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